[15] Isso é inveja, Mildizinho.

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#IntrometidoEsquentadinho

🌻

Cinco jovens estavam sentados em uma das várias mesas espalhadas pela parte externa da universidade, rodeadas de plantas e árvores, sua conversa se misturava com os dos vários grupos distribuídos pela área comum do edifício. Gulf acabara de retornar das suas primeiras férias da faculdade e estava sentado junto dos seus novos amigos, Mild, Prem, Earth e Fluke.

Conheceu o Mild em uma das várias interações dos calouros, o garoto era do mesmo curso que ele, medicina. Mild já conhecia Prem antes da faculdade, este que fez amizade com Fluke, Earth que também faziam administração de empresas. Fluke e Earth eram amigos desde o colégio. E assim formou-se esse grande círculo de amizade que Gulf faz parte, nunca esteve tão feliz por ter amigos.

Nesses meses de amizade, Gulf ficou sabendo que Prem tem um rolo com Boun, estudante de ciências do esporte, porém Prem nega existir algo além da amizade. Soube também que Earth namora Santa um dos estudantes de ciências do esporte, este que é amigo do Ohm, também do mesmo curso, que odeia o Fluke, tendo seu sentimento correspondido. Mild diz que é amor encubado, porém Kao nunca confirmou se seu amigo sentia algo do tipo pelo Fluke.

Mild virou seu melhor amigo e como consequência tinha que escutá-lo falar do Boat, o garoto por quem é apaixonado, vinte e quatro horas por dia. Que o Boat é lindo, que Boat é perfeito, que Boat é educado, que o Boat é gentil, que o Boat é isso, que o Boat é aquilo. De cada dez palavras onze eram sobre o Boat, Gulf meio que acostumou e tentava não se estressar por ouvir apenas sobre o garoto de ciências do esporte, até porque era uma retribuição por Mild o ajudar a esquecer, pelo menos um pouco, o Mew.

Em parte, a sua falta de tempo também colaborou para não pensar tanto no seu antigo amor, já que ganhou o concurso de Lua e Estrela da faculdade juntamente. Ganhar esse concurso aumentou mais ainda a popularidade de Gulf, que já fazia sucesso antes por conta de sua aparência.

Kanawut não negava que estava feliz e grato por ter aqueles quatro ao lado dele. Eles eram ótimos amigos, sempre brincando, rindo, saindo e conversando sério quando precisava. E Gulf, meio sem perceber, virou o conselheiro do grupo, já que quando alguém precisava de ajuda, ele era a primeira pessoa a ser procurada.

— Gulf, você já conheceu seu novo colega de quarto? — Prem perguntou.

— Ainda não, e também não estou muito preocupado.

— Será que é o aluno transferido? — foi a vez de Mild perguntar.

— Tomara que seja feio, eu acho tão injusto a faculdade de medicina ter a maioria dos garotos bonitos! — reclamou Earth.

— Você já tem seu namorado, pra que ficar de olho em outros caras? — Fluke provocou.

— Sou comprometido, não cego!

— A gente podia ir beber, faz tempo que não saímos juntos. — Mild sugeriu.

— Ninguém tem culpa que você e o Gulf estudam muito! — Prem falou.

— Esse aí? Estudando? — Gulf zombou — Ele vai pro meu quarto só pra me encher o saco e me atrapalhar.

— Eu sei que você me ama! — falou abraçando o melhor amigo.

— Te amo bem longe de mim! — tentou se desvencilhar do abraço — Desgruda!

Um rapaz os observava de longe, com um sorriso triste no rosto. Prem havia notado a presença dele e, se despedindo dos amigos, andou até ele.

— Quem é aquele? — Mild perguntou, Gulf se virou para ver, mas eles já estavam longe.

🌻

— Cadê o Earth? Ele falou que vinha e não chegou ainda. — diz Gulf.

— Ele tá esperando o namorado. — respondeu Fluke

— Esses casais de hoje, não tem um pingo de respeito com os outros, ficam de grudizinho e deixando os amigos de vela! — completou Mild.

— Isso é inveja, Mildizinho. — Earth fala, assim que chega no bar.

