POV: Petruchio
Fazia muito tempo que eu não tinha uma noite tão especial. Estar perto de Catarina novamente é um sonho quase real. Ainda não acredito que posso tocá-la, que meus olhos vão encontrar o sorriso sempre sincero que ela expressa a cada vez que me olha.
Acordo um pouco mais cedo que o normal, há uma inquietação, uma alegria que eu não consigo controlar. Olho para baixo e sinto nossos corpos tão próximos, sua cabeça pousada em meu peito, o sopro leve de sua respiração, os batimentos de seu coração, o motivo que faz inflar ainda mais a minha sensação.
Deslizo meu braço por suas costas, apreciando ainda mais nossa aproximação. Um suspiro escapa de seus lábios e me aproximo um pouco mais, até que meu nariz fique próximo de seus cabelos, inspiro o cheiro delicado, que me fascina, me tira a razão. Nunca me canso dessa imensidão.
Deposito um beijo no topo de sua cabeça, me surpreendendo com o movimento de sua mão, que deslizou para o centro, alcançando meu coração.
— Não levanta agora, não — pediu baixo, me abraçando, aumentando ainda mais minha emoção.
— Não vou a lugar nenhum, favinho.
— Que bom — suspirou.
Não sei se voltou a dormir, não consigo ver sua expressão, apenas sinto completa satisfação, nunca tive algo tão valioso em minhas mãos. Nunca desejei tanto manter essa ligação.
Acho que no fim, também voltei a dormir, toda sua tranquilidade vinha e me permite sentir, sentir o calor, a precisão do amor que temos e estamos construindo aqui. Quando acordei novamente, o sol já parecia quente e por mais que não me sentisse forte o suficiente, me levantei para cumprir uma promessa que se tornou urgente.
Não foi fácil me desvincular de seus braços, mas consegui e a cobri, para que não sentisse tanta falta do meu abraço. Sei que não gostou muito da perda do contato, pois reclamou, mas muito baixo, sorri, pois nem mesmo abriu os olhos.
Me vesti apressadamente e corri para fora do quarto, pois sei que se ficasse assistindo, não resistiria e voltaria o mais rápido possível para os seus braços. Fechei a porta ao passar e desejei que continuasse a descansar.
Ao chegar na cozinha, notei que todos pareciam prontos para trabalhar.
— Bom dia — desejei ao me sentar e pegar uma pequena xícara de café que Neca precipitou-se em me entregar.
— Bom dia, seu Petruchio, como que o senhor está? — Lindinha perguntou e sua voz soou estranha ao falar.
Quando observei melhor, todos na mesa pareciam me encarar, inclusive Calixto, que mantinha o semblante fechado, como se estivesse irritado com algo.
— Arri égua, que caras são essas?
— Estamos muito preocupados — Neca foi a primeira a tentar me explicar de fato o que acontecia, o que os preocupavam — A moça, a Dona Catarina tá aqui e já é o terceiro dia, o senhor num acha que o pai dela pode vir checar? Procurar e questionar se o senhor num sabe mesmo onde ela tá?
— Arri égua, mas com isso ocês num precisam se preocupar, eu até pensei numa coisa e preciso do Calixto, só ocê que pode me ajudar.
— Arri, o senhor precisa de mim?
— Sim, eu sei que ocê e Dona Mimosa são muito próximos, então o Dr. Batista num ia desconfiar da sua visita.
— E por que o senhor quer que ele visite essa dona? — Neca não escondeu o desconforto, ciúmes, o nome.
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Além da Verdade e da Paixão
FanfictionSegunda Temporada de Entre o Amor e a Desilusão. Existem várias verdades e várias versões? Ou uma única verdade com várias versões? Acreditamos mesmo em tudo o que nos dizem ou apenas nos iludimos com o que nos convém? Tem como algo que realmente...