treze

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Marinette bebeu sua coca cola desajeitadamente, ela não acreditava que havia concordado em ir até a bendita lanchonete vinte e quatro horas com Queen Bee, essa qual estava se deliciando com um x-burger junto de batata frita.

- Você tem certeza que não quer? - A loira perguntou depois de engolir. - Eu pago.

- Melhor não. - Respondeu a franco-chinesa cruzando os braços. - O que estava fazendo na DEBS?

- Trabalho. - Chloe disse dando de ombros, ela colocou mais ketchup no hambúrguer e mordeu. Marinette fez uma careta confusa enquanto a observava.

Trabalho? Ela trabalha roubando. Ela roubou algo da DEBS? Seria algo importante? A mente de Marinette ia e vinha com teorias das mais normais até as mais absurdas.

- Relaxa, eu não roubei nada de lá. - Chloe falou e a espiã a olhou em choque, estaria a loira lendo sua mente? - Seu rosto é fácil de ler... e também é muito bonito. - Chloe disse sorrindo.

Marinette limpou a garganta e notou que um pouco do ketchup ficou nos lábios da criminosa, ela pegou um guardanapo e limpou o canto da boca da loira. Chloe a observou, ela achava adorável como as bochechas da Dupain-Cheng estavam um pouco vermelhas daquela pequeno flerte dela. Chloe também notou que os fios do cabelo dela estavam fora do lugar de tanto correr, a loira ergueu a mão para ajeitá-los mas foi apenas um pequeno levantar dos dedos que Marinette largou o guardanapo e pegou a mão da Bourgeois como se fossem fazer uma queda de braços.

- Eu só queria ajeitar seu cabelo. - A loira disse com um tom risonho.

Marinette soltou sua mão devagar e permitiu que ela mexesse nas mechas bagunçadas do seu atrapalhado rabo de cavalo. Chloe voltou para o seu lugar e comeu uma das batatas, o hambúrguer já havia ido embora a tempos, ela notou os olhos curiosos da DEB em sua frente.

- Pode perguntar. - Ela disse pegando mais uma batata e comendo. - O que quer saber?

- O que exatamente estava fazendo lá? - Marinette cruzou os braços.

- Isso é confidencial. - Chloe falou com um sorriso travesso. - Posso te achar muito bonita, mas ainda tenho minhas prioridades. Sabe como é. - Deu de ombros. Marinette fez um bico como uma criança irritada.

- Se você não vai falar nada, acho que já vou embora. - A franco-chinesa disse começando a se levantar mas a loira segurou seu pulso.

- Por que não vem aqui amanhã, essa mesma hora? - Chloe falou com um olhar sugestivo. - Talvez eu fale alguma coisa.

- Precisaria de uma garantia para isso. - Marinette pressionou, com o mesmo olhar. Chloe sorriu, ela tirou a própria pulseira do pulso e entregou na mão da Dupain-Cheng.

- É uma parte do meu plano. - A loira falou. - Me devolve amanhã?

- Você é louca? - Marinette perguntou genuinamente. Aquela mulher estava lhe dando um pedaço do plano dela em uma pulseira, isso não é uma boa estratégia para negócios.

- Talvez. - Chloe deu de ombros. - Mas se você não estiver aqui com ela amanhã, eu vou ter que te matar. - Ela falou seriamente.

Marinette ficou ainda mais confusa. As duas caminharam juntas até a porta da lanchonete e se despediram, com Chloe frisando mais uma vez para ela aparecer amanhã.

(...)

Marinette não conseguiu dormir nada além de alguns minutos essa noite, ela acordava toda a hora e observava a pulseira que Queen Bee a tinha dado. Sua cabeça ficava pensando como esse simples objeto fazia parte do plano da criminosa. Até que as três da manhã ela parou de tentar dormir e ligou a luz do seu quarto tentando descobrir como a pulseira se encaixava em tudo isso.

