Lilá estava morta.
Ele matou novamente.
Demorou um bom tempo para conseguir controlar os sintomas da ansiedade atingindo seu corpo e sua mente de uma maneira dolorosa. Porém, novamente teve ajuda do seu professor que ficou ao seu lado até o instante em que conseguiu se controlar e conseguir respirar aliviada. Ainda estava sentada na calçada de frente para a universidade observando os policiais andando de um lado para o outro, de como a autoridade da universidade estavam suspendendo as aulas por um tempo indeterminado, de como os alunos estavam chocados - a maioria - por ver um corpo pela primeira vez.
Ela entendia como era chocante observar uma pessoa morta, de como a forma paralisada do corpo causa um tipo de susto mental e que muitas vezes o cérebro não processa o que aconteceu. Dificilmente era algo que se esquecia, Hermione sabia disso.
Seu professor de anatomia pediu que o esperasse enquanto ele ia conversar com a diretora e quando retornou avisou que as aulas estavam suspensas por uma semana. Foi naquele instante que ela tremeu, quando se lembrou a caixa com aquela mão decepada e o aviso claro que o Príncipe da escuridão estava de olho nela. Hermione não sabia o que fazer nem para onde ia, exatamente por isso que estava ali sentada por tanto tempo que suas costas estavam doendo.
— Eu acho que a gente poderia ir para algum lugar. — ouviu Draco falando ao seu lado, ele também parecia perdido em pensamentos como ela, o seu professor não tinha dito nada até aquele instante, os olhos azuis acinzentados dele estavam focados no corpo de Lilá. Hermione poderia muito bem imaginar o que ele estava pensando.
— Para onde? — perguntou, estava pensando no que faria sobre sua casa, para onde iria? Ela tinha que arrumar um novo lugar para morar antes que ele invadisse sua casa e a levasse como presente.
— Sinceramente, eu queria encher a cara. — Draco falou dando de ombros.
Hermione acabou sorrindo de lado.
— É um bom plano. — beber para tentar esquecer tudo aquilo era uma boa opção, fingir que não poderia tomar álcool por causa dos remédios também parecia ser uma boa opção. — Acho que quero encher a cara também.
— Bom, então vamos lá. — Draco se levantou, acabou o acompanhando, olhou mais vez para a universidade observando como ela estava ficando vazia, os alunos estavam indo para suas casas com diversos pensamentos que Hermione poderia considerar que não eram tão amedrontados como os seus. — Falando nisso, qual é o seu nome?
Hermione olhou para o seu professor, pela primeira vez o observou de verdade, era um homem bem mais alto, tinha um corpo que aparentava ser musculoso, os cabelos eram de um loiro que se assemelhava ao platinado, e o corte era curto que combinava com a roupa social que ele usava. Ele estava com as mãos no bolso da sua calça enquanto andava ao seu lado.
— Hermione.
— Sou o Draco, pode me chamar assim.
Apenas confirmou com a cabeça enquanto que seguiam em direção contrária da sua casa, porém, Hermione não estava pensando muito em retornar, talvez ficar longe de lá seja o indicado.
— Hermione… — Draco hesitou no que iria falar, ele respirou fundo, os olhos dele desviaram dos seus por alguns segundos enquanto pararam num farol aberto. — Eu queria te perguntar uma coisa.
Ela mesmo confusa com a forma hesitante que ele demonstrou apenas assentiu, apenas atravessou a rua com ele enquanto observava uma rua movimentada.
— Sim?
— Você é parente de alguma vítima dele? — Draco perguntou.
Hermione olhou para o rosto dele, seu professor parecia arrependido de ter perguntado sobre isso. Ela mordeu o lábio inferior, apenas cruzou os braços e ficou calada. Apenas Luna sabia sobre isso, fora sua psicóloga, apenas ela que conseguiu se abrir a ponto de falar que sobreviveu, porém, ela não conseguia compartilhar nada com ela e algumas vezes até com sua psicóloga. Tinha lembranças que eram difíceis de acessar, ainda mais que achava que pelo fato delas não terem sentido a dor de ser uma vítima do Príncipe da escuridão acabava complicando tudo.
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O príncipe da escuridão - 1 temporada - DarkDramione
FanficHermione Granger era uma mulher que precisava lidar com traumas tão profundos apenas por causa de um assassino que a manteve em cárcere privado por anos. Quando havia se acostumado com o gosto da liberdade depois de ter lutado tanto pela própria vid...