CRIMINAL • Chlonette

nove

Enquanto os dias passam, parecia que todo mundo na DEBS esquecia um pouco mais sobre a missão fracassada de Marinette.

Foi um alívio para a Dupain-Cheng ver que eles não falavam mais sobre isso ou apontavam o dedo em suas costas dizendo o quanto ela era legal por ter enfrentado Queen Bee.

Mas, parecia quase um tipo de compensação, as aulas ficavam mais difícil a medida dos dias passando.

As provas estavam se aproximando e Marinette sabia que estava ferrada quando viu que faltava apenas uma semana para os temidos testes, especialmente o de física.

Ela também viu que faltava uma semana para o seu aniversário e isso a deixou animada, a Dupain-Cheng se animou ainda mais quando uma das coordenadoras da escola designou o seu dormitório para fazer uma missão de rotina.

Missões de rotina na DEBS eram como trabalhos que valiam pontos, pelo menos quatro vezes no mês, a coordenadora escolhia grupos baseados em seus dormitórios e mandava seu grupo para enfrentar uma missão com o auxílio polícia.

Geralmente as missões eram leves como um assaltos, situações com reféns e investigações.

Dessa vez era um assalto com reféns e Marinette não podia estar mais animada, não com a situação, mas sim por seu grupo ter sido o escolhido.

Juleka por outro lado, não estava nem um pouco animada com a situação, ela odiava missões de rotina desde que entrara na DEBS e ficou muito animada quando acabou, os reféns foram liberados, os sequestradores presos e elas finalmente puderam voltar pra casa.

- Você está bem? - Alya perguntou de supetão fazendo Juleka pular de susto. - Você ta agitada a manhã inteira.

Juleka torceu os dedos ansiosa.

- Eu vou encontrar com o meu irmão hoje. - A Couffaine falou nervosa. - Faz um tempo desde que a gente se viu pela última vez.

Alya piscou, compreendendo a situação. Ela também não falava com suas irmãs pessoalmente a muito tempo.

- Faz muito tempo que vocês não se vêem? - Alya perguntou se sentando na cama ao lado de Juleka.

- Uns três ou quatro meses, mais ou menos. - Disse a de cabelo roxo.

- Está preocupada que ele te peça algum favor? - A Cesaire tentou adivinhar o que incomodava sua amiga.

- Uma coisa assim. - Juleka falou e deixou seu tronco cair na cama. - Que horas são?

- Uma da tarde.

A Couffaine choramingou preguiçosamente antes de falar que tinha de se arrumar, fazendo Alya a desejar boa sorte e sair de seu quarto.

(...)

Luka batucou a mesa com os dedos, ele estava ansioso por finalmente ver sua irmã. Fazia meses desde que eles se falaram pela última vez.

- Oi. - Juleka falou se aproximando por trás dele e se sentou na cadeira.

- Quanto tempo. - Luka disse com um pequeno sorriso, ele percebeu que o cabelo dela crescera desde a última vez que se viram.

- Pois é. - Juleka falou sorrindo sem graça. - Desculpa, a escola realmente me deixou ocupada.

- Ei, não precisa se desculpar. - O mais velho disse. - Se alguém precisa se desculpar sou eu. O meu trabalho também me deixou ocupado.

- Falando nisso, como vai o trabalho? - Perguntou a de mechas roxas.

- Você sabe como é. - Luka deu de ombros mas começou a explicar mesmo assim como o seu trabalho o estava deixando cansado.

Passando pela rua, estava um loiro bem familiar para os Couffaine. Adrien podia não gostar muito de estudar para ser um espião ou um soldado, mas se tinha alguma coisa vantajosa nesta escola era que ele havia aprendido a ser furtivo, o que ele aprendeu a valorizar nos últimos anos.

Por isso que, quando avistou a colega de quarto da sua melhor amiga e o seu crush tomando café juntos, decidiu abusar um pouco de suas habilidades.

Não que ele quisesse saber o que eles estavam conversando, não mesmo, nunca. Ele apenas estava preocupado porque Juleka também era sua amiga e Luka era um criminoso. Porém, sem querer querendo, ele ouviu uma parte da conversa.

- Na DEBS? Sério mesmo? - Juleka perguntou cruzando os braços, Luka tinha acabado de revelar uma parcela do plano que eles recém-formado sobre a DEBS. - Da última vez, eu tive que defender você lá e desde então eles passam o olho em mim.

- Eu não to te pedindo pra fazer isso. - Ele disse.

- Então por que me contou?

- Porque você não pode confiar em todo mundo naquela escola. - Luka falou preocupado com sua irmã mais nova. - Mantenha os olhos abertos, principalmente nos professores.

Adrien franziu a testa, como assim Juleka tinha defendido Luka para a DEBS uma vez? Ele não sabia nada sobre isso. Será que Marinette sabia? E o que ele quis dizer com manter os olhos abertos, principalmente com os professores?

O Agreste olhou para eles novamente, mas só viu Luka na mesa, Juleka havia saído.

O Couffaine mais velho tomou mais um gole de seu café, antes de notar o loiro a três mesas de distância da sua. Luka acenou com a mão direita e lançou um sorriso em sua direção, o qual Adrien correspondeu.

- Quer conversar? - O loiro perguntou de longe.

Luka balançou a cabeça negativamente, mas perguntou ao Agreste se queria sentar junto com ele. Adrien arqueou a sobrancelha, mas aceitou o convite e se sentou em frente ao Couffaine.

- Então, como funciona esse negócio de criminoso? - Adrien perguntou, genuinamente curioso. E também para fazrr graça, ele notou que Luka não estava muito bem. - Sabe, você anda por ai sem boné ou óculos pra se disfarçar mas e se alguém te reconhecer e chamar a polícia?

Funcionou, já que o de cabelos azuis riu.

- Depende. - Luka começou a falar. - Como eles não tem uma foto exata minha, é mais fácil eu circular por ai do que Queen Bee.

Adrien anuiu lentamente, fazia sentido, as pessoas se esqueciam das coisas rápido demais as vezes.

Os dois ficaram na cafeteria por bastante tempo, conversando sobre coidas aleatórias ora Adrien perguntava e Luka respondia ora era o contrário. Eles saíram da cafeteria quando perceberam que os funcionários queriam fechar e só não o fariam ainda por causa deles, Luka podia roubar as coisas dos outros mas ele odiava atrapalhar a vida de trabalhadores honestos.

Era como um código de moral dele.

- Então você me roubaria? - Adrien perguntou, depois do de cabelos azuis explicar para ele de seu código moral. Luka riu.

- Você ainda é um pouco novo para ser confundido com esses ricos que só roubam dos mais pobres. - Luka disse com os mãos nos bolsos. Adrien ergueu uma sobrancelha para ele em uma pergunta silenciosa. - Se eu não te conhecesse, com certeza eu roubaria de você.

- Sabia! - Adrien brincou.

Luka sorriu para ele, enquanto ele caminhava com o loiro, ele se sentia mais calmo, era como se estivesse em um rio e as únicas batidas de água eram uma leve cachoeira o fazendo sorrir com o movimento da água. Ele gostava de como se sentia quando estava perto de Adrien.

Quanto a Adrien, ele iria descobrir qual era a conexão de Luka e Juleka.