Toda essa coisa está fora de controle.Talvez seja hora de arrumar um namorado, ou até mesmo recorrer ao horrível 'sexo sem compromisso', porque se continuar nesse caminho logo acontecerá alguma merda.
Tudo por causa daquela excitação absurda. Não pode ser normal essa libido, essa vontade insuportável. Não com essa frequência. Não importa o que a médica diga, não pode ser normal.
Mas se apenas duas pessoas me atraem, duas que não posso ter, o que eu posso fazer além de saciar o desejo sozinha? Quer dizer... ontem não foi exatamente sozinha, teve aquela ajudinha de ChatNoir, uma ajudinha que não resolveu nada do meu problema, mesmo que tivesse me feito ver estrelas até desmaiar de cansaço, mas no dia seguinte... tudo igual! ou talvez ainda pior do que nos dias anteriores.
Quando acordei pela manhã, nua em minha cama molhada, ao lado de ChatNoir, nem lembrava de ter dormido, mas lembrava da sensação de satisfação, e dos vários orgasmos, no que tinha sido com certeza minha seção mais imaginativa. Sonolenta, nem pensei na possibilidade daquilo ter mesmo acontecido.
Apesar de ter que trabalhar em breve, peguei ChatNoir, pensando em aproveitar as lembranças do prazer na noite anterior, mas um bilhete na mesinha de cabeceira me chamou a atenção.
"Desculpe ir embora, mas não podia ficar sem comprometer minha identidade. A noite foi divertida"
Somente então caiu a ficha: aquilo realmente tinha acontecido, eu e Chat realmente...ao menos o que tínhamos feito não era sexo, era? Quer dizer, ele nem tirou as roupas, tirou apenas as luvas, PARA ME FODER COM OS DEDOS!!
Afundei a cabeça no travesseiro e gritei. Um grito de vergonha pelo que fiz, e pelo medo de encarar ChatNoir novamente. E naquela hora até mesmo ter o vibrador com seu nome me pareceu errado, embora minha indecência não fosse culpa dele, mas toda minha, por deixar fantasia se mesclar a realidade.
Mas... tinha sido tão errado assim? Quer dizer; eu era solteira; Chat, até onde sei, era solteiro; eu queria fazer isso a algum tempo; ele quem propôs; como ele mesmo disse, amigos fazem isso toda hora; e o melhor, ChatNoir era realmente bom nisso, bom o suficiente para ter um massageador com seu nome.
Tudo o que tinha para me arrepender é ter apagado depois de alguns orgasmos, quando poderia ter aproveitado todo o resto, ter finalmente tirado aquelas roupas. Parte de mim me condenava por aquele pensamento, quando já sabia o que acontecia ao me envolver com ele, mas outra parte queria muito não ter dormido. Porque por mais que pudesse me satisfazer sozinha, nunca era a mesma coisa que sexo, ou até mesmo do que aquilo que fizemos no dia anterior, como se fosse uma "amostra gratis" do que ele poderia fazer comigo.
A noite passada, a manhã ocupada antes do trabalho, essas coisas deveriam acalmar aquele desejo. E talvez realmente tivesse ajudado, não fosse o trabalho ingrato que me esperava na Agreste naquele dia. Adrien, praticamente nu, era mais do que eu poderia lidar, mesmo antes dessa bagunça toda começar. Tentar conversar naturalmente parecia impossível, fazer meu trabalho sem tocá-lo, não esquadrinhar cada curva de seu belo corpo de modelo, ali, ao meu alcance. Não apreciar sua pele arrepiada pelo ar condicionado, e o volume indecentemente marcado na cueca branca, mas mais indecente era meu pensamento, pois o que mais desejava era passar ali minha língua, e descobrir se sentiria seu sabor sobre o tecido. Era impossível. Só pude respirar em paz quando Adrien precisou ir ao banheiro. Mesmo esse momento não tenha durado o suficiente, porque minha imaginação pervertida me mostrava imagens dele, com a cueca baixada e o penis na mão, podia até mesmo ouvir o som de sua respiração entrecortada e do friccionar de pele contra pele.
Aquele provavelmente foi meu momento de maior insanidade, porque enquanto Adrien estava no banheiro, inocentemente alheio aos meus pensamentos sórdidos, eu olhei ao redor e me senti segura o suficiente para testar meu novo acessório.
Depois do fiasco com o vibrador, que Adrien encontrou em minha bolsa e ingenuamente tomou por massageador, me forcei a trocar aqueles brinquedos por algo menor e mais discretos, que jamais seria encontrado entre meus pertences, pois ficaria guardado em seu lugar de maior utilidade, facilitando seu uso.
Pesquei em minha bolsa o controle do bullet e o liguei, aumentando a potência já no início, ciente do pouco tempo que dispunha e precisando saciar urgentemente minha vontade.
Talvez pelo absurdo da situação, por estar no escritório de Adrien, com seu cheiro dominando o ambiente, o modelo a poucos metros de distância, mas o pequeno vibrador me levou ao delírio rapidamente. Tão rapidamente que quase esqueci de Adrien no banheiro ao lado.
Eu já o tinha testado em casa, parecia quase inofensivo, apenas o suficiente para diminuir meu desejo, nada tão avassalador quanto ChatNoir. Mas ali, tão confortavelmente encaixado que eu tinha até mesmo esquecido sua presença, e em um ambiente onde a qualquer momento eu poderia ser interrompida, aquele minúsculo vibrador parecia muito mais efetivo que em meu quarto.
Me empertiguei na cadeira, cruzando as pernas e apertando ainda mais o bullet conforme meu corpo relaxava pelo prazer. Pega de surpresa pela eficiência de meu novo brinquedo, cantarolei, disfarçando assim um gemido alto que tinha me escapado dos lábios. Tratei de me manter calada, mordendo o lábio para não proferir qualquer outro som, apenas meus dedos cravados no braço da cadeira, e eventualmente meu revirar de olhos, indicavam o que eu sentia.
Imaginei como seria deixar que Adrien me visse, me visse de verdade, não como na outra noite, em que me levou ao orgasmo sem ao menos notar.
Em minha imaginação ele estava no banheiro se masturbando, o que faria ao me descobrir em sua sala fazendo o mesmo? Será que, como ChatNoir, também me ofereceria ajuda? Ou nem ao menos notaria, como na outra noite?
Estava tão perdida na fantasia que levei um momento além do necessário para notar a maçaneta do banheiro, e para conseguir segurar o controle e desligar pequeno vibrador. Para minha sorte era fácil disfarçar, ao menos para ele, que parecia tão alheio ao prazer feminino, quanto tinha parecido na outra noite. Mas que não parecia Igualmente alheio quanto ao próprio prazer, pois a expressão envergonhada, o rosto corado e até mesmo o volume semi adormecido, pareciam indicar que até mesmo Adrien Agreste, o garoto perfeito de Gabriel, também se masturbava no trabalho.
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Indecente
FanfictionIndecente. Totalmente errado. Um absurdo. E ainda assim lá estava ela, trancada naquele banheiro minúsculo enquanto gemia o nome de ChatNoir. As roupas jogadas no chão enquanto cravada as unhas na própria coxa.