— Cadê seu namorado? — Prem pergunta.

— Ele me pediu para vir primeiro, porque iria se atrasar e não queria me deixar esperando. Um fofo.

— Um namorado que te deixa vir a um bar sozinho? Super fofo! — retrucou Mild.

— Limpa a boca que o veneno está escorrendo Milmil. — disse sentando ao lado do mesmo.

Um tempo depois, mais três rapazes chegam à mesa do grupo, era Boun, Ohm e Boat, o último causando um leve gay panic em Mild, que estava totalmente desprevenido quando o viu. Fluke revirou os olhos e desviou o olhar quando percebeu a atenção de Ohm em si.

— Se eu soubesse não tinha vindo. — reclamou Fluke.

— Sinta-se livre para ir embora, não precisa ficar aqui para ter o prazer da minha companhia! — Ohm implicou.

— Sem brigas hoje, por favor! — Boat pediu.

— Ninguém tá brigando! — Ohm e Fluke responderam juntos.

— Achei que não teria problema chamar Boun e seus amigos. — Prem falou meio tímido pelo clima que se instalou.

— E não tem! — Earth começou. — Esses dois têm que aprender a conviver, credo, parece duas crianças brigando.

— Cheguei! — Santa anunciou quando chegou perto dos rapazes. — Eu vim pra um bar ou pra uma parada gay? — brincou quando percebeu o clima meio tenso que pairava pelo local.

— Tá mais pra encontro de casal onde eu sou a vela. — Gulf entrou na onda, tentando aliviar o ambiente.

— Você fala como se não fosse do vale também! — Mild revira os olhos, olhando o recém chegado de cima a baixo.

— Vão ficar em pé até quando? — Prem perguntou, num pedido indireto para os amigos se sentarem.

Boun sentou ao lado de Prem, Santa sentou entre Prem e Earth. Gulf passou para a cadeira à sua direita, puxando Boat para sentar entre ele e Mild, obviamente um plano para deixar os dois próximos. Ohm foi o único que restou em pé olhando para o único lugar vago entre Boun e, pasmem, Fluke. Algo que não agradou nenhum dos dois.

— Larga de frescura e senta! — Boun puxou o amigo.

— Se beijem logo! — Earth fala.

— A tensão sexual de vocês é palpável! — Santa completa.

Fluke e Ohm se olham de cima a baixo, e depois encaram os outros dois com cara de "nem morto", o que arrancou um revirar de olhos de todos da mesa. Era tão óbvio que esses dois se gostavam, mas nenhum deles tinha coragem de assumir, resultando em brigas e provocações toda vez que se encontravam.

E essa era a nova vida de Gulf, saindo com amigos que ele nunca pensou que teria. Conversando bobagem, rindo de coisas aleatórias, implicando com suas amizades, dando e recebendo conselhos e, o mais surpreendente, sendo nomeado a Lua da faculdade, tendo, como consequência, um fã clube, e ganhando comida de graça de algumas alunas e até de alunos.

Gulf aos poucos superava seu primeiro amor, ou pelo menos tentava, não podia negar que seus amigos o ajudavam bastante, era um assunto delicado para Gulf. O grupo sabia da história e, por isso, tentavam ajudá-lo toda vez que ele começava a relembrar os acontecimentos passados e, aos poucos, ia se afastando, se isolando. Quando isso acontecia, eles se reuniam no quarto de Prem, arrastavam Gulf até lá e assistiam filmes ou bebiam até ele se sentir melhor, eram ótimos amigos e Gulf agradecia todo dia por ter eles em sua vida.

Podia se dizer que estava feliz e pensava menos em Mew, porém isso também o assustava, porque ia se esquecendo aos poucos do cheiro dele, do toque dele, da sua voz, mas nunca de seu rosto e, principalmente, do seu maldito sorriso lindo. Gulf já tinha perdido toda a esperança de reencontrá-lo, e não restava dúvidas de que nunca mais iria vê-lo, mas ele estava totalmente errado...

Um Anjo em minha Vida | MewGulfOnde histórias criam vida. Descubra agora