[07] O Casal

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Feliz Ano Novo meu amores! Capítulo de presente para vocês. Caso queiram interagir sobre a fic no twitter é só usar a #IntrometidoEsquentadinho😉💜

🌻

A dupla caminhou mais alguns minutos até finalmente chegar a casa de Mew, este que abriu o portão guiando caminho até a porta principal, deixou seus sapatos na pequena prateleira no canto da parede e esperou Gulf fazer o mesmo para continuar pelo corredor que dava acesso a sala. Kanawut observou os quadros na parede, as fotos de Mew com a família, retratos dele criança, imagens dos dois irmãos. Ele estava tão vidrado nas fotografias que não reparou na cena à sua frente, apenas se deu conta que algo tinha acontecido quando Suppasit gritou por alguém.

— PHI!

Ao seguir o olhar do outro, pode ver que dois rapazes estavam se beijando, constrangido ele desviou o olhar sentindo seu rosto esquentar. Os dois já estavam a uma certa distância um do outro quando criou coragem para encará-los novamente.

— Não sabia que você iria voltar tão cedo. — o mais alto fala — Esse é...?

— Este é o Gulf, — Mew responde, colocando as mãos nas costas do amigo, o empurrando levemente para frente — Gulf esse é o meu irmão, Tong, e o outro é Fluke.

Kanawut os cumprimentou e Suppasit o puxou escada acima antes que alguns deles começassem a bombardeá-lo de perguntas. Entraram no quarto de Mew, que caminhou até uma pequena mesa colocando as sacolas com as coisas que compraram nela. Gulf coçou a nuca, bastante desconfortável, era a primeira vez que entrava no quarto de outra pessoa, na verdade era a primeira vez que ia na casa de algum colega. Não conseguindo mais ficar calado acabou perguntando:

— Eles são... er... — não conseguiu terminar a frase, Mew vê seu desconforto e ri um pouco.

— Eles quem? P'Tong e P'Fluke? — ele acena com a cabeça confirmando — Sim, eles são namorados. P'Fluke mora com a gente há uns três anos.

— E seus pais?

— Meus pais morreram quando eu tinha sete anos. P'Tong e eu fomos morar com a minha vó, até ele ter idade para me criar. Era só P'Tong e eu, mas aí ele conheceu o P'Fluke e hoje moramos juntos.

— Eles estão juntos a quanto tempo? Os dois parecem se amar muito.

— Se não me engano há uns seis sete anos e pode acreditar, eles se amam demais, eles abriram mão de muita coisa pra continuar esse relacionamento. — Mew fala sorrindo de leve com ar nostálgico.

— Qual a grande história de amor deles? — Gulf perguntou, não escondendo sua empolgação e curiosidade.

— Um dia eles te contam, por que não focamos no trabalho? — pegou a cartolina e abriu na pequena mesa que estava no meio do quarto, sentando-se no chão.

— Vai me deixar curioso mesmo? — perguntou, sentando-se ao lado de Mew, recebendo como resposta um "sim" acompanhado de um lindo sorriso.

— Eu pesquisei algumas coisas sobre o trabalho, quer ajuda com o desenho? — pergunta, abrindo o notebook.

— Tá de boa.

Gulf pegou um lápis para começar o rascunho. Seu plano era fazer dois desenhos, um do coração no seu formato real e outro de sua anatomia, traçou os átrios, aorta, seus ventrículos e suas outras partes que ajudam no desempenho.

— Gulf, você sabia que o coração de um adulto é do tamanho de um punho fechado? — Mew fala surpreso desviando sua atenção do notebook para se aproximar do outro, olhando o desenho na cartolina — Não sabia que você desenhava tão bem! Você não tá usando nenhuma foto de referência?

— Não, já desenhei tantas vezes que consigo fazer de olhos fechados!

— Por que não faz medicina? Aposto que você seria um ótimo cirurgião cardíaco.

— Com as minhas notas? Impossível! Eu teria que tirar nota máxima em todas as provas, e mesmo assim tenho que me sair bem no exame de admissão, não é como se fosse tão simples atingir a média para passar em medicina. — dá de ombros.

— Você é um bom aluno, deve ser fácil conseguir.

— Eu sou mediano, estou longe de ser um bom aluno. — falou simples.

— Nada te impede de ser um dos melhores, eu te acho ótimo e aposto que seus pais também.

Gulf desvia seu olhar para a cartolina. Mew entende que ele não quer falar sobre esse assunto e não perguntou mais, respeitando o espaço do outro. O clima tenso que se instalou anteriormente logo se dissipou quando começaram a conversar sobre o trabalho, revezaram na hora de escrever, colocando as informações que Gulf sabia e as que Mew pesquisou, e escreveram em um papel separado o que iam dizer na apresentação. Já estava escuro quando finalizaram tudo.

— Finalmente! — Mew fala se jogando para trás. — Parecia que nunca íamos acabar!

Gulf deitou ao seu lado mantendo uma distância segura, encararam o teto e ficaram assim por alguns minutos. Um silêncio confortável se instalou e já não era novidade o modo como Kanawut gostava de estar em sua companhia.

— Não sabia que você gostava de biologia. — Mew fala após um tempo.

— Eu acho interessante, principalmente quando a matéria é genética, anatomia ou algo do tipo.

— Interessante por quê? — ele vira de lado para olhar Gulf, o mesmo imita seu movimento.

— Eu acho legal conhecer sobre o nosso corpo, as doenças e tudo relacionado, é meio que um autoconhecimento.

Mew o encara e direciona sua mão a testa do outro, retirando, com seu dedo indicador, uma mecha de cabelo que cobria seus olhos, seus dedos são quentes contra a pele de Gulf, seu toque macio o faz fechar os olhos por alguns segundos. Kanawut sentiu seu coração acelerar, percebeu após algum tempo que estava prendendo a respiração e seu sangue subiu para a cabeça, acumulando em suas bochechas, que ficaram vermelhas em instantes.

Batidas foram ouvidas na porta que foi aberta segundos depois. Os dois sentaram-se rapidamente, Gulf se afastou um pouco dele também. Um homem colocou apenas a cabeça para dentro do quarto olhando desconfiado para os garotos, era P'Tong o irmão de Mew.

— O jantar está pronto, vocês já terminaram?

— Terminamos sim, já estamos descendo Phi! — Suppasit fala e o mais velho deixa o quarto.

Mew se levanta e estende a mão para seu amigo, que hesita um pouco antes de segurá-la para ele lhe ajudar a levantar. Desceram as escadas, encontrando o casal sentado à mesa, apenas os esperando para começar a comer. Sentaram lado a lado, e Gulf agradeceu quando Fluke o serviu um pouco de arroz, Tong olhava os movimentos do namorado com um brilho nos olhos.

Kanawut se pegou apreciando aquela cena e tentando imaginar tudo que os dois passaram, tudo que Tong deve ter enfrentado apenas para chamar Fluke de seu, e nesse momento encontrou nos dois seu exemplo de amor, não sabia as dificuldades que o casal passou, mas focou apenas na felicidade de ambos, no brilho no olhar cada vez que suas pupilas se encontravam. Olhou todo aquele carinho que transbordava em pequenos gestos e desejou sentir o mesmo, sentir borboletas no estômago, poder amar e ser amado. O amor poderia ser tão lindo assim?

Um Anjo em minha Vida | MewGulfOnde histórias criam vida. Descubra agora