The day after

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A primeira coisa que notou quando acordou foi que o mínimo de luz ainda lhe irritava os olhos e a cabeça latejava de modo inacreditável.

A primeira coisa que notou quando conseguiu abrir os olhos foi que tinha outro rosto a centímetros do seu próprio deitado na cama consigo.

O grito morreu na garganta, mas o reflexo do corpo não, e o empurrão acidental não foi violento (a dor de cabeça foi esmagadora assim que moveu os braços), mas foi o bastante para acordar o outro moço.

Apesar na névoa mental, lembrava que era da unidade. Tinha a pele bastante escura, e cicatrizes nos braços e uma no rosto. E estava deitado consigo numa cama estreita.... e onde estava seu casaco?

-- Ah, acordou. Cê tá bem?

O impulso foi de só levantar e fugir, mas aquele moço estava entre si e o chão da porta, ia ter que literalmente passar por cima.

Caralho! Tinha como esse latejo da porra parar?!

-- Tá doendo?

-- Que que importa? Que tá fazendo aqui? Na mesma cama?!

-- ... Tenshi, certo? Tô aqui porque é meu quarto. -- o outro moço falou, com casualidade apesar da frase o deixar de estômago pesado -- Você está aqui porque te achei mais pra lá do que pra cá e não achei seu quarto, e na mesma cama porque é minha e eu também tinha bebido.

Tom ouvia as palavras, mas mal registravam. Se sentia tonto, e a cabeça estava o matando, mas ainda tentou fazer uma análise rápida. Não havia dores em partes suspeitas, exceto talvez a garganta, mas ia fundo e bebeu então poderia ser vômito... o lugar cheirava a vômito?... mas falta de dores não necessariamente significa nada aconteceu... espera, ele não é daquele trio?... é sim, o caralho que não era - dor de cabeça do caralho! - é perfeitamente possível acontecer alguma coisa e disfarçar - mas a cabeça latejando? - mas estava na mesma cama - sem encostar apesar de ter a finura de um cu de agulha - mas estava na mesma cama! - mas-

Sentiu dedos tocarem seu cabelo, e os afastou com um tapa, só para assustar mas que deu a sensação de ter sacudido os miolos.

-- Não encosta a porra de um dedo em mim!

-- Hey, só achei que estava doendo. Você não me respondeu mas ficou aí com cara de sofrido...

-- Deixa! Ontem não deu?!

-- Ontem...? -- de algum modo, a confusão do momento o deixou irritado -- Eu não encostei em você ontem. Quer dizer, encostei, mas não desse jeito.

-- Tirou a porra do meu casaco e quer que eu acredite nesse caralho?

-- Eu tirei seu casaco porque tava vomitado. Ou melhor, tá. -- falou, e indicou a roupa em questão em um dos cantos; apesar da dúvida, Tom se perguntou se havia o irritado e se devia acalmar...

Eu ainda nem sei o que aconteceu e já quero trégua?!

--Se não acredita, vai na meistra, ela acha sinais desse tipo de coisa rapidão.

Como num convite, o outro moço levantou, lhe dando o espaço que precisava para levantar. O faz depressa, agarra o casaco, e corre o quão depressa pode para a ala onde meistres vez ou outra atendiam trabalhadores e estudantes... era a ideia, a realidade foi que a tontura piorou quando levantou rápido e tentar andar imediatamente o fez sentir como toda a metade de cima do corpo estivesse tentando ceder de vez, com o cérebro tentando estourar em mil pedaços e o estômago revirando mesmo vazio demais para vomitar.

-- Realmente não quer ajuda?

-- Não! -- saiu mais num choramingo do que o tom firme que tinha intenção. Pelo menos não veio de novo e permitiu andar mais devagar do que gostaria. Que diabos, tinha que se proteger primeiro, mas podia perder o início da aula, mas talvez não perdesse nada demais mas talvez perdesse mas podia tomar uma aspirina e apressar o passo mas que latejo irritante mas melhor do que-

Tales Of EsterpeOnde histórias criam vida. Descubra agora