17. Tudo termina em brigadeiro

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Pov Sarah

Eu não sei o que aconteceu. Eu juro que não sei o que porra aconteceu comigo.

Fiz de tudo pra' encontrar Lucas naquela porra de apartamento, mas tinha muita gente e ele parecia ter se escondido muito bem. Depois de rodar o lugar todo conseguei encontrar com Bianca, que estava vermelha de raiva.

— Trancaram a merda da porta e não tão me deixando sair. — virou irritada — Cadê seu namorado?

— Não tenho nem ideia. Espero que tenha morrido ou eu que vou matar ele.

— Você também é muito besta. — resmungou e eu me virei irritada.

— Ele disse que tinha que falar de trabalho! O que eu ia fazer?! Se eu soubesse que era uma festa não teria vindo! Eu não queria isso! Agora vou ter que encontrar aquele filho da puta e sair daqui o mais rápido possível e ainda me explicar pra Juliette, que vai achar que eu tô aqui curtindo uma festa que eu disse pra ela não fazer, enquanto ela tá planejando uma surpresa pra mim! Você acha mesmo que eu tô gostando disso?! — a raiva foi tanta que não me importei em pegar um dos copos do garçom que passou na nossa frente. Até garçom tinha! Quanto tempo ele levou pra' preparar isso? — Vou atrás dele, de novo. — virei o copo e sai de lá.

Não é como se eu quisesse tá' nesse lugar. Eu fui muito besta em acreditar nele? Fui sim. Mas o que eu ia fazer? Eu tenho que trabalhar!

Mais uma vez estava num corredor com várias portas, rodas fechadas e fui batendo e cada uma. Nunca tinha vindo aqui, então não sabia qual era o quarto dele. Atrapalhei algumas pessoas que tavam' transando, tanto nos quartos quanto no banheiro, até que mais uma vez tava' naquela porta que não abria por nada.

— Lucas, abre essa merda! — gritava e socava a porta com todas as forças que eu tinha, mas quem tava' no quarto continuava me ignorando — Eu vou arrombar essa porcaria de você não abri logo! — e mais uma vez, ignorada.

Irritada, fui para a cozinha, tentava achar alguma coisa que pudesse usar para derrubar aquela porta, mas ele não tinha quase nada em casa. Sério, nem produto de limpeza tinha aqui, fico imaginando a situação do banheiro desse lugar.

Depois de abrir todas as portas e armários que eu achei, me encostei no balcão, derrotada. Nada. Não tinha absolutamente nada ali, o que significava que eu ia ter que arrombar aquela porta sozinha. Respirei fundo, tomei mais unas doses que estavam ali em cima e enfiei uns três brigadeiros na boca antes de voltar para o corredor dos quartos. Parar um instante apenas pra' dizer que aquilo não era um brigadeiro normal, mas era muito gostoso, era de chocolate, mas tinha uma coisinha a mais que eu não sei o que era... Perguntar pro farol de milha quem levou aquilo, sua quero a receita.

— Última chance, abre isso aqui! — gritei mais uma vez quando estava na porta e mais uma vez ignorada — Eu vou arrombar essa porra!

Sem resposta, a minha solução foi dar um chute perto da maçaneta. Tá' certo? Não sei, vi isso num filme. O barulho foi muito alto, mas eu senti que deu efeito e como meu joelho ainda tava' no lugar, eu fiz de novo. No terceiro chute a porta abriu, mas não porque eu derrubei, mas porque o palhaço que tava' lá dentro saiu.

— Tá doida?!

— Doido tá você! Abre a merda daquela porta! — apontei para o corredor, tentando indicar a porta da frente. Ele olhou pra' trás rápido e me puxou pra' dentro do quarto — Lucas, eu não quero ficar num quarto com você, eu quero sair daqui, caralho!

— Da pra você me ajudar uma vez na vida? — andava de um lado para o outro — Eu fiz isso por nós dois, pra ajudar no contrato.

— Eu não quero ajuda com o contrato, eu não quero nem o contrato. Eu quero sair daqui, tenho compromisso com a minha namorada de verdade, caralho! — e foi quando eu calei a boca que escutei um barulho no banheiro do quarto — Por isso você não abriu? Você tá acompanhando? — ele ficou calado, olhando de um lado para o outro, como se procurasse uma resposta — E ainda quer fuder meu relacionamento? Você é nojento.

Contrato de paciência - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora