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Acordei sentindo um peso sobre mim, sentia algo me preenchendo. Me recordo sobre noite passada, foi a escolha certa?

Afinal estamos casados essa hora iria chegar, cedo ou tarde.

Não conseguia me mexer, não sentia vontade de tal ato. Só queria aproveitar a sensação de estar acordada vendo a luz entrando pelo quarto, e sentindo seu corpo quente sobre o meu. Olhei em seu rosto e Draco dormia tranquilamente sem pretenção de acordar pelas próximas horas.

Cenas do jantar de noite passada invadiram meus pensamentos, o que me fez refletir sobre a relação entre Theodoro e sua noiva. Eles pareciam tão íntimos, realmente parecia que ele gostava dela o que pra mim não fez muito sentido. Como ele pode simplesmente me esquecer em um intervalo de tempo relativamente pequeno? Tudo bem se passaram alguns meses, mas mesmo assim eu ainda o amava, e ele?

Eu me casei por obrigação mas ele parecia estar fazendo isso por vontade própria, parecia até feliz com sua escolha.

Os olhos dela brilhavam quando ele começava a falar, dava para ver que eles se gostavam. O jeito que ele se referia a ela quando contavam alguma história era de pura ternura, ele falava dela com tanto carinho, eles se tratavam com muito carinho. Sinto meu peito doer, será que o que vivemos, que todas as juras, que todas as emoções que sentimos, tudo isso..... fora uma ilusão?

Sinto Draco se remexer. Ele levanta a cabeça e me olha, parece retomar a consciência e me dá um leve sorriso.

- Bom dia, Malfoy.

- Bom dia.

Ele se apoia em seus cotovelos com os olhos focados em mim e se levanta da cama com o lençol pendurado em sua cintura.
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Draco Pov's

Me levantei da cama com o lençol em volta da cintura e caminhei até o banheiro, coloquei uma cueca e voltei para o quarto. Tive a visão de seu corpo completamente nu deitado na cama, sua cabeça estava virada para o lado da janela, os raios que entravam pelo começo do dia, estavam iluminando todo seu corpo tornando aquela imagem como uma pintura celestial.

Ela se levantou colocou sua calcinha de renda verde, que estava no chão ao lado da cama, e foi até a sacada do quarto, se apoiando ao parapeito. O sol iluminava todo seu rosto, que agora adquiriu  um certo rubor em suas bochechas, o cabelo dançava com o vento sendo soprado.

Eu estava parado a olhando.... Ela se vira para mim, e é como se seu olhar me chamasse, suas íris me hipnotizam e eu me perco no azul de seus olhos,mesmo  não dizendo nada eu caminho até ela que mantém seus olhos fixos em mim.

Paro em sua frente, totalmente imóvel. Eu estava hipnotizado por ela, não estava entendendo o que estava acontecendo comigo.

- Dormiu bem, querido? -ela disse com certo deboche em sua voz.

-Perfeitamente.

Fim do pov
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Ele parecia uma estátua parado em minha frente daquele jeito, como se tivesse perdido em seus pensamentos. Respondeu como se fosse um robô, programado para responder, sem nem pensar, apenas falar.

- Vai querer o que para o café da manhã? -o olhei curiosa pra ver como ele iria agir.

- O de sempre. -disse quase gaguejando.

Sorri com o jeito bobo que ele havia acordado, coloquei meu robe e desci para preparar a rotineira torrada e a tigela com frutas.

- Bom dia bb... - digo enquanto sinto  spaghetto pulando em minha perna.

Nem senti sua presença na cozinha, ele chegou calado e assim se sentou e ficou o resto do café da manhã.
Seus olhos vidrados em mim e no que eu fazia a todo momento.

- Não vai ler seu jornal hoje? -perguntei estendendo o objeto para ele.

Ele nada disse, apenas pegou o jornal de minha mão e o abriu.
Terminei de comer e fui para sala, me sentei com os pés no sofá e peguei meu livro. Alguns minutos depois ele chegou ergueu meus pés e se sentou ao meu lado. Não falou nada.

- Você está bem? -perguntei já estranhando essa postura dele.

-Sim. -respondeu simples olhando pelas paredes da casa.

- Parece meio distante.... -ele me olhou como se não tivesse entendido minha observação.

- O que aconteceu ontem.... -o interrompi.

- Somos casados não?

- Sim. Mas eu não imaginei que isso iria acontecer, não por agora. -ele diz enquanto ergue as sobrancelhas em um gesto claro de confusão.

-Não gostou? -perguntei risonha, a resposta era bem óbvia.

-Não... quer dizer! Não é isso que eu estou tentando dizer. -ele diz sorrindo enquanto gesticula com as mãos.

- Então... -fiz uma pausa longa -Seja mais claro por favor.

Confesso que estava achando divertido ver ele tentando se explicar, acho que nunca o vi constrangido, ainda mais por causa de uma transa.

- Ah esqueça. Não era nada. -ele se deu por vencido, acredito que não encontrou as palavras certas para me questionar o que eu sei que pairava por sua cabeça.

Voltei minha atenção para o meu livro novamente. Embora estivesse achando tudo bem divertido gostaria de saber quando ele voltaria a agir normalmente.

- Você pode comprar algumas tintas para mim? -quebro o silêncio pedindo lhe um favor que estava em minha mente a alguns dias.

- Você pinta? -ele pergunta surpreso.

- Sim! -me lembrei da madrugada em que pintei o céu de minha casa, do retrato que fiz de Theo, é gostaria de voltar.

- Posso ir à cidade ver se encontro alguma coisa, ou até o beco diagonal. Tem alguma loja de preferência?

- Paintpoof.

-Beco diagonal então...

Ficamos ali por mais alguns minutos, até que ele se levantou e subiu as escadas. Não sei o que ele foi fazer e minha atenção também não ficou voltada para isso, estava totalmente inerte em minha leitura.

Sentia os pelos de spaghetto roçando em minha barriga, o animal estava deitado em meu colo, dormia feito um anjinho. Ele costumava ser bem ativo, talvez mais tarde eu de um passeio com ele pela propriedade.

Apesar de eu já estar melhor desde a minha recaída, os dias aqui passavam de pressa mas ainda sim pareciam durar uma eternidade. Eu simplesmente não tinha o que fazer durante o dia todo, Draco ficava em seu escritório resolvendo suas papeladas mas eu, eu não tinha nenhuma ocupação.

Minhas únicas tarefas eram cuidar da casa e agora de spaghetto, o que não demandava muito do meu tempo nem esforço, já que com um simples estalo tudo já estava em seu devido lugar.

Me levantei, caminhei até a vitrola e coloquei uma música para tocar. Eu podia sentir suas vibrações, olhei para o chão e me deitei nele. Meu corpo estava quente e no momento que ele encostou no chão fresco senti meu corpo todo se arrepiar.

The LestrangeOnde histórias criam vida. Descubra agora