[11] Respire, okay?

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#IntrometidoEsquentadinho

🌻

Kanawut dormia apoiado no ombro de Mew, o cheiro dele lhe acalmava e algo na sua presença o deixava tranquilo. Mas, agora, nem mesmo o aconchego do colo dele conseguia aquietar seus sentimentos, até mesmo no mundo dos sonhos sua mente fazia questão de reviver a cena de momentos atrás, o ardor do tapa ainda estava presente.

Suppasit acordou Gulf quando chegaram em sua casa, Mew o guiou até o banheiro, onde Tong já havia preparado um banho quente. Ajudou Kanawut a se limpar, a se vestir e o deitou na cama, acariciando sua bochecha, exatamente no local em que o pai dele batera, até cair novamente no sono.

— Esse comportamento é de um filho que não aguenta mais! — forçou-se a dizer — De um filho que não nem um terço do carinho dos pais, de um filho...

Sua fala foi interrompida por um tapa que acertou a lateral do seu rosto o deixando sem reação, foi seu pai, seu pai havia lhe batido. Seu pai, ao dar-se conta do havia feito, arregalou os olhos e, com um arrependimento no olhar, tentou aproximar-se mas ele apenas recuava, balançando a cabeça em negação tentando absorver o que tinha acontecido.

— Gulf... Eu não queria... me... me desculpa...Gulf... Por favor...

— Gulf... Gulf! Gulf!

Acordou assustado e com alguém chamando seu nome. Não conseguiu assimilar o que tinha acontecido, tomado por confusão e medo, levantou-se depressa querendo fugir, não queria outra discussão e muito menos levar outro tapa, mas suas pernas o traíram quando falharam na metade do percurso e só se deu conta de onde estava quando sentiu aqueles braços o abraçaram impedindo que caísse no chão.

— Tudo bem... está tudo bem, calma... — Suppasit acariciava os cabelos de Gulf, tentando tranquilizá-lo de alguma forma — Eu estou aqui, calma...

— Ele... não quero... ele... — Gulf murmurava palavras desconexas, deixando suas pernas cederem por puro cansaço.

Mew sentiu o corpo de Kanawut pesar e, não querendo que o mais baixo ficasse encolhido no chão, passou um dos braços atrás de seus joelhos enquanto o outro segurava seu tronco o erguendo no colo, caminhou até a cama com o Gulf aninhado em seu pescoço e, com todo cuidado, o colocou sobre os lençóis o cobrindo logo em seguida.

Gulf precisa de Mew no momento e Mew não iria deixar Gulf sozinho. O aconchegou em seus braços, fazendo carinho em seus cabelos a fim de acalmá-lo, o menor não parava de chorar e murmurar coisas que Suppasit não conseguiu identificar, era um momento delicado e não saber o que tinha acontecido com o outro não ajudava em nada a situação.

Mew acabou adormecendo e despertou no outro dia com o som de seu alarme. Não iria para o colégio, também não queria acordar Kanawut, decidiu, então, levantar-se e pedir conselhos para o casal, queria conversar com os pais de Gulf, ao mesmo tempo que não queria, talvez a dupla pudesse o ajudar.

🌻

Já era noite quando Gulf acordou, havia dormido o dia todo. Seu corpo estava fraco, sua cabeça doía e seus olhos estavam inchados de tanto chorar, tentou se lembrar como havia parado no quarto de Mew, mas suas lembranças pareciam borrões. Quando olhou para o lado encontrou, na mesa de cabeceira, uma bandeja com suco e algumas torradas, pegou o copo e tomou um gole do líquido sentindo seu estômago reclamar, mas forçou-se a comer um pedaço da torrada, péssima decisão, sentiu a comida voltando e teve que correr para o banheiro para não sujar o quarto.

Minutos depois Suppasit aparece, ofegante, na porta encontrando Gulf apoiado no vaso sanitário. Mew havia subido as escadas com uma certa pressa depois de escutar a movimentação do outro.

Um Anjo em minha Vida | MewGulfOnde histórias criam vida. Descubra agora