[CONCLUÍDA]
Yoongi nunca poderia ter previsto a chegada de Taehyung em sua vida. Suave e letal, como uma serpente sorrateira. Min não imaginava que ao assistir um rapaz tocando violino na varanda de um hotel, estaria selando seu destino junto ao del...
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Meu coração, meu quadril, meu corpo, meu amor Tentando encontrar uma parte de mim Que você não tocou Desistiu de mim como se eu fosse uma droga ruim Agora estou procurando sinais Em uma boate assombrada
(Death by a thousand cuts - Taylor Swift)
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Yoongi se sentia sujo, ignóbil, envergonhado. Com os olhos vendados, ele foi cúmplice de um crime, beijando os lábios do inimigo, enquanto uma garota o esperava em outro país. O músico deixou que ele o tocasse como se fosse uma tela em branco, e foi tingido por todas as cores vibrantes com caneta permanente. Ele admirou cada trejeito do rapaz como se ele fosse um deus, construiu um altar em apenas uma semana e esteve bem próximo a se ajoelhar aos seus pés. Para então, descobrir a real face de Taehyung e seu jogo sujo e traiçoeiro.
Após aquela matéria recheada de hipérboles sobre como o londrino e namorado da princesa era perfeito, Yoongi não se contentou com uma única facada e foi além. Pesquisou mais sites, leu mais matérias e sentiu a dor dos mil cortes. Taehyung e Cassandra estavam juntos há mais de três meses, segundo os tabloides. Haviam fotos dos dois juntos espalhadas por toda a internet, comentários sobre como eles formavam um lindo casal, e uma entrevista com a princesa enaltecendo o rapaz como se ele fosse um príncipe de verdade. Era demais para Yoongi, se continuasse lendo aquelas coisas iria acabar se jogando da janela do seu apartamento.
E foi assim que acabou naquele bar, três dias depois de voltar a Nova York. Sentindo-se o mais miserável dos homens, procurando sua dignidade no fundo de um copo de uísque e se culpando por ter ignorado todos os sinais que Taehyung deixou durante aquela semana. Se martirizou por ignorar os alertas de Elijah, se odiou por ter se apegado tanto, e por ter gostado de estar nos braços daquele homem perverso. Se arrependimento matasse, Yoongi estaria estirado no chão daquele bar, afogado em álcool e com flores escorrendo pela boca.
O músico tomou o restante do líquido âmbar de uma vez, sentindo-o descer queimando pela garganta, mas não aliviou o incômodo no peito. Pensou em pedir mais uma dose para tentar apagar o sabor do beijo de Taehyung dos lábios, e esquecer o som do seu riso, mas não o fez. O relógio no seu pulso dizia que deveria ir embora, e Elijah o mataria se alguém pegasse o pop star caindo de bêbado por aí. Então apenas ficou parado, encarando o copo vazio como se ele fosse um objeto digno de admiração.
Até que uma movimentação atrás de si lhe chamou atenção e ele encarou a porta sendo aberta, parecia um casal comum entrando no bar, mas Yoongi congelou ao se dar conta de um fator. A fragrância adocicada, com notas florais brancas, dançava pelo ar com a suavidade de uma serpente, transpassando o cheiro de álcool do lugar. Quantos nova yorkinos poderiam usar aquele perfume? E qual a chance de reencontrar o vilão e protagonista dos seus pensamentos ali? Mínimas, mas, como se estivesse de fato em um filme dramático, lá estava Yoongi encarando um rapaz como se visse uma assombração. A boca secou, o coração acelerou, e ele quis sair correndo.