Desculpe decepcionar vocês

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— Esse lugar não é meio longe? — Alya pergunta depois de olhar o celular pela milésima vez.

— o GPS diz que é por aqui... — respondo, fingindo preocupação — você acha que nos perdemos?

— não duvido. Você estava concentrada demais fantasiando com Adrien e com ChatNoir.

— não estava não! Você que perguntou como foi, não posso fazer nada se você me induziu a falar como foi a noite com Chat.

— claro, mas não fui eu quem tocou no assunto Adrien!

Claro, essa parte realmente foi eu. Mas o que mais eu faria depois de um sonho daqueles? Sempre que acho que estou indo por um caminho seguro, minha mente pervertida coloca os dois em um sonho vivido, querendo me confundir.

— nem vem, você estava bem interessada.

— Marinette! De algum jeito bizarro você conseguiu chamar atenção o suficiente para fazer o Adrien ir na sua casa, não uma! Mas várias vezes. Ele te fez massagem, Marinette! Levou comida para vocês! Passou a tarde com você no hospital! E para finalizar te chamou pra essa festa.

— eu nem queria vir nessa festa! Você que me obrigou!

— claro que sim! Se deixasse por você, estaríamos de pijamas na sua casa, conversando sobre dois caras que você quer e não tem coragem de investir.

— Sim!! e ao invés disso estamos perdidas no meio do nada, tentando chegar em uma festa que eu não tenho o menor interesse.

— errado! Em vez disso, estamos te colocando em uma situação perfeita para avançar! Você entende tudo de moda, está gostosa nesse vestido, e é open bar, então pode afogar essa timidez falsa em um copo de champanhe, e se jogar no colo dele, ou sei lá...

— Eu sou tímida! Não é falsidade — Ela me encara por um momento, então ri, e seu riso me faz rir também — às vezes eu sou tímida, COM ELE EU SOU TÍMIDA!

Talvez apenas com ele, mas Adrien tem algo que me deixa desconcertada, que me deixa tão nervosa que faço as coisas mais absurdas.

— não é estranho uma dessas festas nesse fim de mundo? — Alya muda de assunto — Normalmente eles fazem em algum lugar absurdamente caro, tipo o Louvre.

— o Adrien não disse que tipo de festa era, pode nem ser algo desse tipo. E se estivermos arrumadas demais e for só uma pizza na casa de um amigo?

Aquela era a história que inventamos para chamar a Alya para a própria festa. Uma desculpa não muito elaborada para que se arrumasse e me deixasse levá-la até o Chalé.

— Acorda Marinette! você já viu modelos comendo pizza? e porque ele precisaria de uma acompanhante se fosse algo informal?

— e eu é que sei? eu disse que era pra ter recusado. E se não acharmos o lugar? — recusar o convite de Adrien era metade do trabalho para garantir o interesse dela, se eu tivesse me mostrado ansiosa, Alya certamente desconfiaria.

— AQUI! entra nessa rua! — viro apressada para entrar na rua praticamente invisível entre as árvores, mesmo que eu já tivesse passado ali uma vez.

— como o GPS achou essa rua? — pergunto, tentando parecer convincente.

— lá na frente, tem uma casa, deve ser lá.

O casarão, ou melhor, Chalé, como Adrien tinha se referido, ainda estava distante, e mal podia ser vista na escuridão das árvores, não fosse por estar acima de uma modesta colina. Seu jardim estava iluminado, mas as janelas estavam escuras e parecia silenciosa.

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