Já tinha desistido de flagrar algo indecente.
Marinette vinha mantendo uma postura excelente no trabalho, e nem mesmo me cobrou aquela massagem que prometi, o que me deixou desapontado.Fazia dias que ela mantinha uma postura exemplar, o que aumentava ainda mais minha curiosidade.
Primeiro foi o som que chamou minha atenção, um gemido contido, de quem não quer ser notada.
Em sua defesa, ninguém ficava ali no horário do almoço, nem eu deveria estar ali, e talvez não estivesse, se não tivesse esquecido o celular, me colocando no lugar certo quando Marinette achou que estava sozinha.
Fico parado mais um momento, e a ouço gemer novamente, gemer e se curvar para frente. É uma situação muito semelhante ao que aconteceu na semana passada, quando fui devolver sua bolsa, sem saber o que ela estava fazendo.
Me aproximo antes de pensar direito, sabendo o quanto a excita estar em público.
— Mari! que bom que você está por aqui.
— Adrien! oii — ela tenta sorrir, mas geme novamente, o que me dá uma estranha satisfação.
— está tudo bem? cólicas de novo?
— cólicas? ah não, já passei dessa parte. — esperava que ela concordasse, pois era a oportunidade perfeita para pedir outra passagem, mas sua resposta me deixa curioso.
— qual o problema então?
— você sabe, Marinette sendo Marinette — ela me oferece um sorriso fraco, as sobrancelhas se erguendo quando morde o lábio para abafar um gemido. — consegui torcer o pé quando estava saindo para almoçar.
É uma desculpa muito plausível para os gemidos, e tenho que me lembrar de elogiar sua performance quando contar a Chat o que fez no trabalho, caso voltemos a ter esse tipo de interação.
— quer que eu dê uma olhada? — sem esperar resposta eu me ajoelho à sua frente, mas duas mãos apressadas me impedem de segurar seu pé, que ainda descansa na bota de cano curto.
— não! não precisa. Obrigada — Marinette ri, nervosa — já vai passar, não precisa se preocupar.
Não estava esperando uma negação, o que faz com que eu me sinta mal por forçar o contato enquanto ela se masturba. Talvez eu estivesse passando dos limites, talvez tenha passado dos limites a muito tempo.
— melhor eu sair...
— você... queria alguma coisa? que estava me procurando? — sua tentativa de puxar assunto me mantém no lugar, na esperança de que ela queira minha companhia.
— eu só queria saber se você quer ir olhar o chalé que aluguei para a festa, é neste final de semana, e não temos muito tempo sobrando.
— uhmm.. — ela geme, forçando um sorriso — claro, vamos sim.
— Marinette!! — uma garota loira entra correndo e ofegante — Achei gelo, mas tive que ir até o oitavo andar, desculpa a demora!
— passa pra cá... obrigada, Helena!
— tira essa bota antes, né.
A conversa das duas me deixa perdido. Marinette geme mais alto ao abrir o sapato, e abafa o grito quanto a ajudo a tirar a bota. Noto o inchaço antes mesmo de retirar sua meia.
— você precisa ir ao hospital, Mari! com certeza vamos ter que imobilizar e...
— não sejam exagerados, só preciso de um descanso e já vou ficar melhor, só um pouco de gelo.
— não mesmo — Helena parece irritada — meu namorado torceu o pé correndo e ficou semanas sem poder apoiar o pé no chão.
— eu estou acostumada a me machucar — os olhos dela passaram de Helena para mim, forçando o sorriso — tenho certeza que amanhã estarei novinha em folha.
O embrulho de gelo trocou de mãos, e Marinette pressionou a área vermelha, fazendo uma careta.
— tem certeza? eu posso te acompanhar... — Helena começou, então olhou para mim — antes de acabar o intervalo.
— não precisa, Helena, eu assumo daqui, pode ir almoçar.
— tem certeza? — A pergunta era para mim, mas seus olhos falavam com Marinette, como se para ter certeza que a amiga ficaria bem ao ser deixada comigo.
— pode ir — Mari riu — e obrigada pela ajuda.
Me concentrei em seu pé enquanto a garota se afastava, sem demonstrar meu incômodo.
— acho que a sua amiga não gosta muito de mim.
— o que? claro que não... que sim... que...
— não tem problema, só é estranho ser tratado diferente porque meu pai é o chefe.
— sério que é isso que você acha? — ela riu, e pela primeira vez soou divertida.
— e não é?
— não, quer dizer, só um pouquinho...
— qual é o problema então?
— você é... Adrien Agreste, sabe?
— é... eu sei que eu sou Adrien Agreste, desde que me lembro eu sou Adrien Agreste...
— não, pra você esse é só o seu nome, mas para todas as outras pessoas? é como se você fosse um... sonho... — Marinette ficou muito vermelha enquanto me olhava, o que fez meu coração acelerar, seria muito estranho se a beijasse agora?
— um sonho?
— algo assim... você sabe...
Se ela me achava um sonho quer dizer que tenho chance, não é? não posso ser só um amigo quando ela me olha desse jeito.
— bem... esse sonho vai te levar para o hospital, e vamos ver como está esse pé.
— Não... eu tenho muita coisa para fazer, não posso perder o dia, e nós vamos sair hoje para ver o local da festa, não vamos?
— hoje vamos ao hospital, e amanhã podemos ir ao chalé.
— Quando a próxima coleção atrasar e eu for demitida a culpa será sua...
— acabamos de entregar a coleção passada, é a época perfeita para contratempos médicos.
Nota:
Essa história está muito maior do que eu pretendia, e não sei se deixo rolar ou encaminho para o final.
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Indecente
FanfictionIndecente. Totalmente errado. Um absurdo. E ainda assim lá estava ela, trancada naquele banheiro minúsculo enquanto gemia o nome de ChatNoir. As roupas jogadas no chão enquanto cravada as unhas na própria coxa.