Capítulo 4

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Capítulo saindo mais cedo hoje! As próximas atts provavelmente serão na parte da manhã para não precisar pular algum dia.

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Boa leitura!


Os pesadelos nunca iriam embora. A essa altura, Harry definitivamente já estava acostumado a não ter horas de sono saudáveis, mas era mais fácil quando não ia ter um dia cheio pela frente e podia ficar pelo campo próximo de sua casa. Tinha criado um hábito de pintura após muitas cartas de Hermione preocupada pelo que ela chamava de "falta de atividades saudáveis", depois de muitas cartas a garota lhe enviou diversos materiais de pintura reduzidos em uma caixinha. De início o garoto não deu muita atenção mas em uma noite de insônia acabou se rendendo em explorar o kit que a amiga enviara e se surpreendeu em como isso realmente o estava ajudando. Bem, Hermione estava certa, de novo. Agora, se remexendo na cama, se arrependia de não ter pensado em carregar seus materiais. Pela porta que levava a uma pequena sacada dava pra ver uma fresta de luz suave, o dia estava nascendo e a luz seria incrível para representar na tela. Harry resolveu por fim se levantar e abrir a porta para ao menos se imaginar pintando aquilo e se surpreendeu com o que viu. A sala precisa, agora sua comunal e dormitório, funcionava de formas curiosas, não é como se houvesse como a sala ter uma janela fixa para os jardins do castelo, mas criara uma paisagem ilusória que o garoto pensou que deveria seguir o clima externo de Hogwarts, como o teto do salão principal.

Harry decide já se arrumar e explorar melhor a comunal até a hora do café. Era estranho pensar naquela sala, quando saia de seu antigo dormitório na torre da Grifinória ele sempre podia esperar esbarrar em alguém e agora ele só teria Malfoy como colega de comunal e esse provavelmente estaria dormindo então ele realmente podia ver melhor o lugar sem se preocupar de descer sob a capa da invisibilidade por exemplo. É claro que voltar pra escola sem a capa e o mapa do maroto não era uma opção, mas era legal não se prender a eles.

O andar principal estava silencioso e era realmente meio mórbido de tão vazio. O garoto andou devagar pelo lugar observando cada detalhe da decoração caprichosamente mesclando o vermelho com o verde e o dourado com o prata. Andou novamente pelas mesas de estudo, pelos materiais de apoio e então atravessou para seu "cantinho do quadribol" mas ao prestar atenção percebeu algo que ele tinha certeza que não estava lá na noite anterior uma grande janela que ia do chão ao teto adornada com arabescos nas ferragens escuras presa nas pedras.

— Parece que a sala não está tão travada afinal — Harry quase cai ao se virar rapidamente se assustando ao ouvir Draco falando de perto do sofá. Ele também já estava vestido para o café e parecia cansado apesar de estar com uma postura melhor que a do dia anterior, o que dava uma vaga sombra do que Harry pensava como "o antigo Draco."

— Ah. . . já estava me perguntando se eu tinha ignorado a existência disso ontem — Ele respondeu depois de se recompor do susto.

— Eu não teria ignorado uma vista dessa — Draco se aproximou da janela pensativo, e agora era ainda mais visível os sintomas de uma noite mal dormida já que a sombra escura sob seus olhos se destacava na luz da manhã. — Esse lugar realmente existe? — Ele franziu o cenho focado e Harry também voltou sua atenção para a paisagem parando de encarar o colega. Não parecia ser Hogwarts e parecia tremeluzir um pouco como uma miragem instável e bem irreal.

— Bom, não se parece com nada que eu conheça. — Draco apenas o encarou por alguns segundos como resposta antes de se dirigir para a grande estante que Harry compreendia como algo apenas para ele então apenas se jogou na poltrona vermelha de costas para onde o outro vasculhava os livros e se perdeu analisando o lugar outra vez até dar a hora de sair para o café.

O difícil de estar nessa situação com Malfoy era que teoricamente eles tinham praticamente as mesmas atividades para fazer durante o dia, era apenas uma aula que eles não faziam juntos, enquanto Harry tinha estudo dos trouxas, o outro tinha adivinhação. Então não era muito simples pensar em simplesmente ignorar a existência um do outro como já fizeram outras vezes. No passado, quando Potter não estava paranoico e obcecado com Malfoy o seguindo com o olhar a cada minuto na intenção de descobrir alguma coisa, ele estava nem se lembrando que o outro existia. Essa foi a dinâmica entre eles por muito tempo, mas agora isso não ia funcionar muito bem já que ainda dividiam uma comunal onde só haviam eles.

