One week later

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Prosseguir apesar de tudo parecia contra intuitivo, e Ricky não estava com muito humor para uma festa, mas imagem pública era uma necessidade, então seu debut não seria adiado nem por um dia. 

Então, ali estava, seu acompanhante o ajudando a pôr sua roupa de debutante e arrumar seu cabelo.

A parte interna era clara, azul por alguma frescura com cor dos olhos, então um colete com desenhos, feito com intenção de aparecer para mostrar os materiais, por cima um casaco longo no tom marrom da família, pensado em como naquele dia seu lugar e importância naquela família seriam oficialmente reconhecidos. As calças e os sapatos foda-se, eram outra exibição de materiais.

Apesar que, naquele contexto, mais parecia como se dissesse "a filha sumida não importa, eu tenho outros".

-- Acha que consegue ir até o fim? -- seu acompanhante, Dominic, perguntou com um tom manso. Ah, jovem Nic, talvez o único se importando de verdade naquele dia -- Não quer que eu fale que está indisposto?

-- Nah, não quero lidar com papai se deixar cem nobres decepcionados depois do trabalho todo. Eu vou sobreviver, Nic, não é o pior que me acontece.

Nic assentiu, parecendo desconfortável. Aqueles olhos grandes eram muito expressivos, o deixavam quase impossível de mentir. Para Eric, era possivelmente a característica que tornou mais fácil criar amizade.

Os dois deram os braços, então saíram do quarto em direção ao salão. No corredor, havia o início de um tapete cinza e marrom, que até Ricky sabia que era uma combinação tosca, mas simbolismo ou que quer que fosse. Foi seu comando para ajustar sua postura e compostura antes de chegar à escadaria.

Abaixo, o salão parecia muito melhor do que aquele tapete tosco. Haviam mesas com vasos de flores e pratinhos com doces, cada mesa com uma garrafa de vinho espumante (se uma coisa específica podia ser chamada de esbanjo, era aquilo, eram pelo menos dez mesas), cortinas que pareciam véus penduradas nas paredes, um grupo de músicos... O tipo de coisa que pensar sobre deixa qualquer um com insônia depois dos doze anos de idade. Em um dos lados os homens, no outro as mulheres, os entre ou além no lado necessário para deixar as fileiras em comprimento igual.

-- Grandiosidades, -- um dos mordomos anunciou quando apareceram no topo das escadas -- Lord Eric Kitawa.

Como algo ensaiado, os convidados começaram a aplaudir. Tomou bastante força para não terminar de abraçar Dominic. Os dois desceram lentamente, o sons de aplauso se reduzindo a cada degrau até ser reduzido a silêncio quando chegaram ao piso.

Eric não sabia se deveria aproveitar ou se envergonhar do momento em que sentiu a presença da sua fantasia dos últimos dois-quase-três anos, a sensação de poder e importância de ter vários olhos direcionados a si, em saber que por sua causa mais pessoas do que era capaz de se importar estavam no mesmo lugar.

A confiança do momento reduziu quando, no piso, os braços dados foram soltos, mas prosseguiu como se não tivesse ocorrido, em direção a seu pai, que o aguardava no final do tapete com uma trouxa branca nas mãos.

Ao chegar, fez uma reverência respeitosa, e o rei o fez se erguer pondo uma das mãos sob seu queixo.

-- Eric, você se admite parte desta comunidade e aceita os deveres e direitos que vêm com tal associação?

-- Eu me admito parte desta comunidade e aceito os deveres e direitos que vêm com tal associação,

No final do pronunciamento, Phebo desenrolou a trouxa para revelar um camafeu - uma joia grande, com o exterior frontal feito em cobre, um leão com pelos de ondas respingando desenhado em relevo - e o pôr em seu pescoço. Ricky se virou para encarar a multidão e o exibiu com o orgulho que pôde juntar enquanto voltava para seu acompanhante, as duas fileiras se juntando atrás de si. Quando se juntaram novamente, os músicos começaram a tocar, e o primeiro turno iniciou. Aquilo era comum, mesmo nos que possuíam prometidos, mais uma formalidade do que qualquer outra coisa, de motivação semelhante à seleção de acompanhantes em si, se podendo se tornar complicada quando eram duas damas dançando.

As duplas rodaram pelo comprimento da música, a familiaridade trazendo conforto. Quando a música acabou... outra começou, mas sem obrigatoriedade. A próxima obrigatória só vinha bem depois, não considerando alguma que pedissem para dançar consigo e trouxesse obrigatoriedade social que o impedia de dizer não. No lado positivo, espumante era gostoso.

Horas foram passando, a alegria do momento flutuando como folhas sobre um rio. Aborrecido, aproveitando, apreciando, triste, contente, exausto e querendo ir para seu quarto - um diferente para cada meia rodada.

"Você quer dançar comigo?" era possivelmente a única pergunta honesta. Ninguém se atrevia a mencionar Elena. A comida era incrível, mas era às vezes necessário uma segunda mordida para apreciar. Pilha de presentes se formava em dois cantos do salão.

Estava começando a cansar, mas não achou ruim quando, ao olhar de quem era a mão estendida, viu o rosto de Dominic.

-- Vai dançar comigo, Lord Eric?

-- Eu já dancei contigo, não vai ser inapropriado?

-- Provavelmente, mas eu quero te levantar o espírito, e... -- foi visível, muito visível, que levou força não olhar ao redor -- ... eu tenho minhas dúvidas sobre se você se importa.

Eric aceitou a mão, mas não puxou Nic. A música seguinte não era o tipo de se dançar segurando um ao outro, mas acompanhar os movimentos, com o mais próximo se sincronia que pudessem.

-- Eu vi que você parece perturbado. -- Nic murmurou, com certeza sem querer arriscar atrair atenção, mesmo sob o som da música e pessoas conversando. -- É sobre a sua irmã?

-- Como se pudesse não ser. -- respondeu, em semelhante tom baixo por respeito -- Faz pouco tempo.

-- Eu não vou fingir que entendo, então por favor não leve muito a sério, eu só lamento que isso venha na sua noite.

-- Eu fico mais preocupado com quando não vem, Nic, e eu fico feliz de estar aqui. Isso me faz um irmão ruim?

-- Hm? Não, não acho que faça. Hoje era para ser uma noite feliz, foi feita para passar alegria, e você às vezes sente alegria. É perfeitamente lógico.

Foram horas até poder voltar para seu quarto, mas não queria ter que lidar com outro entra-e-sai, então tomou o meio ele próprio: depois de furar três dedos com uma faca (sob o olhar desaprovador de Phebo), fez duas poças sob as duas pilhas e as arrastou consigo, seu acompanhante atrás, pegando os três ou quatro que caíram fora.

-- Finalmente solto? -- Nic perguntou assim que a porta fechou.

-- Finalmente. -- Ricky respondeu se permitindo desfazer o sorriso.

-- Conseguiu gostar?

-- Em parte... -- um tentáculo de água saiu da poça e tirou um presente de uma das pilhas, que pegou com as mãos e abriu. Era uma caixinha de música, um leão dormindo entre dois rios feito em madeira e pintado rico em detalhes, os rios "fluindo" a ilustração de quando a música tocava -- É gostoso me sentir importante, eu acho.

-- Onde quer que ela esteja, talvez esteja tendo importância. -- Nic disse, pondo a mão em um de seus ombros.

Eric escolheu acreditar.

Nas semanas seguintes, nada mudou, nenhum evento que fizesse parte, nenhuma responsabilidade para evitar que "estrague tudo".

Enorme importância.

Tales Of EsterpeOnde histórias criam vida. Descubra agora