Cartas para Flora - Lésbico. (CONCLUÍDO)

Mensagens dela.

Olha como você me achou

Ninguém mais vê isso além de você, além de você

Porque uma vez você me disse

Se algo estivesse faltando em mim

Eu poderia encontrar em você...

— Eita que você hoje está agitada. — A morena falou encarando a ruiva que estava do outro lado da varanda batucando na coluna de madeira.

Os olhos azuis encontraram os cor de mel de Serena e ela sorriu de uma forma agitada, depois voltou a batucar da mesma forma, não conseguia parar.

— Isso é alegria? — Questionou a morena cruzando os braços de franzindo o cenho.

— É o meu lado Raducanu falando alto. — Ela respondeu em naturalidade.

— Ah é? — Serena ergueu as sobrancelhas. — Lado Raducanu?

— Uma segunda personalidade. — Deu de ombros.

— Uau. — A morena se limitou desconfiada. — Você tomou café, não foi? — Tanto ela quando Flora ficavam agitadas demais após um café, principalmente quando ele era forte e açucarado, aumentava o fluxo sanguíneo fazendo a temperatura corporal subir e produzir calor, juntando a glicose do açúcar era uma bela de uma mistura para uma explosão de energia.

— Também. — Umideceu seus lábios. — O que vai fazer hoje?

— Hoje eu irei bordar. — Respondeu calmamente, sentando-se no enorme banco de madeira que ficava ao lado da porta de entrada. Flora expressou desagrado.

— Bordar? Não tem algo mais legal? — Fez uma careta demonstrando seu desânimo.

— É muito legal. Sente-se e me acompanhe. — Serena ofereceu o pano de prato e a agulha extra que tinha. — A senhora Zoraída chegou a lhe ensinar?

— Uhum. — Flora respondeu achando tudo muito tedioso, mas aceitando os objetos que a sua amada lhe oferecia.

— Não, ainda não esta escuro e acho arriscado demais sentarmos lado a lado agora. — Repreendeu ao notar que a ruiva iria sentar-se ao seu lado.

— Mas eu só vou sentar do seu lado. — Respondeu indignada.

— Nós duas não conseguimos disfarçar afeto e por esse motivo é melhor previnir. — Ouviu um estalar de boca que Flora fez em chateação, obedecendo e sentando em uma cadeira de madeira ao lado do banco.

Aquela garota dentro de mim permanece

Se eu não estiver aqui por mim

Ela estará...

Muito tempo passou, começava a escurescer um pouco, deixando de ser tão visível a imagem das duas mulheres sentadas, por causa do telhado na varanda que dava sombra no lugar. Constantemente Serena era desconcentrada do que fazia porque a ruiva se mexia procurando uma posição confortável, às vezes do nada começava a murmurar alguma música e se repreendia por perceber o que estava fazendo, balançava seus pés, batia eles no chão atraindo a atenção da morena.

— Santa inquietação, Flora! — Serena esbravejou incomodada, apenas direcionou seu olhar do pano de prato para a moça sentada.

— É chato ficar longe de você, e sinto muito, eu não levo jeito para bordados ainda que seja costureira, não gostei disso. — Flora falou aborrecida colocando a agulha e o pano de forma bruta no chão, esticou suas pernas e colocou elas erguidas em cima do banco onde se encontrava Serena.