Já estava de manhã e Cecília não havia conseguido dormir. Ela havia se mexido incontáveis vezes, procurando uma boa posição para descansar.
Mas como ela poderia dormir, com aqueles pensamentos?
A imagem de Hugo, sem camisa não saía da cabeça da ruiva. Ela sabia que não deveria se sentir daquela forma, mas não era como se pudesse controlar.
Cecília bateu as pernas na cama, agindo feito uma criança em sua crise de pirraça.
— O que eu faço agora? – Perguntou ela, se lembrando de que, o mesmo homem por quem ela estava se sentindo atraída, tinha o poder para tirar a vida dela.
Que ironia, não?
Hesitante, Cecília ainda permaneceu deitada, esperando que o tempo passasse, mas de repente, ela foi interrompida de seus devaneios por alguém batendo na porta.
— Senhora? – Perguntou Giovana, abrindo uma fresta da porta. — A senhora tem visita!
— Visitas? – Perguntou Cecília, se levantando da cama com rapidez. Ela caminhou até a porta e olhou diretamente para a empregada. — Quem é?
— Está lá em baixo, com o senhor Scopelli. – Respondeu Giovana com um cochicho. Cecília pensou em mil opções, mas preferiu acreditar que fosse Beneditte.
— Vou me vestir e já desço! – Respondeu Cecília, vendo a garota se afastar.
A ruiva foi até o guarda-roupa e escolheu uma roupa mais formal para ir até a mulher. Ela optou por um macacão de viscolinho amarelo que estava nas roupas de Fiorella, complementando o look com um salto preto.
Quando Cecília estava prestes a passar a maquiagem, se lembrou das palavras de Hugo, fazendo seu corpo se arrepiar em aviso.
Ela, então, colocou a base de volta em cima do balcão e soltou os cabelos, deixando os fios cair sobre os ombros.
Cecília se olhou no espelho e respirou fundo, saindo do quarto, mas em cada passo que dava em direção às escadas, ela se repreendia mentalmente, por ceder tão rápido a ele.
Ela preferiu usar como desculpa que, àquela, foi uma das ordens de seu marido e ela não pretendia desobedecer.
Assim que Cecília chegou a sala de estar, ela viu Beneditte em sua frente, com uma expressão assustada.
— Fio.. – Disse Beneditte, tocando no rosto da ruiva, exibindo claramente o seu espanto. — O que aconteceu?
Cecília, imediatamente, engoliu seco e levou o olhar até Hugo, que estava parado a encarando com os braços cruzados. Os olhos do homem eram escuros, mas em seus lábios ele sustentava um sorriso vencido.
— Ela passou mal na noite passada e acabamos jogando a maquiagem fora! – Disse Hugo, indo até Cecília a abraçar por trás, encenando com perfeição. — Não é, querida?
Naquele instante, Cecília tocou o rosto e encarou Beneditte, sorrindo fraca.
— Decidi deixar assim, até que eu volte a cidade para trocar as marcas. – Respondeu Cecília de forma cínica.
Beneditte encarou Hugo friamente, notando algo errado. Ela sabia que ele estava aprontando, pois o homem nunca havia se importado com o que Fiorella usava ou vestia antes.
Por que daquela preocupação repentina? – Se perguntou Beneditte, sentindo-se intrigada.
Ela pensou que ele estivesse desconfiado, mas teve a certeza, quando o viu arquear as sobrancelhas de forma irônica.
— Eu estava prestes a me sentar à mesa com a minha mulher, por acaso quer nos acompanhar? – Perguntou Hugo, fazendo Cecilia e Beneditte se surpreenderem.

VOCÊ ESTÁ LENDO
DESCEDENTES DA MÁFIA- A NOIVA DO CHEFE.
ChickLitCecília é uma garota de origem humilde, que perdeu seus pais cedo. Ela trabalhava como camareira de um hotel e um dia, encontrou uma sósia completamente oposta dela, que a ofereceu bastante dinheiro, para que Cecília ficasse em seu ligar, iludindo...