Alya bateu em sua porta as sete da manhã como de costume e entrou quando não recebeu uma resposta. A Cesaire encontrou sua amiga na escrivaninha perto da cama com olheiras e o cabelo bagunçado encarando o laptop aberto fixamente.

- Marinette, você dormiu? - Alya perguntou se aproximando e viu a franco-chinesa piscar algumas vezes, parecendo acordar de um transe.

- O que? - Dupain-Cheng perguntou perdida. Alya fez uma careta.

- Você não vai pra escola hoje. - A morena decidiu, ela passou o braço de Marinette em seu ombro e levantou a estudante para colocá-la na cama.

- Mas..

- Sem "mas". - Alya mandou enquanto colocava ela na cama. - Você vai dormir e ir amanhã, vou falar com os professores que você passou mal.

Dupain-Cheng nem ousou discordar, estava cansada demais para isso. Ela só assentiu e se enrolou nos cobertores, Alya fechou a porta quando saiu do quarto e avisou as colegas de quarto que Marinette não iria hoje.

Depois de uma soneca bem merecida, Marinette decidiu tomar um banho. Ela entrou dentro do chuveiro e o ligou, enquanto a água caia em seu corpo ela pensava na pulseira escondida embaixo do seu travesseiro, ela sabia que deveria ter levado isso para seus superiores e falar o que aconteceu mas simplesmente não tinha vontade de falar nada para eles, queria resolver isso sozinha e sem ajuda de ninguém. Marinette saiu do chuveiro e colocou sua roupa, ela voltou para o quarto e pegou a pulseira voltando a observá-la.

Seus pingentes eram bonitos; uma arma, um coração e um pergaminho enrolado. Marinette se perguntou o porquê do pergaminho, ela presumiu que teria que perguntar para a loira quando se encontrarem hoje a noite. Uma coisa chamou sua atenção, não apenas uma na verdade, os pingentes eram muito parecidos com os de sua própria pulseira que estava escondida embaixo de sua cama, a pulseira que ela não mexia desde quando a ganhou em seu aniversário.

Marinette tirou a caixa de debaixo da cama e pegou a própria pulseira colocando as duas juntas vendo que eram praticamente iguais, ela franziu as sobrancelhas.

Dupain-Cheng se levantou e foi até sua escrivaninha, ela se sentou e pegou a lupa, a aproximando de um dos pingentes da pulseira vendo que tinham três números escrito no canto dela. Parecia uma data, mas isso só seria daqui a um mês. Ela passou para a próxima: o coração, mas torceu o nariz para os traços e pontos que tinham nele, parecia um pouco familiar mas ela com certeza não se lembra de onde vira isso antes. Então passou para o pergaminho e esse não tinha nada nele.

Marinette suspirou e voltou a encarar os traços e pontos com a lupa, ela tinha certeza que era um código porém realmente não conseguia se lembrar de onde o tinha visto. Ela tirou os olhos da pulseira quando ouviu a porta da frente se abrindo e gente conversando, entrando no dormitório. A franco-chinesa guardou a lupa e colocou as pulseiras na caixa, que enfiou embaixo da cama.

Marinette ajeitou o cabelo e saiu do quarto, vendo que suas companheiras tinham voltado para casa. Ela perguntou como foram as aulas e se perdeu algum conteúdo novo, a conversa seguiu seu curso e logo todas estavam preparando o jantar. Entretanto, ela ainda não conseguia tirar seus pensamentos dos traços e pontos na pulseira. Marinette olhou para o relógio pendurado na parede e concluiu que ainda tinha algumas horas para tentar descobrir o que era aquilo, ela deu uma desculpa para as meninas e voltou ao quarto.

- Alguém mais percebeu que a Marinette está meio estranha? - Kagami perguntou com um olhar curioso na porta do quarto da amiga.

- Ela disse que estava cansada, deve ser isso. - Alya disse e Juleka concordou.

- Hm. - Kagami murmurou mas não falou novamente.

CRIMINAL • ChlonetteOnde histórias criam vida. Descubra agora