Meio irritante

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Talvez aquilo ali já fosse passar dos limites.

Não, não era uma dúvida. Aquilo era realmente passar dos limites.

Mas não era como se eu nunca tivesse usado um vibrador antes, ou usado um no trabalho, embora aquele era um pouquinho exagerado, com toda certeza, mas era um presente, quem se recusa a usar um presente?

Talvez Chat pudesse ser menos exigente nas condições, mas eu mesma tinha pego pesado na outra noite, e todo prazer que teve foi o que ele mesmo se proporcionou, embora aquilo fosse em parte sua escolha. Ele mesmo tomou a decisão de ir embora, logo após chupar meus dedos com tanta vontade que quase pedi que chupasse outra coisa.

Tive que me contentar em terminar a noite sozinha, com meus brinquedos comprados, lamentando ter deixado Adrien na gaveta do trabalho, porque embora houvesse outros consolos, era aquele meu favorito, e fazia um par perfeito com ChatNoir.


A recusa de Chat em ficar comigo na noite passada tinha sido decepcionante, mas não o suficiente para me impedir de pensar nele durante os muitos orgasmos que me dei antes de dormir. Depois teve a surpresa ao acordar, que me fez esquecer totalmente sua decência por não querer me comer só por não poder revelar sua identidade.

O pequeno aparelho era rosa e arredondado, em formato de U. Em um envelope preto estava o pequeno bilhete, que me instruiu a usá-lo por apenas uma hora, à escolha de Chat, e não minha.

Me perguntei como saberia qual seria o momento correto, e como ele faria para se certificar de que eu estava de fato usando, mas, no meio da manhã um bilhete em minha mesa me surpreendeu. Estava no mesmo envelope negro, com uma caligrafia rebuscada que reconheci do outro bilhete.

"queria ver o que você faz no trabalho,

mas seria estranho se eu aparecesse por aí.

Como sou um bom amigo, vou facilitar para você,

pode usar no seu intervalo de almoço,

assim ninguém vai notar o tipo de depravada que você é.

Mas como você estará sozinha, deixe o controle no corredor em frente ao banheiro, será mais divertido se alguém o encontrar"

Encarei o bilhete, incrédula. Aquilo era mais do que o aceitável para uma brincadeira entre amigos, ele tinha passado dos limites. Quer dizer, eu adorei o presente, e nem mesmo me incomodava pensar em usá-lo no trabalho. Mas "perder" o controle remoto era bizarro demais até para mim. É claro que eu estaria trancada no banheiro, e provavelmente ninguém o encontraria, não naquele horário. E ainda assim eu me sentia dividida, estava receosa por abrir mão do domínio sobre meu próprio orgasmo, mas também ansiosa, pois aquilo seria imprevisível.

Meu único consolo era que Adrien não estava no trabalho, o que tornava mais fácil não usar o novo presente, mas não me impedia de constantemente olhar minha bolsa, ansiosa para experimentar aquela brincadeira insana.

Esperei que todos do setor saíssem para o almoço ou ao menos fossem para a copa e área de descanso, peguei minha bolsa e fui para o banheiro. Olhei ao redor, tentando não parecer suspeita, e derrubei o controle. Me tranquei logo na cabine, tirando o vibrador da bolsa. Passei um momento encarando aquela coisinha rosa e aparentemente inofensiva, ciente de que aquilo era muito diferente do que eu já tinha feito antes. Até então, me masturbar era uma necessidade, algo a fazer para controlar a tensão gerada por Adrien, mas aquilo ali era o oposto, não havia tensão antes, a necessidade era criada pelo próprio jogo, um jogo que poderia acabar mal para mim, e que o outro participante nem ao menos estava ali para confirmar que eu estava seguindo as regras.

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