7. Fim de tarde com o namorado

377 51 4
                                    

Pov Sarah

Sabe um dia tranquilo? Aquele tava' sendo um dia tranquilo.

Depois que aquela besta foi embora eu e Juliette ficamos na areia conversando. Comentávamos sobre as poucas pessoas que passavam por aí, sobre assuntos aleatórios do nosso dia a dia e até começamos a planejar algumas viagens para o meio do ano, minha morena gostava muito de ir para casa nessa época, já que as festas de são joão de lá são bem melhores, só de pensar já dá saudades da dona Fátima, vulgo minha sogra.

Tudo na mais perfeita paz.

O contrato não era lembrado. Nem mesmo durante o nosso almoço, onde acabamos ficando alguns momentos em silêncio e dando brecha para novos assuntos aleatórios, nem assim lembramos do Lucas. Mas ele tinha que chegar.

Eu não sei bem o que aconteceu ou como ele chegou ali.

Estávamos sentadinhas, abraçadinhas, olhando para o mar, Juliette tomava sorvete e falava sobre um dos casos que ela havia pego naquela semana.

— Ainda bem que eu tô do lado dela. — era mais um caso que envolvia divórcio e eu só conseguia rir com a empolgação da minha namorada. Ela sempre ficava puta com os caras que não pagavam o que deviam, que saiam de casa e ficava até contente em conseguir tirar tudo e mais um pouco deles.

— E a mulher que ia processar o velho da lancha?

— Aquela ali tá feliz. Vai conseguir dinheiro pra caralho. — riu e eu a acompanhei.

Por um segundo eu desviei os olhos da água, algo me dizia para olhar para o lado e assim eu fiz, apenas para ver o idiota de mais cedo vindo na nossa direção e ao lado dele o idiota que estava me enchendo a paciência por ser mesquinho de mais e incapaz de produzir um conteúdo que lhe gere fama.

— Puta que pariu. — resmunguei e Juliette olhou para mim e depois para os lados, vendo o mesmo que eu.

— Eu sabia que aquele cara não era legal. — apenas assenti, concordo com ela.

— Sarah Andrade. — chegou sorrindo.

Espero que esse doido não esteja pensando que estragou um esquema meu por chamar meu "namorado" aqui. Será que ele ajudou Lucas a me achar só porque levou um fora? Será possível mesmo?!

— Oi, de novo, desconhecido. — ele falou comigo, né? Então eu falo com ele.

— Quer ir dar uma voltinha comigo e deixar o casal conversar, Ju? — quem ele pensa que é pra' tratar minha namorada por apelido? Que intimidade é essa?

— Quero não. — ela não foi grossa, só foi direta de mais. Muito bem. Né linda? Aprendeu comigo.

— Valeu, amigo. — Lucas tocou o ombro do rapaz que o trouxe aqui — Eu vou ficar aqui com elas e você pode ir. Depois a gente se fala, pode ser? — o desconhecido não pareceu muito satisfeito, mas apertou a mão do loiro e foi embora. Agora fica a dúvida, Lucas Viana estava participando da suruba? — Vocês tão querendo me fuder?! — jogou a mochila dele ao nosso lado.

— Sim e não, depende do sentido da pergunta. — Juliette respondeu na minha frente — Eu acho que quem quer te fuder é seu amiguinho ali. — apontou para o rapaz que havia saído a poucos instantes.

— Você entendeu, paraíba. — sentou aí nosso lado, claramente irritado.

— Ei! — o repreendi — Ninguém aqui tá te ofendendo, então comece a agir como adulto e pensar nas suas palavras ou a coisa não vai ficar boa pra você, idiota. — ele não gostou da reclamação, mas eu também não gostei dele tentar xingar a Juliette.

Contrato de paciência - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora