— depende — o movimento faz nossos lábios se tocarem — Talvez... você goste de algemas?
A pergunta me faz abrir os olhos, imediatamente alerta.
Não. Essa é a resposta sensata. Não posso deixar que me algeme, e não tem nada a ver com sexo. Simplesmente não posso permitir me colocar em uma posição tão vulnerável, não com o Miraculous em jogo. Mas... é Adrien, certo? Uma das pessoas em quem mais confio.
— você sabe que eu poderia quebrar as algemas — digo, não querendo acabar com a possibilidade — a qualquer momento.
— isso não deixa as coisas mais divertidas? Prefiro as algemas quebradas a um braço.
Apesar de parecer absurdo, sei que ele está certo. Chat falou algo semelhante, e é um super, para Adrien as coisas poderiam acabar muito piores. O que me leva a outro ponto: será que o perigo o excita? Afinal, nossas interações mais quentes foram em situações absurdas.
Ele sabe do perigo, e concordo com seus termos, então não vejo motivo para recusar algo que quero a tanto tempo. Com um puxão tiro sua toalha, mas nem consigo olhá-lo, e o que acontece depois parece ensaiado.
Em um segundo estou nas pontas dos pés, beijando Adrien Agreste, no momento seguinte estou em seu colo, minhas pernas abraçando sua cintura enquanto ele caminha pelo quarto.
Minhas costas encontram o colchão cedo demais, e penso como seria se tivesse apenas me encostado na parede mais próxima. Mas ele tem razão, é perigoso demais, melhor garantir.
Sua boca toma a minha, em um beijo tão necessitado que me consome junto, e Adrien se deita sobre mim, todo o peso me pressionando contra o colchão.
Sinto o quanto está duro entre minhas coxas, apenas o uniforme separando nossos corpos, e desejo loucamente já estar sem ele.
Flexiono as pernas, aumentando o contato em uma área específica, minhas mãos descaradamente espalmadas na bunda de Adrien suplicam que se mova.
Tenho que manter a concentração para não apertar, arranhar, então tudo o que faço é puxá-lo para mim, ditando o ritmo que me leva direto ao orgasmo enquanto me beija.
— você já foi? — ele ri, me beijando mais devagar. — achei que seria mais difícil.
— mais difícil? — respondo entre arfadas.
— não sei... — seus beijos descem para meu pescoço — achei que tudo ficasse mais suave — Suas mãos passeiam por meu corpo, me acariciando enquanto a ereção ainda me pressiona, até parar no zipper do uniforme — posso tirar?
Agora que estou mais calma consigo me permitir ir mais devagar, curtir a viagem, e a paisagem, que é Adrien. O empurro suavemente para que deite, e inverto nossos papéis. Chat comentou que ficar por cima combina comigo, será que Adrien pensa o mesmo? ou não se sentirá seguro se eu montá-lo?
Ao menos ele se deixa deitar, os cabelos parecendo uma auréola dourada, dando a ele um ar inocente que não combina com sua nudez.
Me coloco de joelhos entre suas pernas, fascinada por ele. Já vi seu corpo tantas vezes que posso desenhá-lo de olhos fechados, mas poder tocá-lo assim, de verdade, não é nada parecido com o que fazemos no trabalho.
Parecendo descontraído, ele cruza as mãos sob a cabeça, deixando os braços presos ainda mais definidos. A posição me parece um convite, como se me desse permissão para fazer o que quiser, e tem algo que eu quero, muito, fazer.
Perco apenas um momento olhando-o, não por falta de curiosidade, mas para não deixá-lo desconfortável ao ser analisado dessa forma. Tudo o que registro é que sua pele é levemente mais escura lá embaixo, embora seja rosado na glande, o que dá ainda mais vontade de devorá-lo. Então faço com que deslize em minha boca.
Ouço-o gemer imediatamente e sinto que prende a respiração, o que me faz sorrir. Me esforço para manter o controle, não chupar com força, não apertar sua perna quando vai muito fundo em minha boca. Mesmo com calma Adrien geme e aperta o travesseiro, contraindo os músculos do abdômen enquanto me olha de cenho franzido e lábios entreabertos, uma expressão que jamais vi em seu rosto.
— Que boquinha gostosa... — sussura enquanto me olha.
Deixo que escape da minha boca, tão duro que bate com força em seu abdômen, e Adrien perde o ar, frustrado, mas volta a sorrir quando dou uma longa lambida, que vai dos testículos à glande. Então o abocanho novamente.
Ele não parece receoso enquanto o chupo. Na verdade, parece tão relaxado que me permito ir um pouco mais rápido, mais forte. Até que seus dedos estejam aninhados em meus cabelos, e seus olhos estejam fechados.
Sei o que está por vir, mas continuo, deliciada pela forma como Adrien se retesa e franze o cenho, como arfa e como prende a respiração.
Se eu não tivesse presenciado sua performance mais cedo, poderia jurar que estava a dias sem alívio. E ainda assim seu gozo vem em jatos tão fortes que por um momento penso que não conseguirei engolir. Marinette talvez não conseguisse, mas LadyBug faz isso facilmente.
Estou limpando os lábios, com o gosto dele, quando me dou conta do tamanho da idiotice que fiz, e que nada tem a ver com começar com a boca, diminuindo minhas chances de diversão. É algo estupido em um contexto muito mais amplo. Quando finalmente consegui chamar atenção de Adrien, eu mesma me saboto, colocando uma super como minha rival.
Como Marinette, sou muito mais acessível a ele, não há mistério, sou apenas uma amiga divertida que coincidentemente escolheu o mesmo lugar que ele para fugir da festa, e que aceitou uma proposta meio indecente
Mas LadyBug é diferente, exótica, poderosa e sexy. Não dá para competir com isso. O mais sensato a fazer seria me recompor e ir embora, deixando Adrien satisfeito na própria cama. Claro que seria decepcionante para nós dois, mas isto com certeza diminuiria as chances de algo assim acontecer novamente.
É isso o que eu quero? que Adrien me veja como indecisa? como alguém que aceita o convite para seu quarto, e vai embora sem ao menos deixar que tire suas roupas?
E o contrário? Eu quero alguém que me provoca e vai embora sem ao menos me tocar? Alguém que depois chama outra mulher para seu quarto?
É isso mesmo o que eu quero?
Não sei.
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Indecente
FanficIndecente. Totalmente errado. Um absurdo. E ainda assim lá estava ela, trancada naquele banheiro minúsculo enquanto gemia o nome de ChatNoir. As roupas jogadas no chão enquanto cravada as unhas na própria coxa.