Retomando...
*Pov Marília Mendonça*
Ontem estava tão exausta que apaguei, não sei por quanto tempo dormi, mas Maraísa não estava mais ao meu lado e um raio solar vindo da brecha da janela com vista para o mar, atravessava o pequeno quarto de um lado ao outro. Me virei para o lado e dei um duplo click na tela do celular para ver o horário, mesmo com os olhos irritados com tanta luz pude ver os grandes números na tela, eram 11h e alguns minutos, que, sem óculos, não conseguia ver muito bem. Levantei e caminho até ao banheiro para tomar banho, hoje voltaríamos para casa. Tomei meu banho e vesti uma blusinha amarela com umas mandas bufantes e coloquei uma calça jeans, no pé meu ténis personalizado onde estava escrito, "mãe do Léo". Fui até á cozinha beber água e estranhei, Maraisa não estava em nenhum canto do chalé, nem na sala nem na cozinha, nem no quarto, nem no banheiro, nem na varandinha, nem mesmo lá fora. Bom, talvez ela tenha saído para dar uma volta, ou até mesmo para encontrar com Eduardo. Não esqueta com isso Marília, repetia imensas vezes para mim mesma mentalmente, minha namorada estava por ai sozinha num lugar que nenhuma de nós conhece direito e não deixou nem uma mensagem no meu celular avisando.
Passados alguns minutos, fiquei mexendo no celular sentada num dos puff que ficavam no chão da sala substituindo o sofá, ouço vozes na porta do chalé, e uma das vozes eu reconheço de imediato, levanto quase que num pulo e olho pelo olho mágico da porta vendo Maraísa numa conversa entretida e bem engraçada, presumo, pois Maraísa dava altas risadas, com uma loira alta e magra, bem bonita, mas também, bem artificial. De longe dava para ver que quase tudo nela era implante ou cirurgia. Eu fiquei grilada com a visão delas conversando, a moça olhava para Maraisa de maneira estranha e eu sinto cheiro de puta de longe.
Sentei de novo no sofá porque se ficasse ali ia acabar por abrir a porta e bater naquela loira oxigenada, fiquei esperando o bom senso de Maraisa para entrar na porra do chalé e ficar com a namorada no lugar de ficar á porta falando com uma vadia qualquer. Passaram 5...10...15...20 minutos e nada da bonita entrar. Mandei o meu autocontrole para a puta que pariu e abri a porta.
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*Pov Carla Maraisa*
Acordei cedo como de costume e deixei Marília dormindo, resolvi ir até á padaria dali, mas não sabia me localizar, o mais longe que fui foi até ao bar então entrei nele, talvez pudesse pedir ajuda ao Eduardo. Perguntei onde ficaria a padaria e ele se ofereceu para me levar lá, então apenas aceitei. Iria na padaria apenas para comprar algumas coisas para o nosso café da manhã, visto que não havia nada na cozinha pois só estávamos passando uma noite ali.
Chegando na padaria, Eduardo se despediu e pediu que ligasse caso precisasse de uma carona para voltar. Entrei e peguei algumas coisas que Marília ama, como pão de queijo, pão francês quentinho com manteiga e suco de uva, o preferido dela. Quando estava indo pro caixa acabei esbarrando em alguém, olhei para ver quem era e me deparo com ninguém mais ninguém menos que Catarina, uma amiga antiga com quem tive ficando ou de rolo por um bom tempo, Cata logo colocou conversa e eu acabei ficando um bom tempo naquela padaria, apenas conversando com ela. Olhei meu celular e quando vi que perdi a hora falei para Cata, que se ofereceu para me guiar até ao chalé, ela morava por ali, então aceitei e passados uns 30 minuto chegamos na frente do chalé e acabamos ficando fofocando mais uns 20 minutos, até que Marília abriu a porta com o sorriso mais falso do mundo no rosto. Só pensei em uma coisa, FUDEU!
— Oi amor!- disse entre dentes, com certeza ela sabia que eu tava ali com Cata faz tempo.- finalmente chegou, pensei que tinha se perdido, já ia ligar pra policia pra te procurar...- disse cínica me puxando pra um abraço, mais apertado do que devia.
—O..oi Lila- droga, gaguejei- Fui comprar umas coisa para o café da manhã na padaria, Edu me levou e acabei esbarrando com a Catarina , uma...fican...amiga, sim, uma amiga de adolescência.- ri nervosa coçando a nuca, sendo que nem tinha coceira ali.
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Irony of fate (pausada)
Fiksi PenggemarDuas grandes mulheres, em diferentes patamares, com personalidades completamente diferentes e áreas diferentes de trabalho. Mas o destino é incerto nunca saberemos o que ele nos reserva... Carla Maraisa, 29 anos é pediatra. Marilia Mendonça, 23 ano...