Harry se perdeu completamente nesses pensamentos e quase se esqueceu do café até seu estômago roncar alto.

— Acho que já podemos ir para o salão principal Potter, antes que seu estômago devore você. — Se Harry já estava confuso, a passivoagressividade de Malfoy só piorou isso e o garoto apenas assentiu e se levantou para saírem juntos pelo retrato. Ele soava mais como "o antigo Draco" mas continuava contido. Harry estava confuso. Andaram em silêncio pelos corredores e com certa distância, poderia facilmente ter mais de uma pessoa entre eles e ao chegar no salão apenas acenaram rapidamente e seguiram cada um para a mesa de sua casa.

O grifinório estava acostumado a ficar em silêncio por muitos dias, em seu tempo de reclusão precisou começar a se lembrar de conversar um pouco sozinho após um episódio em que Hermione insistiu de usar um telefone trouxa para conversarem e a voz de Harry simplesmente não saiu, porém, ficar em silêncio perdido naquele burburinho caótico depois de uma noite de sono não muito boa era demais. Apesar da dor de cabeça o garoto se forçou a comer pois sabia que ficaria com fome antes do horário de almoço, era realmente difícil voltar para a antiga rotina da escola, com horários muito bem definidos. Quando resolveu andar em direção a sala de poções que seria sua primeira aula ele era um dos únicos a sair do salão.

A sala nas masmorras trazia as mais diversas memórias, muitas delas dolorosas. Harry ficou lá tentando focar sua mente em não sucumbir às crises de pânico que a ansiedade o presenteava agora e mal percebeu como a sala estava ficando cheia. Somente quando Draco se sentou ao seu lado que o garoto se lembrou que essas aulas eram em duplas e qual como aparentava, a turma já tinha seus pares formados a bastante tempo, afinal, era formada por colegas de longa data que construíram suas dinâmicas de estudos, o que fazia com que os dois alunos que estavam atrasados sobrassem para ficar juntos.

O professor Slughorn entrou na sala e parecia diferente para Harry, não falava sobre seus favoritos que tanto se orgulhava de ostentar, afinal alguns deles tinham acabado em Azkaban então talvez ele não quisesse mesmo se lembrar. O professor indicava as páginas que os alunos deveriam ler e parou de repente quando finalmente reparou na dupla que não esperava ver ali. Ele encarou Harry e Draco olhando de um para o outro algumas vezes, o silêncio mortal caiu sob a sala e Harry sentiu seu rosto esquentar percebendo que agora toda sala os encarava também. Agora o garoto estava bem feliz de não precisar encarar a sala comunal da Grifinória pois eles agora pareciam completos estranhos.

—Professor! — Harry sentiu toda a turma acordar daquela situação quando a voz de Gina soou ríspida do outro lado da sala e Slughorn piscou lento e se virou para a menina.

— Sim Senhorita Wesley, alguma dúvida? — A garota realmente fez algumas perguntas mas estava muito longe para que Harry escutasse algo, então ele apenas deitou a cabeça na mesa respirando com mais calma agora que a atenção da sala havia se dissipado e as duplas trabalhavam em suas atividades.

— Potter — Ele ignorou Draco o chamando baixo — Potter! — ele parecia não querer gritar mas Harry ainda queria afundar sua cara ainda mais naquela mesa e começou a pensar se ele conseguiria se transfigurar para se camuflar ali até que sentiu um peso sobre suas vestes imaginando que Draco ia puxar seu braço mas ele apenas deixou a mão ali enquanto falava com o outro

— Potter, você sabe que precisamos fazer a atividade agora. — Ele parecia se controlar muito pra falar com calma e isso na verdade assustou Harry um pouco, então ele levantou a cabeça o suficiente para encarar o colega. — Vamos, não quero perder pontos na minha melhor matéria.

— Droga Malfoy, você tá soando como a Hermione. — O garoto franziu a testa pensativo e se afastou

— Vou levar isso como um elogio Potter.

Não era o antigo Draco, mas parecia melhor de certa forma. Harry não sabia bem como lidar com isso.

Ai eles sem saber lidar com a presença um do outro scrr Esse início é muita dor e sofrimento com o passado sera que eles podem se curar?

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