Capitolo Quindicesimo: Serei responsável por você

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Cecília sentiu o forte impacto de seu corpo com a água.

Ele foi rapidamente engolido pela água escura e naquele momento, ela sentiu o peso de sua ação. Não dava para saber o quanto de profundidade aquele lugar tinha e parecia que os pés dela, não encostariam em algo firme tão cedo.

Cecília sentiu o desespero tomar cona de seu corpo e mente e quando o ar começou a faltar em seus pulmões, ela logo premeditou seu fim.

Era como se um filme passasse na cabeça dela; cenas vívidas como se fossem reais.

"Cecília estava correndo pela casa e ao tropeçar e ver seu pequeno corpo ir ao chão, ela achou um papel embaixo do armário da cozinha.

Ela esticou seu bracinho para tentar pegar e então os passos de sua avó, veio até ela.

— O que faz aí, minha coroa de cobre? – Disse a senhora, pegando-a do chão. Cecília sorriu e estendeu o papel para sua avó, que fez a mais velha logo se assustar.

— Vovó, quem são? – Perguntou a pequena, vendo uma foto antiga, com duas crianças em uma cama, uma ao lado da outra. A avó dela, tomou rapidamente a foto das mãos de Cecília e sorriu.

— São as filhas da vizinha. Achei no lixo e pensei que, talvez ela quisesse um dia. Mas me enganei. – Disse a senhora, descendo Cecília de seu colo.

— Vá, vai brincar!

— Certo, vovó!"

A voz imatura de Cecília, se misturaram com as bolhas de oxigênio que ela saltava, ansiando por ar em seus pulmões.

De repente, tudo foi parando de funcionar. A capacidade de raciocínio, os comandos pelo corpo e até mesmo as vistas se turvaram.

É o meu fim! – Pensou ela, antes de sentir todo seu corpo desligar.

Mas de repente, ela estava sentindo seu corpo ser forçado a responder, enquanto alguém a ajudava transferindo ar para seus pulmões de forma natural.

O grito era de desespero; o homem a massageava e gritava feito um animal raivoso, pedindo para que Cecília ficasse com ele. Hugo realmente não queria a perder, porque de alguma forma, ele havia encontrado a mulher perfeita.

Ou a mulher perfeita, havia ido até ele, por obra do destino?

Ele só se acalmou ao ouvi-la vomitar aquela água que havia engolido e tossir por procura de ar.

— Ei, você está me ouvindo? – Perguntou Hugo, a puxando para seus braços. Cecília não havia se recuperado por inteira; ela sentia seu corpo e cabeça doer, o corpo dela estava tão gelado que ela mal conseguia se mover.

Hugo a abraçava forte esperando que ela se aquecesse e jogou o corpo nas pedras, para a aconchegar melhor.

— O que você fez comigo? – Perguntou ele, a apertando em seus braços.

Só o fato do coração dela voltar a pulsar como antes, já o fez se sentir a pessoa mais sortuda do mundo.

Depois de um tempo, eles foram parar em uma pequena pensão, na beira da estrada. Parecia um lugar sujo e não apropriado para estarem, mas seria pior se Hugo tivesse voltado com ela, direto para casa.

Faziam horas que ela adormecia e voltava, aquilo preocupo Hugo, mas em nenhum momento, ele saiu de perto dela.

Hugo havia pedido algo para que ela pudesse comer e trocou as roupas dela, por umas que a dona do lugar ofereceu, enquanto as deles secavam.

DESCEDENTES DA MÁFIA- A NOIVA DO CHEFE.Onde histórias criam vida. Descubra agora