Tinha pensado naquilo durante todo o dia.
Adrien Agreste, com seu sorriso gentil e modos principescos, tivera que correr para o banheiro, como eu mesma fiz tantas vezes.
Ao menos meu corpo não denunciava excitação, caso contrário seria realmente um problema muito maior.
Me perguntava o que tinha excitado o pobre Adrien. Com certeza não foi minha companhia, nem o fato de estar seminu em frente a uma garota, pois estava acostumado demais com isso. Talvez sua imaginação fosse tão boa quanto a minha, e enquanto eu trabalhava, tentando afastar minha mente de sua presença, a imaginação de Adrien vagasse longe dali, somente seu corpo registrando seus pensamentos impróprios.
E agora eram duas as coisas que me assombravam.
A lembrança vívida dos orgasmos me proporcionados por ChatNoir; a expressão de vergonha no rosto de Adrien ao sair do banheiro. Dois homens tão diferentes, e que me enlouqueciam de modo tão semelhante.
ChatNoir era todo flertes e gracejos, intrépido, confiável, e tinha provado com as mãos que era um amante tão bom quanto se dizia. Já Adrien era a personificação da inocência, cândido, gentil, prestativo. Quase opostos.
Olhei para ChatNoir, sentado no guarda-corpo da minha sacada, como se nada fora do normal tivesse acontecido na noite passada.
O que será que se passava na cabeça dele?
Será que me achava uma pervertida?
Será estava acostumado a satisfazer as mulheres e depois ir embora? sem exigir nada em troca?
Todas as opções eram excitantes.
— Chat... — o interrompi no meio de alguma piada, a qual eu não estava prestando atenção.
— Oi, Princesa? — ele ainda ria, mostrando os caninos proeminentes, que davam aquele ar jovem e sensual, e que imaginei em meu pescoço.
Fiquei um momento apenas o encarando, tentando adivinhar o que ele pensava sobre a noite passada, o que esperava que acontecesse hoje, se é que esperava alguma coisa.
— Ontem eu...
— não se preocupe com isso, Princesa. Podemos esquecer e...
— eu não estou com vergonha, Chat. Na verdade o que eu ia dizer, é que você não tirou a roupa, eu falei que queria ver você, mas você não me mostrou.
Chat me olhou, não com malícia ou estranheza, parecia apenas perdido, sem piadas ou esquivas. Vê-lo sem reação não era o que eu esperava, mas saber que eu podia fazer aquilo com ChatNoir era reconfortante, e me dava coragem de continuar.
— você quer eu... tire a roupa?
— o que? — eu ri, e ele pareceu relaxar — eu quero que você se masturbe para mim. — falei com convicção, embora as borboletas em meu estômago estivessem em revoada. — ontem você viu algo muito, muito pessoal, e eu acho que estou em terrível desvantagem, então acho que seria muito justo se você se mostrasse tão... entregue, quanto eu me mostrei.
A expressão incrédula dele me deu a certeza de que tinha exagerado. Não parecia o mesmo cara atrevido da noite passada, para aquele ChatNoir faria sentido pedir uma coisa dessas, ao menos na minha imaginação.
A forma como me olhou me fez imaginar que tinha pedido a Adrien que se masturbasse para mim, todo inocente e cavalheiresco. Mas até mesmo Adrien tinha seus momentos de lascívia, e Chat logo se recuperou do impacto do meu pedido, e riu, simplesmente riu do meu desejo absurdo.
— não sei se posso fazer isso, Marin. Uma coisa é ajudar uma amiga, mas... um show particular? Homens não são tão bonitos de se olhar, e com certeza as coisas vão ficar estranhas depois disso.
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Indecente
FanfictionIndecente. Totalmente errado. Um absurdo. E ainda assim lá estava ela, trancada naquele banheiro minúsculo enquanto gemia o nome de ChatNoir. As roupas jogadas no chão enquanto cravada as unhas na própria coxa.