Bônus: Nascimento do Henrique

6.9K 807 55
                                    

BÁRBARA

Apenas as batidas de nossos corações conversavam...

Lembrei dessa frase pela milésima vez. Essa foi a primeira de nosso reencontro efetivo, se assim posso dizer...

- Minha Barbarela, minha vida! Como se sente?

- Ansiosa... e esse apelido agora? – bufei ao sentir uma fisgada forte na barriga e fiquei quieta por alguns instantes.

- Você pode conversar comigo, por favor? – George estava meio desesperado, tadinho.

- Eu até poderia... Ainnnnnn... – tentei manter um diálogo.

- O que foi? Meu Deus, Bárbara, fala comigo, por favor!

- Gigio, meu amor. Preciso de você calmo... não o contrário.

- Desculpe... e esse apelido agora?

Rimos muito... eu ri e quase chorei de dor ao mesmo tempo, mas esses apelidos do passado nos fazem ter essas crises - nada adultas - de riso.

- Falta muito para chegar, Vítor? – perguntou ansioso.

- Vamos manter a calma, George, por favor. – Vítor ponderou completando que nos conduziria em segurança.

Fechei os olhos e rezei. Entre todas as orações estavam Stella, Malu e Alice. O Rico também esteve nelas, mas com menos "relevância". Essa história deles foi algo tão inesperado e ao mesmo tempo triste, alegre e completamente de Deus. Alice teve uma postura irretocável, apoiou Rico incondicionalmente, tornou-se uma mãe linda e zelosa. Foi ela quem, ao contrário do que poderia imaginar, me deu forças e certezas. Minimizou meus medos. Ela nem sabe que me deu forças, mas quando a bebê estiver em casa, com saúde, conversaremos. Stella, de outra forma, provou que quando é para ser... é, mesmo que haja adversidades. Eu estava medrosa por me sentir velha para ser mãe. Tive muitos medos e receios de não conhecer meu filho... a Malu me mostrou o que é o amor sem medidas, o que é literalmente dar a vida pelo filho, e que isso independe de quantos anos já vivemos...

- Será que ela desmaiou, Vítor?

Eu não aguentei e novamente comecei a rir. Estava descontraída como nunca imaginei ficar.

Vítor encostou o carro e já tinha uma equipe a minha espera. Ele não será meu médico, porque não terminou a residência e porque disse não ser ético, mas ele e Liz acompanharam a gravidez toda e estarão lá comigo/conosco, o que me enche de emoção, alegria e me dá ainda mais conforto.

Fui conduzida em uma cadeira de rodas. Aproveitei o tempo para conversar com meu filho, Henrique.

"Meu filho, tão amado... meu "Ique", como disse esses dias meu netinho de coração e seu amiguinho Biel. Não sei quantas vezes eu poderei agradecer a Deus por tudo o que tem feito em minha vida, por tantas mudanças, tantas transformações. A maior delas, sem sombra de dúvidas, está relacionada a tudo o que o amor pode fazer por nós. E esse amor maduro entre mamãe e papai se rejuvenesceu e se renovou ainda mais quando soubemos que você estava para chegar e aumentar nossa família e nossa felicidade. Venha, meu filho, colorir minha vida de tons de "macho", como diz seu pai. Venha fazer parte do meu novo mundo, da nossa turma... venha fazer meus dias mais bonitos, venha me fazer mãe, com todos os "encargos" que isso me trará! Amarei cada um deles! Que Deus nos abençoe..."

- Dona Bárbara, vamos colocá-la na maca e a levaremos para realizar alguns exames.

- OK...


GEORGE

Vê-los partir assim me deu um certo pânico que foi amenizado com a chegada da turma e dos meus filhos.

Sempre ao seu lado (Livro 2 : Série Transformados pelo Amor) #wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora