Capítulo 2

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ASIER HÉRNANDEZ

— Obrigado por vim, senhor – o homem diz de forma desajeitada, seus ombros se movem muito rápido e suas mãos não conseguem permanecer paradas

— Não vim até Nova York pra ouvir agradecimentos, senhor Saidd. – ajeito minha postura, não desviando o olhar do homem – O que você quer? Não entendi o por que pediu para que eu enviasse homens até sua casa.

— Eu estou em dívida com o senhor, mas eu tenho pedido a fazer.

— Você não está em posição de pedir nada. – me levanto, arrumando meu terno de cor cinza feito à medida. Caminho pela pequena sala, que ele chama de escrito – Me deve uma grande quantia, até agora não vi a cor desse dinheiro.

— Irei pagá-lo, só peço tempo.

De forma rápida seguro no encosto de sua cadeira, fazendo a mesma curvar para trás e deixá-lo cara à cara comigo. Os olhos de Saidd se movem rapidamente pela minha fase, mostrando o quanto ele está com medo e apavorado. Sempre soube que o mesmo é um homem fraco, que só se faz de forte.

A alguns anos ele estava querendo abrir sua boate, me procurou e pediu um valor emprestado. Já se passaram quatro anos e até agora não recebi nada, claro, ele anda pagando o juros mas as parcelas não. Ele está na minha lista de pagamento, então, vive me fazendo favores por aí. A vida é assim, nada é de graça e algumas coisas custam a vida.

— Você tem três meses.

— Senhor..

— Se não deseja voltar para casa sem os dentes, cale-se. – ele engole seco, fechando a boca em seguida. Retorno para o meu lugar, me sento e fico encarando o homem visivelmente aterrorizado – Agora diga o que quer, mas lembre-se, tudo terá um juros.

— O senhor pediu para que eu começasse a vender suas drogas, aqui, na minha boate – começa a explicar – À algumas semanas atrás um grupo entrou aqui e me confrontaram, a gangue da região me questionou porque estou vendendo drogas internacionais.

— Até agora não sei o que eu tenho haver com isso, não pedi para que vendesse minhas drogas, eu mandei.

— Eles começaram a me seguir, estão rondando pela minha casa e temo que algo possa acontecer – seu olhar realmente é de preocupação, isso me intriga.

O que esse velho tem de tão precioso?

E o que você têm em mente que eu faça? Os mate?

— Não sei, meu senhor. Temo pela..

Ele ia continuar a dizer, mas a porta do escritório é aberta, meu primo e subchefe entra na sala avaliando tudo calmamente. Sem aos menos se importar com a presença de Saidd ele vêm até mim e curva-se até a altura do meu ouvido.

— Temos problemas

— Que tipo de problemas, Aaron? – encaro os olhos azuis do mesmo, que brilham com uma intensidade anormal

— Estava na casa do Saidd como me pediu – ele move o olhar até o homem, que está atento à cada palavra de Aaron – Só que houve um contratempo.

— Fala logo

— Começou uma troca de tiros, uma moça estava na rua e tive que salvá-la – Saidd se levou rapidamente, chamando a minha atenção.

— O que aconteceu? – Aaron o olha, com uma sobrancelha arqueada – O que houve com a moça, ela.. ela conseguiu se proteger, senhor?

— Está bem interessado – meu primo fica ereto, encarando o homem – Presumo que conheça a jovem, já que ela saiu de lá e retornou.

— Conhece a moça, Saidd? – é a minha vez que questioná-lo. Movimento meus dois dedos e logo um soldado me entrega uma dose de uísque.

— Sim, senhor

— E quem é ela? – insisto – Deve ser alguém bem especial, já que pediu para que eu enviasse soldados até o local.

— Ela.. ela se chama Laila, é a minha afilhada.

— Então é por isso que teme essa tal gangue.

— Laila é uma jovem que não conhece o mundo que vive, ela dança nessa boate por amor e arte – dá dois passos à minha direção, fazendo meus soldados apontarem a arma pra ele – Ela é uma sonhadora, não merece perder tudo por culpa minha.

— Irei cuidar para que nada aconteça coma a garota, mas saiba, Saidd. – aproximo dele, ficando mais perto do seu ouvido – Isso terá um preço bem caro.

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