Cap 24: Notícia ruim

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Pov: Denki

02 de setembro, sexta.

Acordei bem cedo e segui minha rotina, como sempre.

Logo fui tomar meu café da manhã, sendo surpreendido ao ver uma pessoa sentada ali.

—Pai? –Indago, surpreso, me sentado ao lado do homem. —Aconteceu alguma coisa?

—Nada de grave, eu só quis tirar uma folga, pelo menos agora de manhã, por conta do estresse que ando passando. –Ele explica, com sua carranca de sempre. —Eu estava aqui pensando: não me lembro a última vez que tomamos café da manhã juntos, então resolvi te alegrar um pouco.

A última vez foi quando eu tinha uns 6 anos. Foi antes da empresa ser o que ela é hoje. Foi antes da minha mãe nos abandonar e, assim, fazer meu pai focar unicamente no desenvolvimento dessa empresa. Não tenho uma lembrança clara dessa época, mas as fotos e vídeos que meu motorista conseguiu salvar, antes que meu pai apagasse tudo, me ajudam bastante a recuperar um pouco das melhores memórias.

—Eu percebi que seus colegas não têm aparecido por aqui. –Ele comenta. Como ele sabe se nem sequer frequenta a própria casa? Provavelmente, os empregados contaram.

—Não estamos tendo muitos trabalhos em grupo. –Explico, simplista.

—Bom, de qualquer forma isso é ótimo para mim. Não quero ver essas pessoas andando pela minha casa, muito menos aquele garoto daquela vez... O que tem aquela touca horrorosa. –Ele diz, naturalmente.

—Por que "muito menos" ele? –Pergunto, tentando manter a calma. Por que justo o Iwabee?!

—Oras, ele claramente não é da mesma classe social que nós. –Ele responde, como se não fosse nada.

—A gente não nasceu milionário, lembra? Já fomos de uma classe mais baixa! –Acabo levantando minha voz, sem querer, eu nunca fiz isso com o meu pai, o que deu em mim?!

—Já fomos da classe média, ele é de uma ainda mais baixa. E esse não é o único problema, o jeito que ele fala e age, parece um marginal. –Ele acusa.

—Você tá se ouvindo?! Você nem o conhece! Não pode sair julgando as pessoas assim! O Iwabee-kun é uma ótima pessoa, ele tá sempre me ajudan-... –Me interrompo, antes que eu falasse mais do que devia.

—Sempre te ajudando?! Não quero você com essa gente! Eu só te coloquei nessa escola, porque você não queria estudar nas outras, por pura frescura sua! Mas estar nessa escola não significa que você deve se misturar! Você está acima deles, Denki, acima, por que você sempre se coloca abaixo?! Tem que aprender a pisar nas pessoas, senão, elas vão pisar em você. –Ele "aconselha". —Não quero, nem sonhar, que você ande com essas pessoas. Se for para ter amigos, que ao menos tenham dinheiro e fama.

—Mas que saco! Eu já cansei disso, você não manda em mim! –Grito, com raiva, muita raiva.

—Mas é claro que mando! Sou seu pai, você é minha responsabilidade, minha propriedade, eu mando em tudo ao seu respeito! –Ele levanta o tom de voz no mesmo que o meu, como chegamos a isso?

—Meu pai? Para ter o direito de mandar em mim, primeiro você tem que agir como um pai de verdade! Se você não liga para mim, não me dá atenção alguma, nem me vê todo dia, por que poderia mandar na minha vida, que você nem conhece? –Pergunto, voltando ao meu tom normal, o encarando de forma séria e chateada, mas não ganho uma resposta e nem espero por uma, apenas me dirijo ao meu quarto, para terminar de me arrumar.

Depois, fui até meu carro, onde meu motorista já me esperava, e fomos a caminho da escola.

É claro que eu parei em uma cafeteria para, pelo menos, tomar o café da manhã que eu havia deixado de lado.

Nossos Sentimentos-Fanfic BorutoOnde histórias criam vida. Descubra agora