*Pov Carla Maraisa*
--Mamãe!- o menino exclamou chorando muito e colocando as mãozinhas na barriga.
--Tira a blusinha dele, por favor- pedi e ela rapidamente tirou a blusa do garotinho que suspirou aliviado.
--Tá melhor meu amor?-perguntei indo em direção ao pequeno-Eu me chamo Maraisa, mas como você é muito fofo, pode me chamar de Mara ou de Isa, eu vou cuidar de você.- me apresentei para o garotinho que estendeu os bracinhos para que eu pega-se ele no colo e assim eu fiz.
--Titia Malaisa, dódoi na "biga" e na "beça".
--Eu cuido de você Léozinho, não se preocupa.- acalmei ele passando a mão em seus cabelos clarinho quase tanto como os da mãe-É Léo, parece que você vai ter que ficar no hospital uns dias para poder se recuperar- constatei depois de fazer um diagnóstico.
--Não titia Isa eu tenho medo-- ele falou com o pânico estampado no rosto.
--Calma, eu vou ficar com você - falei passando a mão nas costas do pequeno que continuava no meu colo envolvendo meu pescoço em seus bracinhos-- eu e sua mamãe, está tudo bem pequeno- fiz cafuné nos seus pequenos cabelos enroladinhos e castanhos claros.
--Agúia titia Isa- ele falou colocando o indicador no braço para simular uma agulha.
--Não confia em mim Léo?-- perguntei levantando a sobrancelha.
--Confio, sim- ele respondeu apertando mais seus bracinhos no meu pescoço.
--Então não tenha medo Léo, não deixo ninguém te fazer mal.- ele apenas assentiu e deitou a cabeça no meu ombro e assim adormeceu novamente.
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*Pov Marília Mendonça*Maraisa falou comigo depois que o Léo dormiu no colo dela, assim como eu, ela também reparou no clima que teve entre a gente, ainda mais agora que o Léo, meu neném, vai ter que ficar internado. Ele está um pouco desidratado e com falta de nutrientes no corpo, depois que Maraisa me explicou, o que ia acontecer, o tempo que ele vai ficar no hospital e o porquê dele ter que ficar aqui, a gente foi até ao quarto onde o Léo ficaria pelo menos uma ou duas semanas, umas semanas bem longas porque, Maraisa pediu que ninguém cuida-se do Léo sem ser ela e quem respirá-se perto dele que não fosse eu, ela já brigava e também pediu que desmarcassem todas as consultas que ela teria e passasem para outros médicos até que o Léo pudesse sair do hospital.
Maraisa, deitou o pequeno na cama do quarto de hospital onde ele ia ficar, ela parecia distante e pensativa, respirei fundo e naquele quarto só se ouviam nossas respirações, estava sendo muito sofocante ficar ali em silêncio, eu pensei porque não colocar o papo em dia. Ri sozinha com os meus pensamentos idiotas.
--Maraisa.- chamei tirando-a dos seus pensamentos.
--Sim?
--Não vão descontar do seu salário?- não queria que ela se prejudica-se por minha causa.
--Porquê?- ela me olhou confusa.
--Por ter dispensado todas as consultas que tinha.
--Ah, por isso, não vão não! Sou chefe da parte de pediatria do hospital e mesmo, meu pai é dono desse negócio.
--Obrigada, por cuidar dele e se preocupar- me levantei e involuntáriamente dei um abraço nela que foi correspondido.
--Eu e ele nos demos muito bem, até demais quando você sair do quarto por um milésimo de segundo a gente já vai ter quebrado tudo.- ela falou rindo, e que risada gostosa meu Deus.- Ele é especial, não sei como mas algo dentro de mim me diz que esse garotinho é especial.
-- O meu filho veio num momento muito ruim, numa fase muito ruim da minha vida e quando ele chegou, alegrou todo o mundo, eu dou minha vida por ele, ele é mais do que especial. Eu e o pai dele é um assunto meio confuso, a gente se ama, mas não no sentido literal, por assim dizer. Nós somos muito bons amigos, perfeitos irmãos mas como namorados não rolava por isso nós estamos separados desde o 3º mês de vida do Léo, o pai dele continua a ir lá a casa frequentemente ver o filhão dele, não quero um Léo com o pai ausente e de qualquer das maneiras Murilo é meu amigo.- não sei o deu na minha cabeça para desabafar assim com uma completa desconhecida, eu só sabia o nome dela...- Desculpa, chatear você quem quereria saber da minha vida frustrada- falo com um sorriso bobo e baixo a cabeça.
--Pode desabafar, pode me contar tudo, podemos ser amigas, não me incomodo com seus desabafos, faz bem jogar as coisas fora e pela sua cara, você tá precisando. Minha irmã é psicóloga- ela deixou uma risadinha baixa ecoar pela sala, e se levantou se aproximando de mim.
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*Pov Carla Maraisa*
Me aproximei dela e a abracei, ela tinha dos melhores abraços do mundo, eu viveria naquele abraço para todo o sempre se eu pudesse. Eu não acredito no que estou fazendo. Sai dos meus pensamentos, quando ela deitou a cabeça nas minhas pernas e chorou, ela estava precisando daquilo, ela precisava colocar tudo para fora e eu estava ali para ouvi-la e ajudá-la.
Ela acabou por adormecer depois de chorar, ela chorou tanto que minhas pernas ficaram vermelhas onde estava o rostinho dela, sai de onde estava e delicadamente coloquei um travesseiro em baixo da cabeça dela e a ajeitei no sofá que tinha no quarto de hospital, tirei o sapato dela sem ela acordar e fui pegar as vitaminas para colocar no soro do Léo. Virei as costas para sair do quarto, quando sinto umas mãos segurarem minhas pernas, olhei para baixo e era o Léo com o rostinho inchado do sono. Me baixei ficando no nível dele e peguei ele no colo, ela passou os seus pequenos bracinhos pelo meu pescoço e deitou sua cabecinha em meu ombro.
--Titia Isa, não vai embola pufavo- ele pediu apertando meu pescoço mais forte.
--Eu não vou embora pequeno, eu vou buscar suas vitaminas para você ficar fortão.- falei colocando ele denovo na caminha dele.
--Voxê volta?- não sabia o porque ele tinha tanto medo que eu não voltasse, talvez ele tivesse gostado de mim assim como eu gostei dele.
-- Claro meu amor- dei um beijinho na bochecha do pequeno e me retirei.
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continua...
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Irony of fate (pausada)
Hayran KurguDuas grandes mulheres, em diferentes patamares, com personalidades completamente diferentes e áreas diferentes de trabalho. Mas o destino é incerto nunca saberemos o que ele nos reserva... Carla Maraisa, 29 anos é pediatra. Marilia Mendonça, 23 ano...