Capítulo 16

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- Já ouviu falar sobre este lugar?

Me aproximei de Naoki, analisando a foto que ele me mostrava na tela que a sua pulseira projetava.

Balancei a cabeça. - Não que eu lembre.

- Esse lugar tem história. - Contou ele, passando as fotos. - O prédio inteiro é um salão de jogos. Dizem que o décimo andar é VIP.

O ouvi enquanto distraidamente analisava as imagens. Era um lugar discreto demais para funcionar como um salão de jogos. Não havia praticamente nada que chamasse a atenção de qualquer desesperado viciado em apostas. 

- E o que esse lugar tem a ver com o caso?

- O pai do nosso alvo faz uns truques lá. - Explicou ele.

- Pela nossa pesquisa, é quase completamente vazio no horário da tarde. - Noah adicionou a nova informação, concentrado no prato diante de si.

Assenti vagarosamente. - Quantos são demônios?

- A maioria. Poucos humanos são vistos por lá. - Respondeu Nao, agora fechando a tela em sua pulseira para dar alguma atenção ao prato repleto de frutos do mar dispoto ao alcance dos seus olhos.

- Eles checam as identidades e dão uma espécie diferente de pulseira de identificação para humanos e demônios, mas não se importam o suficiente para colocá-los em alas ou andares diferentes. - Noah acrescentou mais informações. 

Assenti vagarosamente mais uma vez, acompanhando as informações. - Acho que podemos interpretar isso como uma espécie de convenção social para não ter problemas com a lei. Algo como "nós estamos deixando claro quem são os demônios e os humanos aqui. Qualquer incidente será culpa deles". Isso significa que abordar os superiores do lugar para conseguir informações não nos levará a concluir nada sobre o caso; já que eles nem ao menos se preocupam o suficiente para tomar medidas maiores ou mais eficazes, também não devem se importar a ponto de saber mais sobre os funcionários. 

- Exato. Então, Noah e eu conversamos, e achamos que podemos entrar lá em um horário vazio e fazer uma entrevista diretamente com o pai dela. Não levaria muito, e com o testemunho de alguém assim, poderíamos fechar o caso.

Assenti, devolvendo os hashis ao suporte e apoiando os cotovelos sobre a mesa do restaurante em que almoçávamos. - Então façam isso. Tomem cuidado com as perguntas que farão e em como vão abordar cada assunto. Não é necessário tentar arrancar verdades, já que o caso já está resolvido. Só precisamos que alguém nos dê uma história que faça sentindo como prova, então não forcem demais. Vou deixar o relatório final para vocês também. Estou contando que vão conseguir as últimas informações que faltam com o pai dela, então tentem ao máximo. Encerrar esse caso hoje, no começo da semana, seria o ideal para abrirmos novos.

Ambos concordaram com acenos imediatos, sorrisos tranquilizadores nos lábios e olhares relaxados nos olhos. Misaki e Julie caminhavam de volta para a mesa naquele instante, atraíndo minha atenção por alguns breves segundos enquanto carregavam suas bandejas com lámen e sopa de miso.

O restaurante era discreto, pequeno. Ainda assim, nossa mesa recebia alguns ocasionais olhares. Eu sabia o motivo, eu sabia que estavam cogitando a possibilidade de algum dos meus cães de caça ser um demônio. É claro que cogitariam, já que eu estava ali. Pela forma como algumas pessoas nos olhavam, me olhavam, eu sabia que tinham visto as notícias que começaram a surgir sobre mim nessa última semana.

Misa exalou ao sentar. - Eu vou realmente comer lámen quente no verão. - Ela sorriu para a própria comida. - O calor vai ser terrível, né? 

- É claro. - Julie franzia as sobrancelhas para a minha irmã.

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