RICO
Tentei voltar a trabalhar, mas não consegui me concentrar.
Foda termos que passar por esse tipo de situação. Foda pensar que ainda é o início dessa merda de ter que lidar "padrões". Será que temos mesmo que aprender a lidar com algo tão ruim? Vamos ter que nos adaptar ao mal?
Mandei uma mensagem para o Vítor vir pra cá com a Clarissa e o Gabriel. Ele disse que saiu do plantão hoje cedo e, como estão em um shopping aqui perto, chegarão em poucos minutos.
E Alice? O que há de errado com ela? - pensei enquanto ia com a minha inseparável babá eletrônica para o quarto.
Vou ajudá-la a terminar com o banho e avisar que eles estão chegando.
Eu demorei um pouco para mais para chegar ao meu destino porque desviei o caminho para verificar se Stella estava realmente dormindo.
Que barulho é esse? - apertei o passo e dei de cara com a porta estava fechada.
Forcei a maçaneta, a chamei e não tive resposta.
Após o segundo e muito mais forte baque, não pensei. Arrombei a porta, não me pergunte como.
CARALHO! A cena que vi certamente jamais será esquecida.
Eu não tinha muito em que pensar. Não tinha tempo para emoções.
O banheiro estava com muita fumaça e desliguei a torneira com a água muito quente que caía pelo corpo inerte. Eu sabia que não deveria mexer, que eu não deveria pegá-la, mas ela estava cheia de pequenos cortes, caída em meio aos pedaços de blindex estilhaçado, com a pele em um tom rosa forte, provavelmente por causa da água quente e não reagia aos meus chamados.
Ainda tentando raciocinar, consegui checar que ela respirava e senti um pequeno alívio.
Peguei a toalha e a envolvi com cuidado, tentando tirar os cacos, agachado com ela no meu colo.
Carreguei Alice até a cama e verifiquei novamente se ela respirava quando o interfone tocou.
Graças a Deus o Vítor chegou. - soltei baixinho.
Autorizei que subissem, deixei a porta aberta e voltei para ver a Alice que tinha pequenos cortes que sangravam, mas... Deus! A cabeça! O travesseiro estava todo cheio de sangue.
Vítor gritou algo como "oh de casa" e em pânico, cheguei na porta e pedi que ele me ajudasse, avisando apressado que Clarissa não viesse com o Gabriel. Ele arregalou os olhos ao olhar para mim.
Baixei minha cabeça e vi que estava não apenas ensopado de água, mas também de sangue, o que aumentou meu medo de perdê-la.
Eu não posso ficar sem ela. Não quero. Não é justo com a gente.
Enquanto Vítor a examinava, pediu que eu ligasse para a emergência. Clarissa entrou e pude perceber um certo pânico quando nossos olhos se cruzaram. Ainda a ouvi sussurrar que deixou o Gabriel dormindo com a Stella e perguntar ao Vítor se podia vestir Alice, que estava apenas com uma toalha por cima do corpo.
Quando comecei a me enrolar no pedido da ambulância, Vítor tirou o telefone da minha mão e fez o que tinha que ser feito. Falou o que tinha que ser falado e eu não consegui.
Clarissa trabalhou com ele, auxiliando na limpeza dos pequenos cortes para colocar a roupa. Passando pomada na área nos cortes e uma espécie de óleo onde a pele parecia estar mais vermelha e sensível.
Eu fiquei observando, rodando e senti que na realidade estava quase atrapalhando ao invés de ajudar.
- Vá se trocar, Rico. Tenho certeza que vai querer acompanha-la na ambulância. - meu amigo me direcionou ao ver que eu parecia perdido.
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Sempre ao seu lado (Livro 2 : Série Transformados pelo Amor) #wattys2016
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