Os últimos meses foram intensos. Continuo a organizar minha "surpresa" e espero que a Alice goste.
A turma está completamente alvoroçada com a chegada das crianças: Valentina, Miguel e Henrique não param de crescer. Sempre admirei a barriga da Ella e agora piro na barriga da minha cunhada. É muito bacana sentir meus sobrinhos mexerem.
Rafael e George estão insuportáveis, não sei como a Liz e a Bárbara aguentam aqueles dois. Eles se sentem poderosos, um acha que é melhor que o outro e, depois de discutirem, sempre caem na gargalhada. Eu já disse que parece um campeonato de "mijo à distância" de tão cômicas que são as competições infundadas dos dois.
De uns tempos pra cá, depois de tudo o que tem acontecido, nossa turma, como se fosse possível, se tornou ainda mais unida. Com o casamento do Rafael e da Liz, aconteceu um distanciamento físico natural - ainda mais porque meu irmão cismou que só podem ficar em casa -, o que fez com que eu, Alice, Vítor e Clarissa ficássemos muito mais próximos. Para completar nossa proximidade, seremos os padrinhos dos bebês. Ninguém sabe de quem exatamente... segundo ele, isso é mais uma das "Coisas de Liz". Ela faz cara de chateada, mas todos sabemos que ela finge muito mal e que isso não combina com ela. Liz logo ri e conversa com os pequenos brincando que não sabe se escolheu os padrinhos certos para eles.
Mi cielo disse que agora tenho mais horas de voo que um urubu. Fico muito mais aqui que na Espanha. Permaneci um tempo maior por lá apenas quando Alice foi fazer um curso que ela disse ter sido convidada. Desconfio que ela tenha escolhido de propósito, mas de forma alguma estou reclamando. Isso só aumentou minha vontade de ficar sempre mais perto dela.
Minha família também vem sempre que é possível para paparicar minha cunhada barriguda (já falo vem como se aqui sempre tivesse sido o meu lugar). Antes de sabermos da gravidez das duas, tínhamos planejado uma viagem - coletiva como sempre. Sabemos que não haveria problemas, uma vez que estão saudáveis, mas os dois ogros - como as meninas dizem - disseram que nem em sonhos elas viajariam. Prefiro nem comentar tudo o que falaram. Alice ria alto e dizia que eles eram puro "mimimi", que deviam levar a vida com mais "hahaha".
Estava disperso no escritório do centro de treinamento, pensando na Alice, como sempre, quando o celular tocou.
- Fala, Vitão! O que você manda, meu parceiro?
Não tive tempo para pensar. Pulei da cadeira, peguei as chaves do carro e corri.
Minha cabeça parecia que ia explodir, meu coração estava na boca. Eu não estava em condições de pensar, muito menos de dirigir. Não sou inconsequente, mas fui.
Não entendi ao certo o que o Vítor disse. Só sei que ouvi "ela está hospitalizada... é sério... ela precisa muito falar com você".
É mais um pesadelo, só pode ser. Achei que tivesse dito que os meus piores pesadelos tinham passado.
Entrei pela emergência e o Vítor já me esperava. Ao lado dele estavam Liz e meu irmão. Todos estavam muito sérios e nada disseram, apenas me abraçaram. Rafael ficou na sala de espera enquanto os outros dois me conduziam até uma sala que parecia ser uma UTI improvisada. Ela estava lá, abatida, indefesa, cheia de tubos. Olhei para aquele rosto antes tão bonito e senti um aperto forte no peito.
- O que aconteceu com você? Nós nos vimos meses atrás e você parecia tão bem... naquele dia que pensei que...
- Shiiiii... – fez um sinal com o dedo para que eu me calasse. Estava fraca e estendeu a mão.
Eu não sei se podia, devia ou queria. Pensei na Alice e me senti estranho. Aquilo parecia uma traição, mas ela estava muito frágil e fraca.
Segurei a mão dela que estava sem força e fria. Eu só tinha focado o rosto dela e o que veio a seguir...
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Sempre ao seu lado (Livro 2 : Série Transformados pelo Amor) #wattys2016
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