As vozes da Bruxa

Cap 34 - Você chora! Eu choro?

Por Samuel

- UNA!

A Sudet saiu com pressa da sala fazendo col que todos nós a seguisse. Do lado de fora havia um homem loiro, ele parecia muito com a Sudet, ele segurava uma espada e em sua frente se encontrava a familia May amordaçada e ajoelhada.

Assim que Morgana bateu os olhos na cena, em um impulso ela tentou correr em direção a sua família, mas eu a impedi segurando seu braço. Ela me olhou com um olhar de dúvida como se estivesse me perguntando "o que é isso?"

- May, não piora a situação, não é como se você fosse conseguir resolver alguma coisa.

- Samuel, são meus pais. - Ela puxou o braço na tentativa de se libertar

- Eu sei. - Segurei seu braço com mais força.

- Olá Una, quanto tempo.

- O que você quer Chimoro?

- Vim barganhar.

- Solta a família, eles são inocentes e não tem nada a ver com seja lá o que você esteja planejando.

- Ah eles tem sim.

- Qual sua proposta?

- Ah é bem simples, sua cabeça, o garoto. - Ele apontou para mim. - ou a cabeça deles. - O homem falou isso sorrindo e com um tom de voz de quem conta uma piada.

- O que você quer com o garoto? Oque você quer com essa família?

- Una, se alguém tem que morrer, então que morra você. - Eu disse com um olhar sério para ela.

- Não sou eu que quero o garoto, é alguém que eu devo um favor e a família, ah eu não tenho nenhum interesse neles, tenho interesse nela. - Ele apontou para Morgana. - Você sabe que não existe nada mais poderoso do que um Ukras que acabou de passar por um trauma.

- Então você já sabe que...

- Que a ruiva é Kali Ukras? Sim, eu sei muito antes que você, digamos que meus funcionários são mais eficientes, mas eu não vim aqui para jogar na sua cara que seus funcionários são inúteis, o que me diz sobre a proposta?

Sudet ficou um tempo calada, acho que ela estava pensando.

- Bem... Já que não vai dizer nada.

Ele posiciona a espada e a move indo diretamente nos pescoços da família May que se encontravam ajoelhados e enfileirados um ao lado do outro, começando com o pai da família, até a pequena irmã de Morgana.

Sudet correu em direção ao homem lhe atingindo com um soco nas costelas, o impacto foi tamanho que ela literalmente perfurou o corpo do homem, tinha como ver perfeitamente seus órgãos internos, mas isso não foi o suficiente para impedi-lo, já era tarde demais. O homem já havia cortado os pescoços dos membros da família May. Aquele homem era dono de um sadismo que eu nunca havia visto na vida, ele fez tudo sorrindo; ele gargalhou como se alguém tivesse acabado de contar algo muito engraçado enquanto Una quase atravessou seu corpo com um soco.

Hihau se encontrava em choque com a cena do sangue se espalhando para todo lado. Ele começou a chorar e soluçar sem parar, ele estava vermelho e parecia nem conseguir respirar perfeitamente de tanto que chorava. Ashika abraçou o garoto na tentativa de acalma-lo e pareceu funcionar de alguma forma.

Só tinha uma pessoa que estava pior que Hihau, a May, ela se ajoelhou no chão, estava paralizada e eu não sabia o que fazer, então apenas ajoelhei ao lado dela e coloquei a mão em seu ombro.

- May?

- Samuel, o que eu faço agora? - Ela diz se virando lentamente para olhar para mim.

- Como assim?

- Que dizer, você já passou por isso não passou? Então você deve saber o que fazer.

- Você chora, eu acho.

- Eu choro? - Ela perguntou com os olhos já começando a se encherem de lágrimas.

- Sim May, você chora.

- Eu choro muito ou pouco? - Ela já havia começado a chorar desesperadamente.

Eu não sabia o que fazer, sabia como aquilo doía, mas não conseguia pensar em algo para tentar ajuda-la. Então eu apenas a abracei e ela descansou a cabeça no meu peito.

- Samuel, tá doendo, tá doendo muito, não para de doer, eu quero que pare, eu não vou aguentar, tá doendo muito.

- Você aguenta May, acredita em mim, você aguenta.

- Samuel eu não sei o que fazer, essa dor, ela dói tanto.

- Eu sei May, eu sei.