capítulo 59

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_passamos um tempo ali, eu lia um livro para terano que parecia concentrado, mas logo escuto meu nome no auto falante.

Auto falante: s/n nakamura, compareça a sala 13, o mais rápido possível. - eu fecho o livro e olho pra south que estava com ar de riso.

S/n: o que foi? Cê sabe pra que é? - começo a me ajeitar pra levantar.

Terano: oh se sei, é a psicóloga kkkk se prepara pra lembrar de todos seus traumas, ela cava até a fundo sua vida. - me levanto e passo a mão na minha roupa amassada.

S/n: nossa, obrigada ajudou muito. - sorriu de uma forma irônica e começo a andar pra dentro do casarão, mas logo paro lembrando que não sei não fica. - ah propósito, onde fica essa sala mesmo? - me volto novamente pra terano.

Terano: quando cê entrar segue o corredor, aí no final dele vai dar de cara com uma porta com uma placa 13 bem grande, é bem fácil. - agradeço e vou direto pra onde ele diz.

_seguo o corredor vazio e silencioso, chegando ao final realmente tinha uma porta com a placa 13, ela era marrom e de madeira. Bato na porta escutando em seguido um "entre", e assim faço.

S/n: com licença, me mandaram vir aqui. - passo meu corpo inteiro pra dentro da sala.

(Essa mulher aí)Xxx: seu nome é s/n nakamura, certo? - ela me olha de cima a baixo com um pequeno sorriso amigável

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(Essa mulher aí)
Xxx: seu nome é s/n nakamura, certo? - ela me olha de cima a baixo com um pequeno sorriso amigável.

S/n: sim, sou eu. - tento não dar muitas brechas, south está aqui a mais tempo que eu e se ele disse que ela vai querer saber de tudo da minha vida deve ser verdade, mas eu não quero ninguém sabendo da minha vida.

Xxx: prazer, meu nome é midari, eu sou a psicóloga daqui e vou ser a pessoa que vai conversar com você durante sua estadia aqui. - me sento em um sofá que tinha ao lado da mulher de cabelos curtos e negros. - bem, podemos começar com o básico, por que está aqui senhorita? - ela cruza as pernas e me olha.

S/n: eu sei bem que você sabe, não precisa fingi. - ergo as sobrancelhas pra ela que dá um sorriso pequeno.

Midari: talvez eu saiba, mas quero que você me diga o seu ponto de vista disso tudo.

S/n: eu realmente obrigada a responder isso? - ela acena que sim com um sorriso e eu relaxo um pouco.

Midari: pode se deitar se quiser. - ela aponta pro mesmo sofá que estou sentada. Por conforto acabei aceitando e relaxando no macio e aveludado sofá.

S/n: ..... - penso no que vou falar. - eu estou aqui por esfaquear minha mãe. - respondo direta.

Midari: mas por que fez isso? - suas expressões faciais não mudavam, eram sempre meio sérias e compreensivas sempre.

S/n: ela me atacou e eu apenas me defendi, mas acabei me descontrolando um pouco.... - percebo que estou começando a falar demais.

Midari: você ia dizer mais não é? - ela dá um sorrisinho com as sobrancelhas erguidas.

S/n: não, não ia dizer nada. - desvio o olhar pra o teto e ela continua a falar.

Midari: mas me diz o que você sentiu enquanto cometeu esse ato contra sua mãe. - sei que é a profissão dela, mas está me estressando por essa insistência.

S/n: na... - a mesma me interrompe antes que eu falasse algo e isso foi o cúmulo pra mim.

Midari: não diga que não sentiu nada, você sentiu algo sim, me conta. - essa mulher me irrita pra caramba.

_sinto quase a mesma coisa que senti quando esfaqueei minha mãe, um ódio que senti minha alma sair pra fora do meu corpo e ficar apenas um vazio controlando meu corpo, me levanto em um pulo e vou pra cima dela.

