[CONCLUÍDA]
Yoongi nunca poderia ter previsto a chegada de Taehyung em sua vida. Suave e letal, como uma serpente sorrateira. Min não imaginava que ao assistir um rapaz tocando violino na varanda de um hotel, estaria selando seu destino junto ao del...
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Quando me vi tendo de viver Comigo apenas e com o mundo Você me veio como um sonho bom E me assustei, não sou perfeito Eu não esqueço
(O Teatro dos Vampiros - Legião Urbana)
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As luzes de Paris pareciam ofuscantes pela óptica de Yoongi, que estava preso dentro de um terno caro e um quarto de hotel de luxo. Seu assessor tagarelava sem parar sobre tudo e nada, sobre o evento daquela noite, as pessoas que estariam lá, sua próxima viagem, os próximos eventos, próximos shows. Eram muitas informações de uma vez, Yoongi se sentia cansado, sua cabeça parecia pesar uma tonelada. A janela estava aberta, as cortinas longas dançavam suavemente com a brisa e o rapaz permanecia congelado no sofá tendo que escutar Elijah falando como se fosse um robô.
O homem tinha um tablet nas mãos, pernas cruzadas e trajava um terno mais discreto que o do músico. Seus lábios se moviam, mas Min não conseguia ouvir nenhum som escapando dentre eles. Somente o eco da sua mente, o oco de uma alma solitária. Ele suspirou, desfazendo a geleira que envolvia seu corpo, desistiu de assistir seu assessor agindo roboticamente e caminhou até a janela do quarto. Havia uma pequena varanda ali, Yoongi respirou profundamente o ar noturno que a Cidade do Amor fornecia ao se escorar na grade.
As luzes ainda pareciam ofuscantes, os prédios sem graça e a noite ainda mais escura. Nem mesmo a Torre Eiffel parecia ter todo o glamour como nas fotografias para ser digna de prender sua atenção. Era somente uma pilha longa e brilhante de ferro. O rapaz suspirou novamente ao cruzar as mãos ainda escorado no parapeito. Desde quando suspirava tantas vezes assim? Se sentia o protagonista de um filme dramático e isso nem fazia sentido. Ele deveria estar perfeitamente bem, não? O que o incomodava tanto?
Os olhos pequenos e afiados vagaram pela abóbada celeste, procurando uma razão, uma resposta para todas as suas perguntas, mas só encontrou um manto negro e vazio. Quando desceu o olhar para frente novamente, sua atenção foi prendida numa movimentação na varanda do quarto à sua frente. Um rapaz passava pela porta de vidro segurando um violino enquanto cantarolava sozinho alguma música que a distância impediu de discernir. Havia algo na expressão dele que deixou Yoongi fascinado, além do fato dele estar segurando um instrumento tão delicado quanto aquele.
Mesmo vestido de preto da cabeça aos pés, ele parecia um raio de sol escapando pela fresta da janela de manhã. O rapaz posicionou o violino no ombro e Yoongi se perdeu na delicadeza de seus movimentos. Ele tinha os olhos fechados, então não percebeu estar sendo observado. Quando os primeiros acordes escaparam do instrumento, presenteado a cidade com uma canção suave e melodiosa que Yoongi desconhecia, mas passou a apreciar; ele vê algo reluzir em Paris desde que chegou. E era aquele rapaz, que mesmo dentro de uma camisa preta e uma boina na cabeça da mesma cor, parecia ter sido banhado em ouro em pó e cintilava como se fosse alguma criatura divina.