Capitolo Quarantasettesimo: Ele nos levará até ela

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Cecília encarou a mulher, com desespero no olhar.

Para ela, não importava de quem Hugo fosse filho, ela o queria ao seu lado e contava os minutos para o reencontrar.

O problema era que, ela temia pela vida de seu amado. Hugo passou e pelo visto, ainda passaria por muita coisa, ainda mais depois de saber daquilo.

Ela então, segurou o braço de Roseta e a olhou, com tristeza.

— Por que o torturam tanto? Deixem-no em paz! – Pediu Cecília, a fazendo rir.

— Você deveria implorar pela sua vida e não pela dele. Eu me vingarei de toda família Scopelli primeiro, mas o seu marido está na lista, porque me lembro nitidamente do rosto do verdadeiro pai dele na noite do abuso.

— O quê? – Perguntou Cecília, completamente assustada. Ela não conseguia digerir aquelas informações. — Não era Hugo, por que o está envolvendo?

E então, Roseta se levantou, afastando-se dela e voltando a encara-la com desprezo.

— Por mim, nenhum porco naquela Itália sobreviveria. As gerações deles e as gerações das gerações dele. Isso também inclui as crianças em seu ventre, garota. Eu farei cada um pagar pelo que fez comigo! – Disse a mais velha, saindo do quarto.

Quando Cecília ouviu aquilo, ela se levantou com um pouco de dificuldade e correu até a porta para tentar abri-la.

Nem seu choro sôfrego, muito menos a força que tentava fazer para arrancar a maçaneta da porta, pareciam páreo para a salvar de lá.

Cecília tinha muita informação, mas não conseguiria entregar a Hugo, pois nem ao menos sabia onde estava e nem como fugir daquele lugar e aquilo a frustrava.

Nesse meio tempo, Hugo estava sentado em sua cama, esperando que Fiorella despertasse.

Assim que ele ouviu a forte respiração da mulher em sua cama, ele se virou para ela, mantendo-se em frente.

Fiorella estava com as mãos e pernas amarradas e quando ela abriu os olhos, percebendo o que estava acontecendo, começou a se mover em desespero.

"hmmmmmmm" – Ela tentava gritar, mas havia um pano em sua boca a impedindo.

— Você achou mesmo que eu não sabia? –Perguntou Hugo, com um tom de voz frio, a encarando.

Era gratificante para ele, ver a tortura daquela mulher.

— Eu me pergunto, de quantas pessoas você precisou para te ajudar a maquinar todo esse plano. Eu sei que você não conseguiria sozinha, Fio. Até a sua irmã é mais inteligente do que você! - Hugo falou com escárnio na voz, sorrindo ladino em seguida.

Ele esperava tanto por aquele momento.

Hugo havia a vigiado de longe. Ele sabia de todos os passos dela, era fácil paraele, saber até o que ela planejava.

Ele também tinha conhecimento sobre ela e Ítalo e esse era o motivo pelo qual, Hugo a traia tanto. Na verdade, não era falta de caráter da parte dele e sim, necessidades.

Assim como Fiortella estava envolvida com alguém que fingia ser seu melhor amigo, Hugo se envolveu com alguém capaz de observa-la de perto.

Katherine era a única mulher com quem Hugo dormia e quando ele conheceu Cecília, decidiu deixar seus costumes de lado, pois se viu completamente apaixonado por ela.

E agora, seu sangue pulsava forte, o deixando sedento para encontrar sua amada e tirar de seu caminho Fiorella e quem mais ousasse tocar em sua família.

Hugo respirou fundo e se aproximou de Fiorella, tirando o pano da boca dela a ouvindo gritar.

— Seu babaca, idiota! Você vai ficar sozinho, sem sua queridinha esposa e seus filhos. Sabe o porquê ela está na américa? Por que é onde ela deveria estar, morta e enterrada! – Disse ela, gritando.

Hugo travou o maxilar, ouvindo cada palavra que aquela mulher dizia. Ele apertou forte os punhos, querendo acabar de vez com Fiorella, mas sabia que, se fizesse algo, talvez nunca mais saberia sobre Cecília.

— Onde ela está? Na América? Aqui? O que fez com ela.

Fiorella riu do desespero dele.

— Você não é o melhor? Encontre por si próprio. Na verdade, encontre o túmulo deles, por que nessas horas, deve estar sendo o sepultamento. – Disse Fiorella o vendo rir.

— Para a sua sorte, eu não acredito em uma palavra do que diz. Sabe de uma coisa? É você quem deveria estar com medo. Na frente daquele maldito hotel onde sua mãe se encontra com mais dois capangas, tem alguns dos meus os vigiando.

— Ah é? Então porque ainda está aqui? – Perguntou Fiorella, se entregando sem saber.

Hugo sorriu e subiu em cima dela, segurando-a pelo queixo.

— Porque você é uma bela moeda de troca. – Disse ele, saindo de cima. Ele foi até a porta e ao abri-la, se deparou com Mirella prestes a entrar.

— O que essa "puttana" disse? – Perguntou Mirella, com os olhos escurecidos.

— Não dê moleza para ela. Ou vai acabar também sem a sua mãe! – Disse ele, se retirando.

Há algumas horas atrás, Mirella estava com a mãe em um SPA e então, ligou desesperada para o irmão, avisando que a mesma havia sido sequestrada.

Desesperada, Mirella voltou para casa e foi até o cofre, procurar por algo para entregar a Hugo. A mãe dela, havia a ordenado dias antes que, se caso algo a acontecesse, o irmão iria a ajudar, desde que ela o entregasse aquela pasta.

Mirella não podia mexer, mas ela não era do tipo de garota que obedecia, certo?

Ela abriu a pasta, que continha algumas cartas velhas e ameaçadoras, dizendo sobre a origem de Hugo. Lá também continha um teste de DNA, que a própria Cássia havia mandado fazer.

Mirella só não entendeu o porquê de haver tanta informação também sobre Ítalo.

Será que aquilo explicava o porquê de sua mãe sempre o manter por perto, o protegendo de seu próprio filho?

Hugo pegou todas as informações que Mirella o entregou e foi até o escritório, ler letra por letra.

Ele então, entendeu que, mesmo sem querer, a vida o colocou em uma furada imensa.

— Don, mandou me chamar? – Perguntou Luigi, entrando pela porta.

Hugo levou os olhos para Luigi, vendo o amigo fechar a porta e se aproximar.

— Encontraram alguma pista? – Perguntou Hugo, vendo o amigo assentir com a cabeça.

— Sim! Ele foi visto no cemitério, visitando o túmulo do senhor Pellegrini. Em seguida, comprou uma passagem para Richmond.

— Richmond? Não era onde Cecília morava? – Perguntou Hugo, de forma confusa. Ele colocou os papéis em cima da mesa e respirou fundo, analisando a situação. — Quem mais está no país?

— Ele tem uma reserva em um hotel luxuoso. Fiorella se hospedou lá a trabalho uma vez. – Disse Luigi, fazendo Hugo bater na mesa e se levantar.

— Droga! – Disse Hugo, com um tom aflito. — Vamos para lá. Reservem um voo, peguem o jato, dê um jeito, preciso chegar antes dele.

— O que está acontecendo, Don? – Perguntou Luigi, olhando assustado para seu amigo.

— Ele descobriu! Ele achou Cecília! 

DESCEDENTES DA MÁFIA- A NOIVA DO CHEFE.Onde histórias criam vida. Descubra agora