RICO
Quebrado (de novo), chateado, traumatizado. Como diria minha ruiva, estou passado.
Nunca imaginei que tantas coisas pudessem acontecer na vida de alguém em menos de meio dia. Deve ser recorde. Em menos de 12 horas tive minha vida completamente transformada.
Tento recapitular rapidamente o que aconteceu e, hora ou outra, fecho os olhos na esperança de que seja apenas um pesadelo, mas não é o que acontece quando eu os abro.
Estou um monte de merda, cheio de mimimi, bambi ou qualquer outra denominação que nossa turma utiliza em determinadas situações.
Primeiro aquele telefonema do Vítor. Em seguida, vejo que tem mais que a Malu, tem um bebê na barriga dela que ela disse ser meu. Instantes depois, ela foi para o centro cirúrgico, em uma cirurgia de risco elevadíssimo e nasceu um bebê prematuro, com várias complicações. Passado algum tempo, o Vítor me buscou no quarto, com uma cara nada boa, e me levou para vê-la. Em meio a nossa conversa entendi que ela quis me poupar de tudo por amor a mim (entendi, mas não aceitei, não concordo com o que ela fez). De quebra descubro que nosso bebê é uma menininha... E, como já devia estar pouco trágico, depois de me pedir perdão e implorar para que eu nunca desamparasse a Stella, ela morre em decorrência a problemas cardíacos, na minha frente.
FODA!
Ainda bem que eu estava cercado por quem deveria estar. Para ser bem mais chato, eu queria a Alice e minha mãe também.
Como eu estava praticamente em choque, deixei a cargo do hospital o contato com os pais da Malu, mesmo porque eu não tinha a menor ideia de como proceder naquele momento. Acredito que eles nunca souberam da minha existência e, do nada, eu ligo, me apresento, falo que sou o pai da neta deles e que a filha morreu?
Deixei que a equipe fizesse isso e me coloquei à disposição para arcar com todos os custos de passagens, hospedagem e traslado do corpo - caso essa seja da vontade deles - que eu acredito ser.
Não pude ver a Stella. Também não sei se o "fortão" aqui está preparado para esse encontro. Liz disse que devemos rezar muito (se ela não dissesse isso, não seria ela). Segundo minha cunhada ela nasceu com menos de 1 Kg - ela disse apenas isso, com toda certeza quis me poupar do real estado dela.
- Caramba! Será que ela vai sobreviver? - coloquei ambas mãos na cabeça e chorei. Eu ainda não me sinto pai, mas me solidarizaria com qualquer história como essa. É preciso que eu consiga assimilar toda essa avalanche, mas ainda não consegui.
Todos eles me abraçaram, um de cada vez... e depois todos juntos.
- Cunhado! Deus é o médico dos médicos... vamos crer! A equipe é especializada e não poupará esforços para que nossa menininha fique bem.
- O nome dela é Stella. - minha voz falhou.
- Excelente escolha... - acho que ela e o Vítor já sabiam, mas se fizeram de desentendidos.
- Acho que significa estrela, né? - perguntei já gostando do significado que ela e Alice têm juntas em minha vida.
- Não tenho certeza, mas acredito que sim! - emanou sua positividade.
- Eu não posso perdê-las. - desabafei.
- Perdê-las? - Vítor perguntou preocupado, acho que pensou que eu me referisse à Malu e ao bebê.
- Eu falo da minha namorada e da minha filha. - ainda é muito estranho falar "minha filha". - Vocês me ajudam com a Alice? - praticamente implorei para cada um deles. Eu devo ter parecido a Lolla ou o TUF, tenho certeza.
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Sempre ao seu lado (Livro 2 : Série Transformados pelo Amor) #wattys2016
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