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Meses se passaram após perder minha mãe, foi duro quando minha ficha caiu, sempre que meus pensamentos se fixavam nela aquele vazio me tomava conta e eu me fechava de tudo e todos.

Não foi fácil, por outro lado, eu finalmente não estava mais sendo linchada nas redes sociais e programas de fofocas. A verdade veio à tona no final e Beatrice não surpreendeu em se mostrar realmente baixa.

"Nas câmeras de segurança de alguns vizinhos, vimos um carro prata, dele sai um indivíduo que também foi preso, Matz, assassino de sua mãe, e você estava inconsciente em seus braços. Isso foi às 1:50 da madrugada.
Analisamos todas as gravações e fotografias do celular do Marcus, todas tiradas entre 2h e 3h da manhã, além de que haviam fotos ocultas que mostravam explicitamente que se tratava de uma dublê fingindo ser você. Eles eram amadores, não se atentaram a esses detalhes."

Após a nota oficial da polícia, as pessoas ficaram loucas querendo saber mais, em respeito a memória de minha mãe, ocultamos algumas informações para o público.

Eu tive direito a algum tempo de luto, mas recentemente retornamos à ativa. Estávamos em turnê e era maravilhoso, minha primeira experiência viajando pelo mundo e sentindo o carinho vindo dos fãs de diferentes nacionalidades.

Precisava daquilo mais que nunca para poder me equilibrar novamente.

-Tão reflexiva. - saio dos meus devaneios com a voz de Bill, que me olhava, acredito que a bastante tempo.

-Desculpa, me distraí. Disse algo? - questionei levando a atenção para ele.

-Não, gatinha. Não disse. - levantou-se da cadeira e veio até mim, segurando minha mão. - Paris um dia já foi considerada a cidade dos casais, certeza que não quer dar uma volta?

Eu suspiro e olho para a janela do hotel, estava anoitecendo aos poucos, decidi que saíria com ele para me animar um pouco mais.

Bill me puxou para caminharmos pelas ruas iluminadas, vez e outra soltando alguma piada e flertes engraçados como fazia normalmente. Ele sempre sorria para mim na tentativa de me fazer sorrir também e conseguia isso como ninguém mais.

-Hoje você está mais linda que os dias anteriores, como isso é possível? - eu dou uma breve risada.

-Você sempre diz isso.

-Desculpa, não tenho culpa se você realmente fica cada vez mais linda. - disse fingindo uma voz culposa e eu sorrio. - Vamos tomar um sorvete.

Me puxou animado mais uma vez, entramos numa sorveteria e Bill tentou se virar no francês e não se saiu tão ruim quanto esperava.

-Está se sentindo melhor? - ele perguntou enquanto tomava seu sorvete de chocolate.

-Para falar a verdade, sim, eu estou. - dou um sorriso fraco.

-Não me convenceu. - me deu um olhar desconfiado. - Eu sei que é um processo demorado, mas não curto te ver triste e não conseguir fazer nada.

Eu o olhei com pesar e respirei fundo.

-Não é verdade, o que você está fazendo por mim já é o suficiente, está me ajudando muito. - ele somente me olhou. - Só por estar a meu lado, já me conforta.

Bill ficou contente, mas ficou pensativo por um tempo enquanto terminávamos os sorvetes, até vermos a Torre Eifel, ainda que de longe era icônico vê-la pela primeira vez.

Enquanto a admirava, senti dois braços envolverem minha cintura num abraço, permanecemos daquela forma em silêncio por alguns segundos.

A turnê se passou tão rápido que quando paramos para respirar já tínhamos de começar a trabalhar para outro novo álbum.

Garota Nova • BILL KAULITZ Onde histórias criam vida. Descubra agora