Dá para notar

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Divertida! Adrien me chamou de divertida!

O garoto perfeito de Paris, se masturbando para mim. Assistindo enquanto eu me satisfazia, e me chamou de divertida.

Quando Adrien saiu da sala, me deixando sozinha e excitada, eu desejei ter a coragem de dizer tudo o que eu sinto, colocá-lo contra a parede e exigir uma resposta. Mas estou tão irritada com a reação dele que imagino se ainda é efeito dos dias vermelhos, ou se é apenas a frustração que revira meu estômago, se passando por raiva.

Me recomponho, praguejando como uma criança birrenta, ajeito o melhor que posso meus cabelos, e pego minha bolsa e a garrafa de champanhe, fechando a porta da sala ao sair.

Já está tarde, e a festa está consideravelmente mais vazia agora, a maioria das pessoas já foram embora. Solto a garrafa, agora vazia, no balcão do bar, peço vinho, sabendo que já estou tonta demais, e que deveria parar, ao menos para manter as aparências.

— que cara de poucos amigos é essa? — Alya pergunta, chegando ao meu lado.

— o que? nada, só estou meio... cansada. — enfatizo me sentando no banco alto, mas ela fica em pé ao meu lado.

— claro. Não acredito que você arrumou tempo de organizar essa festa — Alya me abraça, quase me sufocando com os seios grandes — e tendo que usar aquela bota horrível, você é realmente uma heroína.

— ao menos agora você sabe porque o Adrien passou tanto tempo comigo nos últimos dias — digo, ainda remoendo meu desgosto.

— então você se aproveitou muito bem da minha festa. De nada, Marinette. — seu tom divertido me distrai — você viu quantos quartos tem lá em cima? O Adrien deu a chave da suite pro Nino. O que eles acham que vai acontecer? que vamos largar a festa e subir pra uma rapidinha?

— seria tão ruim assim? — pergunto, sabendo que ela teria me incentivado se fosse eu e Adrien a usar um dos quartos.

O que ela pensaria se eu contasse o que acabamos de fazer no andar de cima? Ficaria tão indignada quanto eu? ou me criticaria por não ter impedido que ele saísse?

— é claro que seria! você bebeu demais, é isso, até parece que eu largaria a festa que a minha melhor amiga organizou.

— eu não bebi demais, e posso me transformar e curar a bebedeira — respondo, e tomo em um gole o resto do vinho — e nós estivemos em um daqueles quartos — confesso — tudo o que rolou foi aquela massagem no pé e...

— espera! aquela massagem foi aqui? Sozinhos nesse casarão no meio do nada? na cama? e não rolou nada?

— nada.

Alya já sabia que eu tinha recuado, antes que as coisas ficassem complicadas, mas era estranho que não tivéssemos avançado de verdade naquele dia, com as condições tão favoráveis, e ainda mais estranho termos ficado só no exibicionismo hoje.

Meus olhos cruzam com os de Adrien, que conversa com Kim, e ele sorri, erguendo o copo em um brinde. Não parece um sorriso realmente divertido, é mais como se compartilhassemos um segredo, e em resposta eu descruzo as pernas lentamente, cruzando-as para o lado oposto.

Noto o sorriso dele ficar maior, cobiçoso, como se ele tivesse esquecido por um momento que é um modelo exemplar, e que não deve fazer esse tipo de expressão.

Qualquer vergonha foi suprimida pelo desejo de provocá-lo. Ainda está olhando quando me viro, me erguendo no banco para me debruçar no balcão e pedir outra bebida. Sei que ele se aproxima antes mesmo de falar comigo, porque Alya se esgueira para longe, como se não quisesse ser percebida escapulindo.

— você lembra que está sem calcinha, não é? — ele sussurra, tão próximo que roça meu quadril ao parar ao meu lado no balcão — dá pra notar quando você se empina assim.

— estou? — respondo, disfarçando para que Alya não perceba — talvez eu tenha esquecido em algum lugar.

A atenção de Adrien passa pelas pessoas ao redor, e imagino que queira garantir que ninguém ouça nossa conversa.

— acho que fica melhor assim, calcinhas são muito valorizadas, você não concorda?

Tenho um amigo que discorda, mas acho que o comentário poderia pegar mal para mim, então não cito ChatNoir e sua mania.

Talvez seja o vinho, ou só minha cara de pau, mas aproveito a proximidade e desço a mão por seu bolso, encontrando ali minha calcinha, e acaricio sua perna, avançando o máximo possível em direção a virilha, antes de discretamente retirar a mão.

— Acho que a encontrei — sussurro, e mostro de relance o tecido vermelho entre meus dedos.

— isso é meu — ele responde, recuperando a calcinha e a guardando novamente no bolso — foi presente de uma amiga.

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