Estava desesperada como não me sentia a dias, e porque? tudo porque Adrien tinha sussurrado em seu ouvido enquanto dançávamos?
Não. Não era só isso. Era todo o contexto. Como sua mão tinha me segurado firmemente pela barriga. Seus olhos percorrendo minha perna, a mostra pela racha do vestido, quando me sentei com as meninas. A sensação de sua respiração em meu pescoço. O mindinho acariciando minhas costas quando dançamos.
A verdade é que nem ficamos muito tempo juntos, como esperado, Adrien tinha passado a maior parte da festa rodeado de pessoas, que não perdiam a oportunidade de conversar com alguém tão conhecido.
Toda nossa interação se limitou a ele me pedindo para descansar o pé machucado, e aquela única vez em que dançamos juntos.
Ele tinha notado meu gemido, quando se inclinou e sussurrou o quanto eu estava bonita. Claro que notou, dava para saber pela forma como me olhou, não aquele olhar sonhador, meio perdido. Por um segundo ele me olhou como se pudesse me comer ali mesmo, no meio da pista de dança, e pensei em mil possibilidades do que poderia acontecer. Mas alguém o chamou, quebrando a conexão, e Adrien muito educadamente se afastou e saiu de lá.
Eu poderia usar um dos banheiros, mas por sorte decidimos não estender a festa até o andar de cima, o que me dá certa privacidade. Paro na porta daquele quarto que entrei com Adrien, onde ele sentou na cama e me deixou molhada com uma massagem no pé. Uma cama seria muito melhor do que o banheiro. Mas lembro que Adrien também tem a chave daquele quarto, onde guardamos a bagunça que não usamos para a festa.
Olho para o outro lado do corredor, para a sala de carteado, onde conversamos depois que fugi do quarto. Também é confortável e reservado, e estava cheio de lembranças de Adrien. Só entrei na sala uma vez, quando visitamos, não explorei o lugar durante a montagem da festa, mas ainda me parece um lugar melhor, menos provável do que o quarto, mais confortável que o banheiro.
Tranco a porta assim que entro, nem me dou ao trabalho de acender as luzes, pois está claro o suficiente graças as cortinas abertas, e prefiro a penumbra do que luz total, torna a fantasia muito mais real, e real é exatamente o que quero agora.
Me jogo no sofá, deixando apenas uma perna no estofado, relaxando imediatamente. Não é tão confortável, mas compenso ajeitando as almofadas, e todo o ambiente ao redor é favorável, o estilo cassino dando um certo clima de decadência ao lugar.
Ergo um pouco o vestido, as rachas facilitam o acesso das mãos. Puxo a calcinha para o lado apenas o suficiente antes de mergulhar, aliviando a ânsia enquanto molho os dedos. Consigo respirar aliviada assim que movimento um pouco.
Me arrependo de não ter trazido ChatNoir, ou Adrien, porque estou tão faminta que não parece ser suficiente fazer isso sozinha. Sinto a falta dos brinquedos, é tão mais fácil conseguir um orgasmo com a ajuda certa, mas conheço meu corpo bem o suficiente para me fazer relaxar logo.
Fecho os olhos, tentando trazer de volta a lembrança do toque de Adrien, a sensação dele às minhas costas, me segurando contra seu peito, a respiração quente no meu pescoço. Imagino que é a mão dele entre minhas coxas quando minha respiração começa a ficar ofegante.
— uhrum...
Um pigarro me faz abrir os olhos imediatamente, e eu grito com o susto, fechando as pernas com força.
— quem... — começo, procurando na sala vazia, e logo noto a sombra atrás de uma das mesas — o que você...
A expressão de surpresa dele me faz parar de falar. Está tudo arruinado, com certeza. Não tenho como disfarçar o que estava fazendo ali, era óbvio demais, por mais que ele ignorasse minhas bizarrices, dessa vez era muito óbvio.
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Indecente
FanfictionIndecente. Totalmente errado. Um absurdo. E ainda assim lá estava ela, trancada naquele banheiro minúsculo enquanto gemia o nome de ChatNoir. As roupas jogadas no chão enquanto cravada as unhas na própria coxa.