19. é a sua natureza ter espinhos.

185 30 3
                                    

Ah, não é uma pena que tenha acabado daquele jeito?Dissemos adeus para sempre, mas você nunca desfez as malasFomos ao inferno, mas nunca voltamos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ah, não é uma pena que tenha acabado daquele jeito?
Dissemos adeus para sempre, mas você nunca desfez as malas
Fomos ao inferno, mas nunca voltamos

(Jaded - Miley Cyrus)


Taehyung soltou um suspiro pesado assim que passou pela porta do apartamento que dividia com Namjoon. Os momentos ao lado de Cassandra se repetiam em sua cabeça como flashbacks em um filme, assim como as palavras e olhar duro de Jungkook. Retirou o casaco grosso, mas não teve forças para pendurá-lo no cabide. Encarou a maldita planta a sua frente e odiou-a sem motivo algum. Era sempre a primeira coisa que via quando entrava em casa, mas sequer sabia qual espécie pertencia, tampouco apreciava plantas.

Bufou, o problema não era aquele vaso, ou as folhas bonitas e sedosas. Ele estava irritado, sentia-se frustrado consigo mesmo. As soluções e as causas de todos os seus problemas estavam bem embaixo do seu nariz o tempo todo, mas não sentia que era tão simples assim. Sentia alguma coisa por Yoongi, queria procurá-lo e entender melhor isso. Queria andar pelo apartamento e procurar Namjoon para se desculpar por ser tão idiota, por afastar todos a sua volta e agir feito um cretino. Mas, seus pés continuavam cravados no chão, as palavras ficavam entaladas na garganta e nada saia.

Ele precisava de ajuda, mas não sabia como pedir e nem a quem.

O que havia de errado com a sua cabeça?

O rapaz suspirou cansado e pendurou o casaco ao lado do sobretudo de Namjoon. Sabia que o amigo já deveria estar em casa, e mesmo que isso não fosse o mais sensato a se pensar, desejou não encontrá-lo no caminho até seu quarto. Não sabia como encarar o olhar bondoso e decepcionado dele, não havia palavras que justificassem todos os seus erros. Então, fugir e evitar enfrentar tudo era a escolha mais agradável no momento.

Contudo, o destino sempre tem suas artimanhas para brincar com os sentimentos dos seres humanos, e Taehyung encontrou Namjoon sentado no sofá da sala segurando um dos cactos da sua coleção. O rapaz encarava a plantinha com um olhar perdido, como se conseguisse ver bem mais que uma bolinha verde espinhosa. Taehyung o encarou ponderando sobre o que dizer primeiro, por fim resolveu ser o mais patético que conseguiu:

— Oi... — exclamou, como o garotinho de seis anos que tinha medo de chuva e tentou pedir abrigo nos braços do pai, mas tudo o que recebeu foram gritos e palavras amargas.

Ele engoliu em seco, piscando os olhos repetidas vezes para tentar afastar aquela lembrança ruim da sua mente. Namjoon lhe encarou por trás das lentes dos óculos de grau de um modo quase penoso.

— Podemos conversar? — não foi uma ordem, Namjoon não foi rude ou ríspido como seu pai sempre era quando queria conversar. Seu tom era afável, suave, por isso não conseguiu negar e assentiu ao ocupar o lugar ao lado do amigo. — Estava com a princesa?

Vᴏʟᴜ́ᴠᴇʟ • ᵗᵃᵉᵍᶤOnde histórias criam vida. Descubra agora