dezenove

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Alya e Kagami eram as únicas no dormitório naquela tarde, Marinette havia decidido fazer alguns exercícios e Juleka tinha ido para...algum lugar, quando Kagami perguntou para onde ela estava indo a Couffaine apenas disse que iria estudar então era provável que ela se encontrasse na biblioteca. Alya estava com o celular na mão fingindo, as vezes, prestar atenção no filme do James Bond que estava na televisão. Kagami estava lendo um livro antigo que comprara em um sebo tinha algumas semanas.

- Kagami? - Alya chamou fazendo a japonesa tirar seus olhos do livro. - Você acha que a Marinette está bem?

A Tsurugi não sabia como responder a essa pergunta, sua colega de quarto estava fazendo o possível para evitar que sua presença seja notada em qualquer cômodo que ela ia fazia alguns dias, desde a primeira reunião delas com Mendeliev na verdade.

- Acho que ela não quer decepcionar. - Kagami respondeu colocando o marcador de página no livro, sabendo que não conseguiria escapar da conversa. - Por que a pergunta?

- Eu tenho a sensação de que ela ta escondendo alguma coisa da gente. - Alya falou pensativa. A japonesa ergueu uma sobrancelha. - Ela está mais quieta do que quando todo mundo a cumprimentava pelo negócio com a Queen Bee. - Kagami assentiu fazendo ela continuar. - E sempre ta desaparecendo com o Adrien, quer dizer, era normal antes sabe, com eles namorando. Mas agora parece que está mais frequente.

- Agora que você falou, tenho percebido que ela está sempre acordada na madrugada. - Kagami comentou se lembrando das várias vezes que pegara sua colega de quarto fora da cama no meio da noite. - Pensei que era só a insônia por causa dos estudos mas essa semana peguei ela voltando pro apartamento duas vezes.

- E o que ela disse? - Alya perguntou curiosa.

- Que estava dando uma corrida para ver se conseguia dormir e que a insônia tinha ficado pior mas ela não estava vestida para uma corrida. - A japonesa falou cerrando os olhos ao lembrar dos outros dias. - Ela estava de maquiagem.

- Será que ela está se encontrando com alguém? - A Cesairé teorizou. - Ela sempre foi uma ótima atriz, não me admira que esteja escondendo isso da gente.

- E esse é exatamente o nosso problema. - Disse a outra passando o dedo pela capa do livro. - Ela as vezes é ótima demais nisso.

Alya se jogou de costas no sofá bufando, ela queria saber o que estava acontecendo com sua melhor amiga e se sentia triste ao pensar que a Dupain-Cheng precisava esconder isso dela. Kagami, por outro lado, estava curiosa para saber o que sua colega de quarto estava aprontando mas estava inclinada a aceitar que Marinette estava vendo alguém, era a impressão que ela tinha passado ao voltar para o apartamento na outra noite com uma maquiagem sutil no rosto.

Sem mais conversa, as duas voltaram para suas atividades anteriores com dois pensamentos diferentes.

~•~

Isso está se tornando um hábito, Marinette percebeu bebericando seu café e ela não gostava disso, decidiu olhando ao redor da lanchonete vinte e quatro horas vazia, a mesma lanchonete que Chloe a trouxe quando se encontraram pela primeira vez nas propriedades da DEBS. Parecia que era ontem que ela estava aqui agarrando o braço da loira pensando que ela iria fazer alguma coisa quando, na verdade, só queria ajeitar o cabelo de Marinette.

A Dupain-Cheng olhou ao redor, só havia ela e os funcionários no restaurante vinte e quatro horas. Marinette bebeu mais um pouco do café permitindo se perder em seus pensamentos, especificamente na noite em que ela insistiu em encontrar o informante de Chloe com a Borgeouis e Luka. Ela se lembrava perfeitamente do que a loira vestia, como andava parecendo a dona da boate onde eles foram, como cada vez que ela dirigia um sorriso a Marinette o coração da espiã errava uma batida.

E da dança.

Deuses, ela com certeza lembrava de dançar com Chloe. No meio de todas aquelas pessoas, Queen Bee só tinha olhos para ela e mais ninguém. A dança era apenas um modo de despistar o criminoso que reconheceu Marinette como uma DEB mas quando Chloe pegou na cintura dela, a Dupain-Cheng esqueceu de tudo ao redor delas duas e se entregou a dança também.

Marinette suspirou nostálgica e percebeu um movimento pela visão periférica, ela se virou e pensou que estava relembrado forte demais ao ver Luka parado no balcão fazendo um pedido. Ela piscou e, quando ele não desapareceu como ela achou que faria, ela se levantou e foi até ele.

- Luka? - Perguntou se aproximando.

- Marinette, oi. - Ele pareceu surpreso de vê-la ali, antes que ele pudesse formar mais uma frase ela interrompeu.

- Como está Chloe? - Luka pareceu ainda mais surpreso com a fala.

- Ela está bem. - Ele disse hesitante, cerrando os olhos tentando ver qual era a intenção da DEB.

- Será que.. eu posso falar com ela? - Marinette estava torcendo os dedos da mão nervosa.

- Você quer falar com ela? - Ele parecia cético. - Por quê?

Essa pergunta pegou ela de surpresa, o que não deveria acontecer. Em sua mente, Marinette estava batendo em si mesma por não pensar nisso antes de se levantar da mesa e das palavras saírem de sua boca.

- Tem razão, isso foi ridículo. - Ela balançou a cabeça, tentando apagar esse momento inteiro de sua mente. - Hm, foi bom ver você.

Ela se despediu envergonhada e saiu de lá o mais rápido que conseguia andar murmurando xingamentos para si mesma.

Dentro da lanchonete, Luka repassava o que acabara de acontecer em sua mente. O olhar de esperança no rosto da franco-chinesa quando ela perguntou de Chloe com certeza dizia alguma coisa para ele e, se isso significasse que isso faria sua amiga feliz, o Couffaine estaria disposto a fazer o que fosse necessário.

É por isso que quando ele chegou em casa com os lanches para o grupo pegou os dele e de Chloe e arrastou a loira para o próprio quarto, quando o azulado foi questionado ele explicou o que aconteceu quando fora na lanchonete vinte e quatro horas.

- Ela- ela quer me ver? - Chloe perguntou em um murmúrio, o tom Luka não conseguia reconhecer.

- Foi o que parecia. - Ele deu o seu melhor para soar confiante.

Os olhos azuis de Chloe encontraram os dele, ela o encarou procurando algum sinal que parecesse que ele estivesse mentindo mas, ao ver dele, parece que ela não encontrara nenhum.

- Eu preciso pensar. - Ela falou se levantando da cama e saindo pela porta.

CRIMINAL • ChlonetteOnde histórias criam vida. Descubra agora