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Não gostaria de estar indo para essa viagem, tantos treinos, tantas tarefas que deveria fazer ainda mais agora que finalizara o ensino médio, era o momento mais cauteloso para decidir o caminho, qual rumo deveria tomar, qual é o lugar que deveria se encaixar, seu futuro, mas lá estava Esther, despachando sua mala para embarcar no avião junto com seu grupo de amigas, ideia que partiu da mesma, e mesmo assim estava tão preocupada.
— Se qualquer coisa acontecer com você, promete que vai ligar — Disse o pai com uma expressão nitidamente preocupada a mãe não estaria diferente, ambos semelhantes, diria que poderia troca-los de face que continuaria a mesma coisa.
— Por favor, não se preocupem tanto vocês sabem muito bem que sei me cuidar. — Esther queria passar naquele momento um ar tranquilizador para os pais, não gostava que eles se preocupassem tanto com ela, mas era inevitável e ela sabia, era tanta proteção em cima da garota que as vezes sufocava, mas como dizem, é o amor.

Após a longa despedida de todas as meninas as suas famílias o grupo de seis amigas embarcou no avião, Esther, Lia, Ari, Sophi, Celine e Aila, assim que se sentaram em seus acentos não puderam conter a excitação instantânea que sentiram em conjunto pela primeira viagem juntas sem o acompanhamento de nenhum adulto se quer, nenhuma regra, nada as impediria de fazer o que lhes passasse pela mente, nada.
A viagem passou mais rápido do que as meninas imaginaram, talvez fosse a ansiedade em chegar logo que nem as fizeram perceber o tempo passar, Celine foi a primeira a desembarcar, logo atrás de sí o restante do grupo saia do avião, mas sendo a primeira a sair não segurou seu lado brincalhão e um pouco sem noção.
— CHEGAMOS MIAMI! — Gritou Celine, muito, muito alto, sem vergonha nenhuma.
— Pelo amor de Deus, será que você pode esperar a gente pelo menos chegar no hotel, dentro do nosso quarto para fazer isso? — Ari, sempre muito adulta a advertiu.
— Será que você pode deixar o seu lado adulto e responsável dentro do avião? — E Celine como sempre sem medo de a afrontar, debochou.

Embarcaram nos dois taxis que estavam estacionados um pouco afastados do aeroporto, e foram levadas por alguns dólares até o hotel que ficariam hospedadas pelos próximos vinte dias, sim, seriam ferias longas mas as jovens precisavam, logo estariam entrando na faculdade e sua vida ficaria muito pesada mais uma vez, elas mereciam.
Esther, a morena iluminada, de olhos claros um azul quase que puxado para o verde, altura mediana, digamos que estava perto de 1,70 de altura, não muito baixa mas nem muito alta, era claramente a que mais chamava a atenção entre suas amigas, seu estilo e sua personalidade a fazia ser cativante aos olhos de todos, claro que suas amigas eram deveras atraentes mas Esther, ela tinha algo a mais, não só por aparência, simplesmente era ela.
— Precisamos fazer nosso check-in no hotel, todas com os documentos em mãos? — Chamou a atenção das amigas para agilizar o processo e finalmente entrarem em seu quarto, e assim foi feito, agora as seis corriam agarradas em suas malas em direção ao quarto em frente a praia, as três camas de casal logo foram todas arrastadas para formarem uma só e o quarto trancado por Ari.
— Todas direto para o banho, e eu as quero prontíssimas no máximo em duas horas! — Disse Sophi já escancarando a sacada do quarto.
— Prontas para que? — Perguntou Esther a amiga.
— Acha que vamos ficar aqui? Estamos em Miami meu amor, estamos na praia dos sonhos, aqui é aonde tudo acontece e até agora NÃO NOS ACONTECEU NADA. — Respirou. — Então se apure por favor.

As amigas riram em conjunto e começaram a abrir as malas puxando as roupas que usariam em seu primeiro dia.
— Calma ai, é para ficarmos prontas para que? — Perguntou uma das amigas.
— Eu já pesquisei e hoje vai acontecer uma festa, como se fosse uma sunset, é uma festa que começa com o por do sol e vai até a noite. — Assim disse Sophi colocando algumas peças de roupa em frente ao seu corpo analisando.

Ao ouvir o que a amiga explicou Esther na mesma hora trocou o conjunto que planejava usar, já que pensou que seria uma volta, e que as amigas não iriam querer já no primeiro dia encher a cara em uma festa, colocou uma calça cargo no estilo urbano com a cintura um pouco baixa na cor preta e seu nike branco que gostava tanto, na parte de cima como estava calor na cidade decidiu investir em um top sem alças, não largaria seu estilo urbano mesmo estando na praia, já suas amigas investiam em bermudas curtas e saias, e era exatamente isso que acabava destacando Esther do resto de seu grupo, por ser a única diferente, cacheou os cabelos e com uma maquiagem finalizada pode finalmente se avaliar em frente ao espelhos, com aplausos a morena foi elogiada pelas amigas.
— Senhoras e senhores, Esthé! — Lia e suas frases de efeito.

Com o grupo pronto, e a noite já começando a cair saíram atrasadas e apressadas para a localização que foi pesquisada mais cedo, os perfumes misturados e exagerados invadiram o salão do hotel e não puderam evitar algumas risadas sem graça ao ouvirem alguns elogios vindo de homens ao bar do hotel, com a excessão de Ari que de imediato lançou um olhar rigoroso para os mais velhos.

— Finalmente! — Exclamou Celine ao pisar dentro da festa.
— Finalmente..
Esther olhava para todos os lados, não costumava ir as festas da cidade, sempre focada, não seria a primeira vez da mulher dentro de uma festa, mas de uma grande como a que estava, seria, conseguia sentir cada parte de seu corpo vibrar com a música era involuntário os movimentos que seu corpo fazia, o sorriso foi momentâneo, uma felicidade inexplicável e em poucos minutos o grupo já havia tomado o centro da pista ao som de "The way I are - Timbaland."

Enquanto dançava sentiu algo estranho, um sentimento, algo que a levou a olhar para frente, para um homem que estava sentado escorado ao bar com um copo de vidro em mãos, e esse algo que sentiu foi o foco que o moreno estava sobre seu corpo, sobre ela, os olhos agora penetravam aos seus, um arrepio subiu seu corpo assim que o contato visual foi feito, ainda mais daquela forma, se sentia como a dançarina dele como se estivesse dançando para ele, o desgraçado a fez se sentir daquela forma.
Dreads amarrados para trás, usava boné, roupas largas, e não seria exagero da parte de Esther, eram largas mesmo, ao lado dele estava outro rapaz que tinha cabelos longos e pretos, com algumas mechas rebeldes e loiras, os dois se destacavam muito por serem de estilos completamente diferente e inconvenientemente gêmeos.

— Meu Deus.

Will it just be mine? - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora