Erratic

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Sauman nunca foi o lugar mais fácil do mundo de se ganhar, entre uma geografia confusa e um solo que exige um mínimo de conhecimento para trabalhar em cima sem estragá-lo, mas era parte de uma nação, com sensação de pertencimento e história comum, mesmo as dificuldades sendo uma parte do "normal" de quem lá nascia, ainda era um lugar do qual que muitos tinham orgulho de admitirem serem parte.

Ainda era de arrancar os cabelos ter a fronteira violada.

O meio foi tão direto que sentiu vontade de rir: outra terra fronteiriça  quase foi incendiada por se recusar a passar um números de acres, então prenderam os responsáveis e forçaram rendição na família responsável pela área.

Tomar à força parte de um território tanto ou mais fodido quanto a terra azeda de Trinorth. Petyr riria se não fosse de dar raiva.

O primeiro pensamento que emergiu foi retaliação. Estavam procurando as respostas que aquelas hidras queriam tanto, e em resposta um aliado foi rendido. Mas aquilo precisava de aprovação, muita aprovação. Querendo ou não, não era o único do qual aquela decisão dependia.

... que porcaria.

Bom, foi assim por séculos, se um quarentão que nem nome não entre os três mais genéricos tem tentar pular a frescura, vão jogar tudo que é nome feio em sua direção, e realmente não precisa disso numa questão como essa.

Teria que esperar de qualquer jeito, então terminou outros documentos antes de pegar a mensagem e aguardar no salão, só se contando para olhar o espelho. Tinha que mostrar dignidade, mesmo que as olheiras e outros sinais de estresse estivessem predominantes o bastante para o escuro da pele não ser mais o bastante para disfarçar.

"Conselho" era a palavra constante, a primeira variava tanto que nem Petyr se incomodava de lembrar. Alguns dos mais velhos tomavam aquilo como um sinal de irresponsabilidade, Petyr achava aquilo uma frescura.

As pessoas que participavam além de si eram objetivamente boas escolhas, o objeto em questão as localizações geográficas e históricos familiares - um pouco complicado colocar rédeas em alguém que tem domínio obre uma rota comercial ou de circulação, porém os pais e avós eram hostis de alguma maneira a imposições de poder centralizado.

Treze pessoas, seis nobres em cada lateral, Petyr na parede do fundo. Posicionamento que provavelmente era para ser simbólico, mas para si era um modo de ficar no meio da atenção sem conseguir prestar atenção a todo sinal que aparecer.

-- Boa noite a vocês. -- Petyr começou, no tom que foi praticado desde que não havia um zero atrás do quatro -- Creio que vocês já tenham conhecimento da situação atual, mas, para evitar constrangimentos, -- já que a maioria de vocês provavelmente não sabe ou sabe mas não prestou atenção -- a nossa fronteira foi violada. Depois de semanas de acusações infundadas, alguém decidiu direcionar sua raiva ao alvo errado, forçando um de nossos irmãos de Fai a se aliar a eles para manterem sua casa, talvez vida, como retaliação.

Fez uma pausa, observando as reações ao redor. Um ou outro com sinais sutis da irritação que inevitavelmente se sente ao receber informação repetida. 

Vejo quem dá importância às minhas mensagens. Putos.

-- Já possui algum plano de retaliação? -- uma mulher perguntou.

-- É muito recente para algo sólido, e é necessário buscar meios que não causem drenagem de recursos. -- Petyr respondeu -- Um meio diplomático seria ideal, porém é claro que não há muita paciência para buscar negociações.

-- Em outras palavras, escolher entre uma potencial drenagem ou passar para forasteiros a mensagem de que somos fracos e podem se safar com o que bem quiserem. -- falou um dos homens. Petyr não sabia se desgostava do comentário óbvio ou agradecia sabendo que para alguns é preciso soletrar.

-- De certo as províncias  próximas já estão se preparando para uma investida em breve, correto? -- uma segunda mulher.

-- Correto. Mas ainda focadas em defesa. Difícil de manter se buscar evitar perda significante. É um muro estreito de andar. -- Petyr falou, as palavras dando-lhe uma sensação estranha na língua.

-- Não há muro algum. Nos acusaram de terrorismo e invadiram uma província. É tolice buscar um compromisso em um cenário tão errático, além de um desperdiço de tempo e esforço.

A discussão prosseguiu, medindo prós e contras. Era como andar sobre vidro, especialmente com mais ocorrências acontecendo em múltiplas fronteiras. O melhor a se fazer era revidar 

Depois de dispensar os outros, Petyr voltou para câmara, as forças mais drenadas do que nunca. Não que pudesse deixar outros verem, voltariam a lhe infernizar para arranjar uma noiva.

Era isso então? Uma terra desolada contra a outra?... Era ruim que o pensamento lhe incomodava menos do que deveria? Provavelmente.

Havia a vantagem do calor, mas magia sozinha não determinava vitória ou derrota.

Teria que resolver isso nos próximos dias, por enquanto precisava de seu descanso.

Não que fosse ser o bastante para melhorar coisa alguma.

Tales Of EsterpeOnde histórias criam vida. Descubra agora