011

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Passei as próximas horas dentro do quarto o observando vazio, escutei meu celular começar a tocar e vi o apelido dado por mim na tela acima do número.

"Emo boy".

Suspirei e não atendi a ligação, deixei que tocasse até que de repente minha porta fosse aberta por um Bill confuso e preocupado. Ele segurava seu celular no ouvido, ainda ligando para mim.

Se deparou comigo sentada no chão, olhando meu álbum de fotos antigo e o celular na cama. Eu o olhei rapidamente e voltei minha atenção ao álbum.

-Quando você retornou? Não te vi chegar, estava preocupado pensando que havia decidido ficar. - ele dizia em um tom preocupado e aliviado ao mesmo tempo, com um sorriso no rosto.

-Não, voltei já tem um tempo. - respondi simples, sem o olhar direito.

-Nem avisou e nem atendeu as ligações, acho que está andando muito com o Tom. - ele disse de forma brincalhona.

Eu não ri e nem esbocei um sorriso, o que o fez desfazer seu sorriso.

-Eu estava ocupada. - falei o olhando, ele me olhava mais confuso que antes.

-Ah, não tem nada demais. Nosso vôo sai às 3h da manhã, vamos para o aeroporto 2h. - disse por fim, escutei seu tom de voz desanimar gradativamente.

Respondi um "certo" sem o olhar e deixei que ele saísse do quarto para que eu pudesse respirar fundo.

Eu preciso urgentemente parar de sentir isso por ele. A melhor forma para isso seria evitá-lo até que o sentimento sumisse completamente, certo? Eu não sei.

Só tenho certeza de que Bill não pode, de forma alguma, saber que um dia eu já senti algo por ele.

Eu me levantei e fui buscar algo para comer, fiquei na sala com Gustav assistindo filmes enquanto esperávamos o horário.

Perto das 1h eu tomei um banho quente e prendi o cabelo em um coque, vesti um moletom e uma calça quente, a van já estava em frente a casa. Todos estavam acordados e colocando suas coisas no porta malas, mas os meninos ainda estavam sonolentos já que haviam dormido.

Bill parecia estar distante no mundo dos pensamentos, Tom com uma cara de desprezo e sono olhava para o céu escuro e Georg cochilava vez e outra, Gustav e eu éramos os únicos mais acordados, nós fomos conversando até o aeroporto.

-Vamos acordá-los ou deixamos eles por aqui mesmo? - Gustav perguntou rindo enquanto os olhávamos.

-Se pudesse, eu deixava. - falei, ele compartilhava do mesmo pensamento que eu.

Nós os despertamos novamente quando chegamos ao aeroporto. Não demorou muito para que estivéssemos em nossas poltronas e, para meu azar, Bill estava no assento a meu lado.

Fomos a parte inicial da viagem com um clima estranho entre nós, ele parecia querer dizer algo mas estava receoso. Eu já imaginava que ele questionaria se algo havia acontecido, estava torcendo para que não perguntasse.

-Você encontrou seu pai em casa? - o escutei e o olhei. Era como se ele tentasse descobrir o motivo de estar quieta.

-Não.

-Por quê você está tão seca? - perguntou em um tom quase tristonho. - Não sou acostumado a te ver assim.

Eu me senti um pouco mal escutando isso. Não queria que isso acontecesse, não queria agir seca ou ser grossa com ele. Droga!

-Desculpe por isso. - dei um sorriso fraco e ele afirmou com a cabeça, pensativo.

Foi uma hora e meia de viagem que se passou rápido, eu acabei por trocar o mínimo de palavras possível com Bill.

Garota Nova • BILL KAULITZ Onde histórias criam vida. Descubra agora