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BILL KAULITZ

22 de Agosto, 2007.
11:00 A.M

Não sei quanto tempo estou sentado nessa cadeira desconfortável, mas já consigo sentir minha bunda ficar quadrada. Talvez, a cadeira seja a menos desconfortável quando observo a situação que estou;

Três pessoas lado a lado, num auditório e centenas de pessoas esperando em fila, um palco onde apareciam talentosos e alguns nem tão talentosos, outros até com um péssimo gosto para moda.

Beleza que nesse momento, não me preocupei em me produzir, vestir minhas melhores roupas, roubei um boné do Tom e não arrumei o cabelo, mas não importa. São 11h da manhã!

-Quando isso vai acabar? - questionei suspirando ao meu produtor que riscava os números de inscrição daqueles que não tiveram sorte em passar.

-Tenha calma, ainda temos mais cinco horas para aguentar aqui. - respondeu simplista, eu respirei fundo tentando não me estressar. Eu aceitei que deveríamos ter mais um membro em nossa banda, mas não imaginei que seria algo tão demorado. Deveria ter mandando um daqueles idiotas no meu lugar.

Abri minha garrafa de água e tomei um gole, enquanto olhava uma menina apresentando terrivelmente. Houveram mais dois após, esses foram medianos, mas não tão bons o suficiente para nos surpreender. Após eles, entra no auditório uma garota que chamou minha atenção pelos seus cabelos ruivos e suas roupas.

Finalmente alguém com senso de moda!

-Nome completo, idade, instrumentos, número de inscrição. - disse o homem a meu lado, parecia cansado tanto quanto eu.

-Alana Gibson, 17, guitarra e 19627. - respondeu com certa tranquilidade, diferente dos demais que aparentavam nervosismo à primeira vista

-Certo, Alana, que música irá tocar?

-É uma composição minha, senhor.

Eu poderia dizer que só pelo fato dela ter composto sua própria música já era um tremendo ponto positivo, e realmente é, mas não esperávamos que ela fosse cantar também. Sua voz meio rouca me deixou hipnotizado. Não só eu, como vários que pararam para escutá-la. Ela tocava como se estivesse brincando com sua guitarra. Quando finalizou, batemos palmas sinceras pela primeira vez no dia e meu produtor me olhou com um sorriso no rosto, como quem dizia "já tenho uma preferida". 

-Você já cantou profissionalmente antes, Alana? - perguntei curioso a olhando. Ela toca guitarra bem, canta bem, exala confiança e ainda é bonita, é justamente o que estamos procurando.

Enquanto eu mantinha meus olhos fixados nela, eu sentia que aos poucos seu nervosismo vinha a tona.

-Não, Tom. Apenas em escolas que já frequentei.

Eu dei uma risadinha de canto de boca.

-Poderia dizer facilmente que já tinha outras experiências. Obrigada por vir. E, é Bill, não Tom. - dei uma piscada para ela, percebendo suas bochechas levemente vermelhas e ela segurar para não rir na minha fala final.

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ALANA GIBSON

Saí do auditório com vergonha pelo meu erro, mas logo deixei de lado, minha mãe me esperava do lado de fora com um olhar curioso.

Garota Nova • BILL KAULITZ Onde histórias criam vida. Descubra agora