Goiânia, 14 de outubro de 2016
Maraisa
era nossa semana de folga e eu marquei de ir em um barzinho com o meu namorado, o Raimundo. o barzinho fica aqui perto de casa, é de um amigo meu que conseguiu que eu cantasse um pouco lá pra animar a noite. Então, me arrumei e peguei meu violão.
Mara: é melhor eu ir, metade, não quero me atrasar
Mai: quando você chegar eu quero saber de tudo! ⎯ sorri ⎯ boa sorte com o seu boy, irmã!
Mara: obrigada, irmã ⎯ sorrio ⎯
pego meu violão e saio de casa. Cheguei no barzinho, entrei e avisei Raimundo sentado no balcão. Olhei em volta, tinham poucas pessoas ali e estranhei, ele me disse que esse lugar estaria lotado hoje. Mesmo assim, subi no palco que havia ali e cantei algumas músicas. Terminei meu pequeno show e me aproximei do meu namorado, que me olhava com uma cara estranha.
Mara: o que foi, amor? Não gostou das minhas músicas?
R: precisamos conversar, Maraisa. Me dá esse violão ⎯ estende a mão ⎯
Mara: tá bom ⎯ entrego o violão ⎯
sem se importar com o que as pessoas iriam pensar, ele bateu meu violão no chão com toda a força, fazendo com que ele se quebre. O olho confusa e ele me arrasta pra um quarto nos fundos do lugar.
Mara: eu não tô entendendo, o que tá acontecendo, Raimundo?
R: me escuta, sua vadia, você é minha e você faz o que eu mandar, entendeu? Você vai parar com essa coisa de cantar, não quero você cantando nesses palcos e dançando que nem puta!
Mara: mas é o meu trabalho!
R: seu trabalho é fazer as minhas vontades! Eu vou te ensinar o que acontece se me desobedecer! ⎯ me dá uma bofetada ⎯
Mara: para!
R: VOCÊ TEM QUE ME OBEDECER SUA VAGABUNDA! ⎯ me dá outra bofetada ⎯
Ele me jogou na cama e distribuiu bofetadas no meu rosto. Tentei tirá-lo de cima de mim mas foi em vão, ele era forte demais. Depois de me bater, ele tirou meu short e minha calcinha e em seguida tirou seu cinto.
Mara: não Raimundo, por favor... ⎯ digo ofegante ⎯ eu vou ser uma boa garota...
ele tira a calça e vem pra cima de mim. Gritei o mais alto que consegui e o dono do bar entrou correndo. Ele se aproximou e tirou o Raimundo de cima de mim.
⎯ deixa em paz, seu idiota!
Mara: SAI DAQUI RAIMUNDO! ⎯ levanto e me cubro com o lençol ⎯
R: NÃO ANTES DE ACABAR COM VOCÊ SUA PUTA!
Ele joga o rapaz no chão e corre até mim. Completamente cego de ódio, ele me pega pelos braços e me chacoalha.
⎯ eu mandei soltar ela!
o rapaz levanta e expulsa o Raimundo aos socos. E então, os gritos deram espaço ao silêncio. Eu peguei minhas roupas do chão, me vesti, peguei o que sobrou do meu violão e sai andando, tentando controlar as lágrimas que insistem em cair. Cheguei em casa descabelada, com manchas roxas nos braços, meu rosto estava vermelho e cheio de hematomas.
Mara: Maiara... ⎯ caio de joelhos na porta ⎯
Mai: ei,ei, calma... ⎯ me abraça ⎯ vem, eu vou cuidar de você...
Ela me ajudou a levantar e trancou a porta. Minha irmã me levou até o banheiro, tirou minha roupa e me colocou em baixo do chuveiro, na água gelada. Eu só sabia chorar, sentei no chão e fiquei encolhida, sentindo a água tirar todo o suor impregnado no meu corpo.
Mai: eu tô aqui... ⎯ me abraça por trás ⎯ vai ficar tudo bem...
Mara: eu quero morrer... ⎯ eu disse com a voz embargada ⎯ me deixa aqui...
Mai: eu não vou sair de perto de você...
e pelas próximas horas daquele dia, eu chorei no colo da minha irmã gêmea, desejando morrer. Eu só queria parar de me sentir suja por ter sido tocada daquele jeito.
mais um!
Esperavam por isso?
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baby Mai
FanfictionMaiara Carla, com seus 34 anos, tem infantilismo e vive em Goiânia com a sua irmã gêmea Carla Maraisa, com quem forma uma dupla sertaneja. Muito doce, sensível e inocente, a ruiva é muito grudada em sua metade, que não se importa com seu jeitinho in...