Capítulo 11 - Parte 1

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RICO

Acordei revigorado. Eu não sabia exatamente o motivo, mas agradeci de qualquer forma.

Alice não estava mais na cama, nem mesmo vi quando levantou, comprovando que eu realmente dormi como uma pedra.

Estou devendo uma frase ou uma música pra ela e vou escrever agora, antes de encontrá-la na cozinha.

Tomei um banho, escovei os dentes, aparei a barba e coloquei apenas minha calça cinza de pijama.

Com o trecho da letra escrito e música devidamente baixada, fui caçar minha ruiva.

Ela estava quieta, não tinha ingredientes espalhados e não dançava, o que não era muito normal.

Parecia estar no mundo da lua porque cheguei e ela não percebeu. Tentando não assustá-la, fui para a sala, mexi no celular e voltei para a cozinha. A música já tinha começado e ela se virou... provavelmente ao perceber que estava cada vez mais alta, mais próxima a ela.

Levei uma espécie de soco no estômago. Acho que nunca vi Alice tão abatida e apática. Eu quis pegá-la no colo e arrancar tudo de ruim que ela pudesse estar sentindo, mas optei por dançar com ela. Tentar fazer com que ela se sentisse mais leve. Não, eu não sei dançar, mas me empolguei, cantando a música em espanhol.

Comecei comportado, com as mãos na cintura, mas elas parecem criar vida própria e percorrer as costas, braços... de repente eu as enfio pelos cabelos ruivos e macios e o rosto da minha deusa, antes enterrado no meu pescoço, se volta para cima.

Apesar de querer beijá-la, mergulho em seu olhar e ela faz o mesmo. Eu canto cada pedacinho da letra da música como se eu fosse o compositor - se eu tivesse escrito parte do que sinto para ela - e fricciono meus dedos em sua cabeça. Ela fecha os olhos, entreabre os lábios e sua respiração torna-se mais pesada.

Para tu amor (Juanes)

Por eso yo te quiero tanto
Que no sé como explicar lo que siento
Yo te quiero porque tu dolor es mi dolor
Y no hay dudas yo te quiero
Con el alma y con el corazón
Te venero hoy y siempre
Gracias yo te doy a ti mi amor
Por existir

Eu a invado sem cerimônia. Nossas línguas e bocas movimentam-se no ritmo da música. Minhas mãos sobem, descem, apertam, estalam na pele da minha porcelana de uma forma sincronizada.

Como a música já terminou, nosso ritmo acelerou e a urgência por tê-la estava literalmente dolorosa.

Pedi que ela colocasse as pernas em volta da minha cintura e ela obedeceu, esfregando-se em mim.

Voltamos para o quarto e eu a coloquei delicadamente na cama. Apesar do que vamos fazer de delicado não ter nada, eu consegui ser cuidadoso nesse momento inicial.

- Primeiramente, bom dia! – deu uma gargalhada safada, debochada.

- Já estava bom, mas agora ficará melhor...

- Isso é uma promessa? – provocou.

Não me dei ao trabalho de responder. Fui rápido em imobilizá-la, afinal ela não ofereceu qualquer resistência.

Ela merecia ser venerada... e eu precisava fazer aquilo por ela e por mim. Para mostrar o quanto ela é importante; o quanto a amo; o quanto eu curto estar com ela e dentro dela.

Alice não é amadora. Ela sabe o que quer e não se envergonha de mostrar suas habilidades e vontades. Ela me atiça, eu respondo. Eu atiço, ela retribui. É uma troca deliciosa, nos complementamos. Parece que nos conhecemos há muito mais tempo que o real. Conseguimos saber o que o outro quer por meio toques, gemidos, olhares.

Sempre ao seu lado (Livro 2 : Série Transformados pelo Amor) #wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora