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BILL KAULITZ

Fui visitar o sr. Gibson acompanhando Alana e representando a nossa banda, queria lhe passar uma imagem de seriedade e comprometimento.

Ele era um homem difícil. Estávamos na sala de sua casa, no sofá, enquanto ele estava numa poltrona nos fazendo perguntas. Sua expressão era rígida e transmitia desprezo, juntamente com os tipos de perguntas.

"Você é uma garota?", duas vezes que ele me perguntou isso e deixou claro que nós não seríamos uma boa influência para sua filha. Também usou palavras duras para se referir à banda e à nossa profissão, mas em todo momento eu mantive a calma e paciência.

-A sua filha está tendo uma oportunidade única de viver do que a faz bem, ela está se saindo melhor do que qualquer um poderia. Todos nós a acolhemos e a consideramos como uma de nós, entende? - ele escutava com a sua cara séria.

-Pai, por favor, leve em consideração as minhas vontades. Nada disso está sendo uma brincadeira para mim. - Alana disse mas foi ignorada.

-Ela só é uma criança, não sabe o que quer e não está pronta para entrar nesse mundo onde só tem drogas e sexo, ou você acha que eu não sei o que acontece nesses shows? - ele perguntou e eu suspirei.

-Alana não está sendo exposta a esses tipos de situações, pode ficar tranquilo. - respondi calmamente. Ele deu uma risada irônica e levantou.

-Não acredito em você. Você é o líder da banda? Certeza que está fazendo uma lavagem cerebral na cabeça da minha filha.

-Não, senhor. Nós estamos aqui para fazermos algum tipo de acordo, que o senhor possa permitir que ela continue na banda. - assim que escutou a palavra "acordo" ele pareceu se interessar.

-Quer minha permissão? - ele questionou com um sorriso interesseiro no rosto. - 15% dos ganhos da banda.

Eu levantei a sobrancelha, um pouco surpreso pela sua fala. Alana parecia tão surpresa quanto, ela queria dizer algo mas fui mais rápido.

-10% ou não tem acordo. - ele cruzou os braços como se pensasse.

-Feito, mas com a condição dela ser constatemente visitada por Noah, um amigo de confiança, apenas para ter certeza de que ela está na linha correta. - ele disse e eu dei de ombros, confirmando.

Percebi Alana revirar os olhos mas não comentar nada.

-Desculpa pelo jeito dele, vou tentar convencê-lo a deixar esse acordo de lado. - a mãe de Alana dizia baixinho na porta de casa quando estávamos saindo.

-Não se preocupe quanto a isso, sra. Gibson. Isso durará pouco menos que um ano. - falei com um sorriso no rosto.

-Me chame de Marila! Eu estou amando a repercussão que vocês estão tendo e estou orgulhosa. - ela dizia animada. Alana sorriu.

-Não acredito que o Noah vai ficar no meu pé. - ela disse soltando um longo suspiro.

-Ele não é tão ruim assim, Alana. Vocês eram até amigos na infância. - elas discutiam entre elas.

-Mas ele se tornou um babaca. - cruzou os braços.

-Tenho certeza que ele não vai incomodar tanto assim. - Marila passou a mão pelos cabelos de sua filha, a passando segurança pelo tom de voz.

Em seguida, nós retornamos ao carro calados, Alana ainda parecia incomodada com o acordo.

-Está tudo bem mesmo aqueles 10%? - questionou receosa, eu levei meu olhar para ela.

Garota Nova • BILL KAULITZ Onde histórias criam vida. Descubra agora