vinte e sete

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Adrien entregou a prova para o professor e saiu da sala de aula. Respirando aliviado, o loiro foi até o salão onde todos os alunos costumavam ficar. Também era o único lugar na escola em que tinha uma televisão e os alunos disputavam nos videogames, mas hoje quando ele chegou tinha alguma coisa diferente.

Assim que Adrien entrou no salão ele percebeu que não tinha ninguém gritando, nada de música ou barulhos de jogos, nada de conversas paralelas. Todos estavam quietos e amontoados perto da televisão. O loiro franziu as sobrancelhas e começou a chegar perto, tentando ver o que estava rolando.

- ...Cheng. A jovem estava perto do local onde os reféns estavam e, infelizmente, acabou sendo levada quando os responsáveis estavam fugindo de lá. - Ele ouviu a voz da repórter falar.

Adrien chegou mais perto da televisão e, finalmente, conseguiu um vislumbre da tela. A foto de Marinette estava no canto direito da reportagem, a legenda passava no fundo e a repórter continuava falando. O Agreste estava sentindo o coração bater mais rápido, ele sentia que não dava pra respirar e suas mãos começaram a tremer, não, o loiro pensou, eu tenho que saber o que aconteceu.

- O que houve com ela? - Adrien perguntou, a voz fria como gelo lembrando a de seu pai.

Os estudantes ao redor dele pareceram tomar um susto, alguns se entreolharam preocupados. Todos lembravam da época que os dois namoravam e alguns garotos foram brincar com Adrien e acabaram desrespeitando Marinette, só o pensamento deixa os aspirantes a espiões tremendo. Ninguém queria estar na mira de Adrien naquela escola, isso era certo.

- Amigo, - Nino falou se aproximando cautelosamente. - tudo o que sabemos é que sequestraram a Dupain-Cheng.

Adrien saiu de lá a passos duros, indo direto ao escritório de seu pai. Ele não deixou a secretária o impedir e entrou direto na sala de Gabriel, fechando a porta com um estrondo.

- O que aconteceu com a Marinette! - Adrien demandou uma resposta.

Gabriel cerrou os olhos para o filho e disse que teria que ir no telefone antes de desligar. O mais velho encarou Adrien, esperando que sentasse em uma das cadeiras, mas quando viu que ele não iria, o Agreste começou a falar.

- A senhorita Dupain-Cheng e suas colegas de quarto estavam em uma missão de rotina. Aparentemente, Queen Bee decidiu fazer reféns no Banco Nacional da França e a única exigência dela foi ver a srta. Dupain-Cheng. - Gabriel franziu o cenho. - As colegas de quarto foram pedidas para saírem de lá mas uma delas correu para achar Dupain-Cheng. Foi quando souberam que ela tinha sido levada.

Era como se Adrien tivesse apanhado e ele estava furioso sobre isso.

- Adrien. - Gabriel o parou antes que ele saísse da sala, o loiro se virou para olhá-lo. - Não faça nada que se arrependa depois.

O Agreste mais novo saiu do escritório batendo a porta forte. Ele correu pela escola até estar no terraço e se sentou, apoiando as costas na única porta que dava acesso até lá. Adrien deixou as lágrimas de raiva caírem pelas suas bochechas e seu punho bateu na porta. 

E então seu celular começou a tocar.

Adrien pegou o telefone e olhou para o visor. Era Luka.

- Alô? Luka?

- Adrien? - A voz do outro lado da linha falou. Uma voz doce demais para ser de Luka.

Adrien deu um pulo do chão. - Marinette? É você mesmo?!

- Sou eu! - Ele a ouviu rir. - Olha, eu to bem, ok? 

- Pelo amor de Deus, princesa, ta todo mundo preocupado com você. O que aconteceu?

- ..É uma longa história. Eu prometo te contar tudo quando eu voltar. - Ela suspirou. - Mas eu preciso de um favor seu agora.

- Qualquer coisa. - O loiro falou obstinado

~•~

Adrien bateu na porta do dormitório 240. Quem atendeu foi Juleka, ela estava vestindo um pijama e com os olhos um pouco inchados. Ela o deixou entrar mas não olhava diretamente para seu rosto. O que o Agreste encontrou no apartamento partiu seu coração, Kagami e Alya abraçadas no sofá sussurrando palavras de seurança uma para outra, os olhos delas estavam tão inchados quanto os de Juleka.

- Meninas. - Adrien murmurou baixo, mas foi alto o suficiente para elas olharem para ele.

Alya se levantou e se jogou nos braços de Adrien pedindo desculpas, dizendo que não sabia que isso aconteceria, que se pudesse voltar no tempo ela salvaria a amiga. Ele deixou ela chorar em seu ombro, dando batidinhas em suas costas e aceitando qualquer desculpa que ela pedia. Assim que a Cesarie se acalmou, Kagami passou um copo de água para ela e a ajudou a ir para o quarto.

- Elas estão assim desde que chegaram. - Juleka murmurou para ele assim que elas se foram.

- Eu também estou preocupado com ela. - Adrien falou colocando a cabeça entre as mãos.

Vê-las assim foi demais para ele.

Juleka o observou curiosa, sentada no puff de frente para o sofá.

- É melhor eu ir pra casa, já está tarde. - Ele falou levantando.

- É claro. - Juleka também levantou e o acompanhou até a porta.

- Eu sei que a gente vai resgatar ela, Juleka. - Adrien falou. 

- Sim, eu sei que vamos.

Os dois assentiram um para o outro e Adrien foi embora. Juleka foi até a janela e observou o loiro até ele sair de seu campo de visão, ela não sabia explicar, mas a Couffaine tinha certeza que ele sabia de alguma coisa e ela iria descobrir o que era.

Seu celular tocou a tirando do transe da janela. O número era desconhecido, Juleka foi até seu quarto e trancou a porta antes de atender.

- Jules. - A voz de Luka soou do outro lado da linha. 

- Mané. - Ela o cumprimentou com raiva, ele pareceu rir.

- Vamos ter que desmarcar o nosso passeio. Desculpe.

- É bom ela estar bem, Luka, ou eu corto as suas bolas.

- Você não vai precisar, ela está sem nenhum arranhão.

- E vai continuar assim. - Juleka ia desligar a chamada mas Luka gritou para esperar.

- Ela está bem, Jules, é sério. 

Juleka suspirou. - Eu sei.

- Eu te amo.

- Também te amo. - E desligou.

Juleka se jogou na cama e colocou um travesseiro em cima de seu rosto, gritando na almofada. A Couffaine queria saber quando viver ficou tão complicado.

CRIMINAL • ChlonetteOnde histórias criam vida. Descubra agora