S/n: eu disse que não senti nada, se você continuar me colocando pressão eu juro que te espanco até a morte. - seguro a mesma pelo colarinho.

Midari:.... -ela não diz nada, apenas da um sorrisinho e ajeita seu óculos que acabou ficando um pouco torto. - foi isso que sentiu não foi? Quando quase matou sua mãe. - fico um pouco em choque por ela parecer saber o que eu sentia.

S/n: o-o que está falando? - aos pouco solto sua blusa.

Midari: eu sou psicóloga a um bom tempo, e quer saber mais? Também sou psiquiatra, eu conheço bem a cabeça do ser humano, e tenho quase certeza que essa foi a sensação que você sentiu quando sua mãe lhe agrediu aquele dia, agora por favor se deite novamente e vamos começar novamente. - eu faço o que ela falou e a mesma respira fundo. - vamos lá, o que sentiu aquele dia, me descreva em palavras....

_fecho meus olhos tentando lembrar daquela cena, alguns fleches veem a minha memória.

S/n: eu gostei.... - digo como resposta para sua pergunta. - eu me arrependo do que fiz, mas na hora eu gostei, não lembro de muita coisa, eu sinto como se eu não estivesse no meu corpo.

Midari: eu vi aqui que sua mãe tem transtorno de bipolaridade, certo? - abro meus olhos por um instante e ela estava olhando pra mim.

S/n: sim, é verdade.- fecho novamente meus olhos.

Midari: já ocorreu dela ter te agredido e no outro dia ter esquecido?  - escuto o barulho de teclas de computador.

S/n: sim, algumas vezes, mas era do quando era algo muito grave, sempre achei isso meio estranho.

Midari: e seu pai? Como ele lida com a bipolaridade da sua mãe?

S/n:.... - fico em silêncio por um tempo. - eles são separados, por isso estou aqui.

Midari: oh... Desculpa a pergunta, eu realmente não sabia.

S/n: não tem problema, ele não faz falta mesmo. - dou de ombros. - mas ele foi embora de casa justamente por isso, quando a gente descobriu que ela tinha esse problema, ele ficou com medo dela o machucar, ele sempre foi meio abusivo, então na primeira oportunidade deixou a gente.

Midari: mas pelo que sei de leis você vai ter que morar com ele agora, né? - aceno que sim.

S/n: infelizmente, eu preferia ficar aqui no reformatório mesmo. - respiro fundo.

Midari: por que? Vocês não tem uma relação boa?

S/n:... - penso algumas vezes se deveria contar tudo que ele já me fez. - não, ele era meio grosso as vezes. - decido não contar, talvez seja melhor pra mim.

Midari: só isso? - ela abaixa um pouco seus óculos me olhando um pouco desconfiada.

S/n: s-sim, apenas isso. - evito contato visual  com ela.

Midari: então, o que está achando do reformatório?

S/n: não é lá essas coisas, até por que não é um hotel e sim um lugar pra criminosos menor de idade, mas até que tá menos ruim do que eu imaginei, fiz até amizades. - penso em tereno e seus olhos amarelos como o sol.

Midari: sério? Que legal, eu imaginei que se daria bem com suas colegas de quarto. - a de cabelos marrom imagina que eu fiz amizade com as duas garotas.

S/n: não sou amiga delas, elas são chatas. - reviro os olhos pensando na ruiva sem sal. - eu fiz amizade com south terano, conhece? - ela arregala os olhos e me olha.

Midari: terano? Oh se conheço, aquele arruma uma briga diferente todos os dias da semana, até que ele tá meio quieto nos últimos dias, até achei estranho. - ela mexe os ombros e volta a mexer nos papéis. - mas me diz, como virou amiga do south?.

S/n: não faz muito tempo.... - começo a contar a história a ela, e aos poucos consigo ir me soltando um pouco e contando mais sobre mim a mulher.

My Little Girl  - Ken Ryuguji (Draken) × s/n Onde histórias criam vida. Descubra agora