Garota Nova • BILL KAULITZ

013

ALANA GIBSON

Eu não sabia onde enfiar a minha cara, ele sabia de tudo. De tudo por minha causa da minha burrice.

Ele foi tão compreensivo, mas tudo o que eu queria era voltar para Birmingham e fingir que aquilo nunca aconteceu.

Fiquei o dia todo no quarto, como eu iria encará-lo depois daquilo? Só de pensar, eu sentia minhas bochechas esquentarem.

Mas, infelizmente, eu tinha certas responsabilidades para os próximos dias e precisava enfrentar isso.

Até porque, não queria levar um sermão dele próprio.

Pela noite, eu saí do quarto pela primeira vez após nossa conversa na cozinha, fui até a garagem onde estavam alguns instrumentos e peguei minha guitarra, lá eu pratiquei por um tempo alguns riffs de músicas que eu gostava.

Tom, que estava próximo, escutou e foi me assistir e tocar comigo, depois os G's apareceram e o emo estava com eles.

Bill estava com os cabelos meio úmidos, denunciando que havia tomado banho a pouco tempo. Ele mantinha o olhar sob mim, aquele olhar enigmático.

Eles assistiam o som que eu e Tom tocávamos, e logo foi se tornando uma noite divertida que me tirou gargalhadas. Gustav logo estava na bateria tocando também e os outros dois se juntaram a nós.

Se tornando assim um ensaio que nem foi planejado, na verdade, uma simples noite de junção de amigos que estavam se divertindo.

Não eram necessariamente músicas da banda, tocávamos canções que combinávamos na hora.

Incrivelmente a voz de Bill combinava com qualquer uma que tocávamos.

Assim como nos shows, ele vinha até mim quando cantávamos em uníssono. Sua aproximação, agora, me causava ainda mais arrepios e nervosismo, tanto que acabava errando alguns acordes.

Fingi estar tranquila até cansarmos, ficamos pela garagem sentados e conversando besteiras. Tom ligou o rádio e colocou num volume baixo.

Bill se sentou não muito longe, ele estava sorrindo constantemente, fazendo piadas com os demais.

-Beatrice nos convidou para assistirmos a sua banda tocar amanhã. - Bill falou de forma animada. Os garotos o olharam interessados.

-Aquelas garotas são brincadeira, viu. Gatas pra um caralho.  - dizia Tom com um sorriso no rosto.

-Quem são? - questionei curiosa.

-The Cherrys, uma banda local de umas amigas que começaram recentemente. - o emo respondeu com o celular em mãos, parecia estar mandando mensagem.

-Elas já estão fazendo um sucesso danado, cara! - disse Georg animado.

-Hm, e nós vamos? - perguntei perdida.

-Se sairmos cedo da sessão de fotos, conseguimos chegar a tempo. - Bill responde. Suspirei escutando isso, ter sessão a cada duas semanas se torna cansativo.

-Apostam quanto que eu vou sair com as roupas do ensaio? -  Tom pergunta engraçadinho. Nós rimos dele.

×

Chegamos no bar que não estava tão lotado, as pessoas estavam bem espalhadas, era um local grande e o palco era bem de frente para o balcão onde estavam dois barmans.

Como foi dito por Tom, ele conseguiu desenrolar com quem estava responsável pelos vestuários e permitiram que ficassêmos com as peças.

Como ele conseguiu isso eu não tenho a mínima ideia.